Amarrações de necromancia

Amarrações de necromancia

O filosofo e historiador bizantino Miguel Pselo, ( 1018 – 1078), na sua obra De Daemonibus, descreve com as bruxas costumam fazer uso de partes de cadáveres em bruxarias, especialmente daqueles que faleceram sem baptismo, ou que não foram sepultados com os devidos ritos funerários. Essas almas tornam-se almas condenadas, almas penadas, que são espíritos muito receptivos a serem atraídos pelo chamamento da magia negra. Alguns desses espíritos sem sossego, pairam e mantém proximidade com os restos dos seus antigos corpos, motivo pelo qual os seu uso é empregue pelas bruxas na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra. Alguns desses eram trabalhos de amarração, a que se chamavam amarrações de necromancia, por fazerem uso destas técnicas de magia negra envolvendo restos mortais de condenados ao desassossego eterno, e almas penadas.

O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), nos seus estudos sobre magia negra e bruxaria, faz menção a ritos que são celebrados sobre altares de igrejas em ruínas, ou em solo sagrado de abadias, mosteiros ou conventos abandonados. Esses locais, por serem solo sagrado, são de grande poder para a celebração de rituais de magia negra, pois que as bruxarias praticadas num solo santo são uma herética profanação daquele local, o que muito agrada a satanás, e por isso constitui um fortíssimo apelo aos demónios. Nesse altar, eram sacrificados animais considerados imundos, como sapos que eram ali oferendados em escárnio do sacrifício do cordeiro branco que era Cristo. Num cálice de Eucaristia era derramado não o vinho santificado, mas sim água retirada de um poço onde se sabia que havia sido atirado o corpo de uma criatura que não foi baptizada, e que ali foi deixado aquele cadáver em sepultura ilegítima á Lei de Deus, pois que não lhe foram prestados os santos e últimos ritos funerários, tornando ,(por força de todos esses sacrilégios), aquela agua amaldiçoada, e aquele poço assombrado. Houve no seculo XVII uma celebre bruxa de nome Marie de Sains, que era conhecida por celebrar estes ritos. A dado momento da celebração satânica, a bruxa Marie de Sains começava a entoar uma litania diabólica que começava por «Lucifer, miserere nobis, Beelzebub, miserere nobis». A bruxa lia a litania e outros encantamentos do Diabo num grande livro preto, forrado a pele de bode negro.

Depois, sucedia conforme bem está descrito pelo notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), no «Compendium Maleficarum», ou o «Compêndio das Bruxas » de 1608, onde assim podemos ler que «Toda as bruxas juram obediência e sujeição para com o Diabo, prestando homenagem e vassalagem ao demónio através de cerimónias obscenas, de devassas luxurias e de heréticas perversões. Depois de se entregarem á copula com os demónios e de lhes satisfazerem todo o tipo de luxurias e perversidades carnais, elas colocam as mãos sobre um grande livro negro do Diabo. Trata-se do Livro dos Mortos do Diabo, o oposto do Livro da Vida do Deus cristão. Colocando a mão em cima do livro, as bruxas ligam-se ao Diabo através de juramentos blasfemos de nunca retornar á fé cristã, não observar os preceitos cristãos, e não realizar nenhuma obra da Igreja. Não aceitarão mais os divinos preceitos de Deus, mas sim os impuros desejos do Diabo. Jamais frequentarão novamente os sagrados ritos da Igreja, mas sim atenderão apenas aos profanos Sabbat e Missas Negras da magia negra. Estes juramentos nocturnos são prestados á meia-noite, em sabbat satânico.»

Estando isto feito, o espírito familiar demoníaco que acompanha a bruxa Marie de Sains segreda-lhe o ímpio encantamento que serve á formula mística que ela estava a executar, para que o seu bruxedo resultasse. E dai em diante, o bruxedo resultava sempre.

Por volta dos anos de 1646, havia na vila de Heptonstall, Inglaterra, uma notória bruxa de nome Elizabeth Crossley. A bruxa Elizabeth Crossley tinha uma reconhecida reputação de bruxa, e os seus trabalhos de magia negra eram tão reputados como temidos. Certa vez, havendo-lhe sido encomendado um trabalho de magia negra para separar um casal, a bruxa Crossley encomendou-se á celebração de uma bruxaria nas ruínas de uma capela abandonada, onde ali lançou para um caldeirão que levou consigo, pedaços cortados de cadáveres que não houvessem recebido o sacramento do baptismo, adicionando-lhe depois pós de magia negra que o seu espírito demoníaco familiar lhe ensinara a fabricar, e apontando uma vara de bruxa á formula, fez  depois o caldeirão arder enquanto entoava um misterioso encantamento. Nesse momento, parecia que almas penadas estavam a ser chamadas da profundeza do mundo dos mortos, trazendo consigo a pestilência e a contaminação da desgraça. Algum tempo depois, o casal embruxado começou a sentir grandes problemas e adversidades a sucederem-lhes reiteradamente, e porem teimavam em não se separar. Teimando e insistindo em teimar, então o seu filho antes saudável, acordou certa noite aos gritos, muito pálido, e arqueando o corpo como se lhe estivessem a queimar as costas. Depois desse episódio, a criança começou a enfraquecer, sem que porem nenhum medico lhe encontrasse uma cura. O casal não conseguiu superar tanta adversidade, e acabou separado, havendo depois homem acabado por casar-se com a mulher que lhe tinha lançado o bruxedo. Crossley tornou-se assim uma bruxa de renome, a quem inúmeras pessoas recorriam para solicitar os seus préstimos ocultos.  E muitas foram as amarrações que a bruxa Crossley celebrou, sempre com enorme sucesso, e para grande satisfação dos seus clientes. A bruxa separava e unia casais sempre com esta eficácia. E ninguém escapava ás suas amarrações.

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