Bruxaria, como funciona a bruxaria

Bruxaria – como funciona a bruxaria

«deve haver bons motivos para acreditar na bruxaria; caso contrário, o Parlamento não teria legislado contra ela»

Lord Edward Coke, doutor de Cambridge, Juiz da Rainha Elisabete de Inglaterra ( 1552 – 1634)

1- Como funciona a Bruxaria?

Uma obra reveladora sobre o que é a bruxaria, foi escrita no sec XVI, por Peter Binsfeld, um bispo e juiz alemão, que escreveu  De confessionibus maléficorum at sagarum – «confissões das bruxas» , 1598 – , onde estabeleceu uma relação directa entre os demónios do inferno, e o tipo de efeitos causados por uma bruxaria, através da sua conjuração. A maioria dos demonologistas da antiguidade defendiam que a feitiçaria popular e tradicional aliada ao satanismo, ( que consiste na adoração ao Diabo, e aos demónios, e a deuses pagãos), gerava a bruxaria, a magia negra, um pecado considerado herético e da maior gravidade contra a Igreja. Pior que isso, esses demonologistas constatavam com os seus próprios olhos, que a magia negra era uma realidade com efeitos muito concretos e devastadores.

Quanto á bruxaria, o célebre Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer,  ( 1430 – 1505), denota muito severamente na sua Questão VIII, que afirmar que a bruxaria não existe é uma heresia, pois que se a própria Bíblia que é a Palavra de Deus dá testemunho confirmando que ela existe… logo, nega-la é negar a Palavra de Deus, e questiona-la é questionar a Sabedoria do Criador.

Aos feitos causados pelas bruxarias ou trabalhos de magia negra das bruxas, chamavam-se na antiguidade de «maleficia».

De acordo com as teses teológicas da Idade Media, como a origem do poder das bruxas é malévolo, – provindo de Pactos com demónios – , então os feitos e efeitos das suas bruxarias e trabalhos de magia negra tendem a ser malévolos.

Na célebre obra «Compendium Maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), assim podemos ler que «Toda as bruxas juram obediência e sujeição para com o Diabo. Prestam homenagem e vassalagem ao demónio através de cerimónias obscenas, de devassas luxurias e de heréticas perversões. Depois, colocam as mãos sobre um grande livro negro do Diabo que lhes é apresentado. Trata-se do Livro dos Mortos do Diabo, o oposto do Livro da Vida do Deus cristão. Colocando a mao em cima do livro, as bruxas ligam-se ao Diabo através de juramentos blasfemos de nunca retornar á fé cristã, não observar os preceitos cristãos, e não realizar nenhuma obra da Igreja. Não aceitarão mais os divinos preceitos de Deus, mas sim os impuros desejos do Diabo. Jamais frequentarão novamente os sagrados ritos da Igreja, mas sim atenderão apenas aos profanos Sabbat e Missas Negras da magia negra. Estes juramentos nocturnos são prestados á meia-noite, em sabbat satânico.»

Em 1435, o teólogo Johannes Nider categorizou os fenómenos de maleficia ou bruxaria em sete grupos. De acordo com Johannes Nider, as bruxas podem causar mal de sete formas diferentes: inspirando luxuria através de amarrações, instigando ao ódio através de separações, causando impotência no homem ou infertilidade na mulher, gerando doença e enfermidade, gerando circunstâncias que acabam por tirar a vida, conduzindo á loucura, causando danos e prejuízos em propriedades ou animais em trabalhos de vingança. Todos estes fins são alcançados através de maldiçoes lançadas através de bruxarias de magia negra, sendo que esses trabalhos de magia negra apelam sempre á acção de espíritos de trevas, de assombrações, de aparições, e de almas de mortos.

Francesco Maria Guazzo  ( 1600-30), foi um frade francês autor de marcantes obras sobre demonologia no século XVII. Entre elas, encontra-se o celebre Compendium Maleficarum, escrito em 1626 a pedido do Bispo de Milão, e que se debruçava sobra as obras da magia negra, dos trabalhos de magia negra,  das bruxas e da bruxaria. O frei testemunhou e documentou pessoalmente factos sobre a existência da magia negra, da bruxaria, e dos trabalhos de magia negra celebrados pelas bruxas. O frei Guazzo descreveu com na verdade as bruxarias e trabalhos de magia negra actuam induzindo maldições e possessões demoníacas nas suas vitimas, até as levarem a agir conforme a bruxa deseja.

