Amarrações irremediáveis

Amarrações irremediáveis

No século XVI, o notório teólogo Paul Grilland autor da obra De sortilégio (Lyon, 1533), escreveu célebres tratados sobre bruxaria, e nesses escritos faz nota de como bolachas que são consagradas em nome de Satanás, são depois inscritas com letras a sangue, e depois usadas nas missas para fins de amarrações amorosas celebras através de magia negra. Usam-se dessas bolachas colocando-as ocultamente no altar onde uma missa é celebrada, e quanto a missa é rezada ali fica a bolacha secretamente recebendo as divinas palavras da Bíblia e do padre. Dessa forma, sem que ninguém se aperceba, uma abominável heresia está a ser praticada, pois aquela missa está a ser secretamente contaminada pela heresia da magia negra. Depois, no final da missa recolhem-se as bolachas, que são esfarinhadas e vertidas numa poção magica, que tanto podia ser dada a beber pessoalmente á vítima do bruxedo, como derramada sobre um boneco representativo da pessoa que se desejava embruxar. O efeito era o mesmo: a criatura ficava irresistivelmente amarrada a quem encomendou o bruxedo. Tais práticas de bruxaria são ancestrais. Já na Roma Antiga, sabia-se de prostitutas que recebiam das bruxas algumas bolachas que eram amassadas e cozinhadas com sangue, a fim de as dar a comer a um certo cavalheiro que uma nobre senhora desejasse embruxar. Assim, por intermédio da prostituta dava-se a comer ao homem a bolacha preparada pela bruxa, contaminando-o com uma forte amarração que o faria procurar pela nobre senhora que encomendou o bruxedo. E o bruxedo resultava com grande sucesso, pois os serviços das bruxas eram abundantemente requisitados para este serviço oculto.

O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), nos seus estudos sobre magia negra e a celebração de missas negras, faz menção a uma bruxa que em 1460 seduziu um padre a fim de obter dele hóstias consagradas. A bruxa, de cada vez que lhe pagavam para embruxar alguém, alimentava um sapo como hóstias consagradas de igreja. O sapo havia de ser previamente baptizado com o nome da vítima que se queria embruxar, e depois era alimentado com as hóstias, ao passo que a bruxa entoava heréticos encantamentos satânicos, lançando-lhe uma fortíssima amarração. Conforme o sapo comia as hóstias e escutava ao encantamento satânico, também a pessoa embruxada era contaminada pela magia negra. E não havia escapatória. A vítima ficava irremediavelmente embruxada. Algumas iam entregar-se a quem as tinha mandado embruxar, e outras sentiam-se muito enfartadas, com o estômago muito inchado, como se tivessem comido muito. Caso a criatura amarrada se entregasse amorosamente a quem a tinha mandado embruxar, então os padecimentos passavam; porem, teimando em resistir ao bruxedo, então começavam a sofrer tormentos e padecimentos, até ao ponto da loucura. A pessoa não tinha alternativa senão ceder. Fosse como fosse, ninguém escapava á magia negra destas amarrações. Ninguém. E por isso, a pessoa não tinha alternativa senão ceder. E as pessoas embruxadas cediam sempre. Sempre.

No século XVII, o jurista eclesiástico Pierre de Lancre ( 1553 – 1631), foi enviado pelo Papa para a zona Basca, a fim de investigar o que ali se passava, pois haviam fortes rumores da existência de cultos heréticos a deuses pagãos e demónios. Em sequência dessa investigação, eis que em 1608 descobriu-se a existência de várias bruxas e cultos ao Diabo na região dos Pirenéus. Ficou-se assim a saber que naquela zona eram celebradas Missas Negras, assim como realizados Sabbats Satânicos.

Porem, nem Lancre estava fora do alcance da magia negra. Numa noite de Setembro de 1609, Lancre viu pelos seus próprios olhos uma Missa Negra ser recitada e oficiada no seu próprio quarto de cama, apesar dele estar de tal forma embruxado, que assistiu a tudo paralisado e impedido de qualquer reacção. Lancre testemunhou vários eventos reais de bruxaria, e que o inspiraram a escrever a sua obra Tableau de L’inconstance Deus Mauvais Anges Et Demons ( 1612) Nalguns dos ritos que Lancre testemunhou, houve aqueles nos quais Diabo tendo sido invocado, aparecia e fazia-se manifestar na forma de um homem, através de possessão demoníaca. Dessa forma o demónio celebrava a cerimónia diante das bruxas que o invocaram, e que o recebiam em regozijo e veneração.  A certo momento, a bela rainha do Sabbat, ( a escolhida para presidir aos ritos ao lado do demónio), sentava-se desnudada ao lado do demónio, e recebia a oferta de pães onde tinham sido escritos a sangue o nome das vitimas que se pretendiam embruxar. Seguidamente, a cerimónia prosseguia com a leitura do Livro do Diabo, onde se proclamavam as mais ardentes blasfémias, apresentando-se á congregação de bruxas uma hóstia gravada com a figura do Diabo, e eram pronunciadas as palavras «Hoc est enim corpus meum». A congregação de bruxas desnudava-se, e ajoelhada recebida um pedaço da hóstia infernal, bebendo seguidamente do cálice do altar onde o Diabo havia derramado o abominável líquido da comunhão. Incensos negros ardiam, assim como velas pretas. A notória bruxa  francesa Silvain Nevillon participou em vários deste ritos, nos quais se entregou indiscriminadamente á luxuria com vários demónios. No decorrer das celebrações, os pães que estavam no altar eram amaldiçoados por demónios, ao mesmo tempo que sobre eles era derramado o sangue do sacrifício de uma criatura de tenra idade. Os pães eram depois reduzidos a um pó, e misturados numa poção de magia negra. Com aquela poção, era possível lançar a mais irremediável amarração a qualquer pessoa que se desejasse. E a pessoa amarrada, cedia sempre ao bruxedo.

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