Assim se comprovou aquilo que já outros Grimórios de magia negra afirmavam, ou seja, que a bruxaria causa na sua vitima estados de padecimentos espirituais, que nela persistem até a vitima ceder á intenção do bruxedo. Cedendo os padecimentos cessam, e porem resistindo e teimando então os padecimentos insistem e persistem até á desgraça da criatura embruxada

Um caso famoso e historicamente documentado sobre uma sinistra bruxaria e os seus resultados, sucedeu no século XVII. Margaret Barclay (f. 1618) era uma nobre da sociedade escocesa, que teve uma desavença com o seu cunhado John Deans, e a sua esposa Janet Lyal, havendo por eles sido injustamente acusada de um furto. O assunto foi a tribunal, e ainda decorria o processo judicial quando John Deans foi chamado para embarcar como capitão de um navio mercante. Quando isso sucedeu, várias pessoas escutaram a voz de Margaret Barclay rogando-lhe uma maldição, dizendo que o navio deveria afundar-se, e depois murmurando palavras irreconhecíveis e típicas da bruxaria satânica. Depois disso, ela foi vista despejar pedras de carvão ainda ardentes á água, pedindo que o navio afundasse. A nobre mulher procurou depois disso a ajuda de um bruxo de nome John Stewart, havendo-se com ele encontrado numa casa deserta. Nessa casa deserta, o bruxo John Stewart e  Margaret Barclay invocaram ao demónio, que lhes apareceu incorporando num cão preto. Foi feito um trabalho de magia negra, sendo esse trabalho feito através de um boneco que foi moldado em barro. Sobre o boneco foi derramado sangue de uma oferenda a Satanás, e foi entoado um oculto encantamento em latim. No final, o boneco foi levado e arremessado para o mar, a fim que conforme aquele boneco ali se afundaria até as profundidades abissais do mar, pois também o mesmo sucedesse com o capitão John Deans. Meses passaram serenamente, ate que um dia uma sinistra noticia chegou aos ouvidos da população: o navio onde estava o capitão John Deans, realmente tinha-se afundado perto de Padstow. O capitão John Deans tinha-se afundado com a embarcação, para nunca mais ser visto até hoje. A bruxaria de do bruxo satânico John Stewart tinha sido certeira, como são sempre os fortes trabalhos de magia negra. A vingança e retribuição de Margaret Barclay estava servida, e não falhou.

Outro caso verídico e documentado sobre a existência e os resultados das bruxarias, ocorreu quando estranhos eventos começaram a suceder na ilha de Magee, na Irlanda. O caso sucedeu por volta de 1711, quando a casa e propriedade de James Haltridge , filho de um pastor presbiteriano, começou a sofrer de estranhos fenómenos. Fosse o proprietário, ou a família, ou os empregados da casa, os residentes daquela propriedade viam os lençóis das suas camas serem puxados por uma pessoa invisível, pedras eram jogadas aos vidros da habitação sem que ninguém lhe tocasse, pessoas tropeçavam ou eram atiradas para o chão por uma presença invisível, louça caía ao chão sem ninguém lhe mexer, objectos desapareciam para reaparecerem invertidos noutro local, e chegaram mesmo a encontrar-se crucifixos misteriosamente virados de cabeça para baixo. Certa noite ao recolher aos seus aposentos, a idosa mãe de Haltridge  sentiu uma mão tocar-lhe nas costas, e passados dias estava morta. Os rumores espalharam-se, e as pessoas da vizinhança começaram a suspeitar da presença de uma bruxa, de bruxedos e de magia negra. Logo após a morte da idosa, uma jovem empregada da casa – de nome Mary Dunbar – , começou a manifestar sintomas de possessão demoníaca. Mary Dunbar afirmava que tinha visões nas quais estava a ser atacada por varias mulheres, e era quando estava assolada por essas visões que entrava em transe, perdia controlo sob o seu corpo, e ficava possessa, sofrendo de violentas convulsões. Confirmava-se assim a existência de uma bruxaria. Foram descobertas sete bruxas nas imediações, a quem chamaram as bruxas de Magee. A jovem May Dunbar inexplicavelmente vomitou penas de aves pretas, alfinetes pretos, botões de um colete de homem , e outros objectos usados nos trabalhos de magia negra feitos pelas sete bruxas. Diz-se que  James Haltridge e Mary Dunbar tinham um caso amoroso, motivo pelo qual uma outra mulher enciumada mandou embruxar a ambos, a fim de impedir aquele relacionamento, e separa-los. A mulher estava obviamente enamorada de James Haltridge, e queria-o para sí mesmo. Porem: como eles teimavam e resistiam ao bruxedo que os infestou, então os padecimentos começaram a suceder-lhes das formas mais atrozes, fosse pela morte da mãe de James, pelas assombrações que cercavam Haltridge, ou  fosse pelos tormentos sofridos por Mary. Porem, havendo James ido entregar-se amorosamente á mulher que encomendou a amarração, imediatamente todos os padecimentos e tormentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente como tinham aparecido. Assim se vê que quando alguém resiste a um trabalho de magia negra, é assim que o trabalho de magia negra opera, até que as pessoas cedam. Cedendo, acaba-se-lhes o tormento, e porem resistindo e teimando em não ceder, então o padecimento vai paulatinamente aumentando passo-a-passo, degrau-a-degrau, até ao ponto da desgraça das criaturas embruxadas, ou de quem elas amam. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Não há escapatória. A pessoa embruxada por uma bruxaria de magia negra forte, nunca mais se livrará do bruxedo, nem da sombra de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E a pessoa acaba sempre por ceder.

Ambos os casos são lendários, estão historicamente documentados, e comprovam que as bruxarias funcionam essencialmente através de maldiçoes e Possessões demoníacas.

2 – A bruxaria opera através de lançamento de Maldições e Possessões demoníacas 

 

Sobre as maldições causadas pela bruxaria

A capacidade de infringir maldiçoes, tem desde sempre sido considerada como um dos principais atributos das bruxas e da bruxaria. As maldiçoes são o coração e o amago da magia negra. È com maldiçoes que opera a magia negra, e é lançando maldiçoes que a magia negra gera os seus efeitos. A bruxas desde sempre que usam magia imagética – veja também: as 3 leis que fazem a magia negra funcionar – , para com ela lançar maldiçoes a uma vitima. Usando de um boneco de cera, ou uma vela, um uma efígie, ou uma foto, ou uma corda baptizada com o nome da vitima, as bruxas desde sempre tem usado técnicas ocultas de magia negra para infestar as mais tormentosas maldiçoes nas suas vitimas. Algumas bruxas, como as lendárias bruxas de Somerset,  ( 1660), usavam expressões vocalizadas ou encantamentos dirigidos a algo que representasse a vítima, para infligir uma maldição a essa pessoa. No caso das bruxas de Somerset, elas usavam da expressão «e a varíola levou», o que impregnava a vitima da maldição desejada. Outras bruxas não usavam de expressões vocais, mas sim de olhares profundos, o chamado mau olhado ou olho gordo. As maldiçoes sempre foram extremamente temidas, pois podem ser letais. E a maldição entrava mesmo nessa pessoa, facto que reiteradamente se observou em acontecimentos reais ao longo da historia. Um dos casos mais famosos de uma maldição lançada por uma bruxa, sucedeu em Darthmouth, Devon, e foi protagonizada pela notória bruxa AliceTrevisard. A bruxa teve um desaguisado com um marinheiro de nome William Thompson, e no final de uma troca de palavras ela balbuciou a frase «Melhor estarias, se nunca me tivesses conhecido». E na verdade, Thompson nunca mais se esqueceu destas palavras da bruxa. Na viagem seguinte que fez, o seu navio naufragou, e o marinheiro mal escapou com vida. Foi contudo feito prisioneiro da armada real de Portugal. Ao fim de dois anos de encarceramento, o marinheiro ia finalmente ser libertado. Foi nessa altura que a bruxa visitou a sua esposa, e lhe disse que os tormentos de Thompson ainda estavam longe de estarem acabados. E a verdade é tendo sido libertado pela coroa Portuguesa, o marinheiro embarcou num outro navio que também foi atacado, e acabou prisioneiro do rei de Espanha. Thompson acabou por passar ainda mais anos e anos de encarceramento e infortúnios. As maldiçoes podiam causar este e outros tipos de efeitos: infelicidades amorosas, má-sorte nos negócios, doenças súbitas, acidentes, mortes agonizantes. Outras maldiçoes causam efeitos menos graves, e porem perturbadores. Em 1672, soube-se do caso de uma mulher de nome Margaret Holday que havendo sido amaldiçoada através de um bruxedo, vomitava pregos, ossos, cascas de ovos, pedaços de latão, e outros objectos improváveis. Tudo aquilo que a bruxa estava a usar nos seus bruxedos para amaldiçoar a  mulher, a mulher vomitada horrorizada pela boca fora. Já na Antiga Grécia, o uso de maldiçoes era célebre, e muitos bruxedos para amaldiçoar em confeccionados e vendidos para todos os tipos de finalidades.  Quando estes bruxedos são usados em amarrações, eles são infalíveis. A pessoa não tem alternativa senão ceder. E ela cede sempre.

Sobre as possessões causadas pela bruxaria

William Perkins ( 1555 – 1602) foi um notório demonologista Inglês, cuja a obra «Discourse of the Damned Art of Witchcraft» rivalizou com a obra de James I, a maio autoridade nos assuntos da bruxaria e magia negra nos inícios do seculo XVII. Perkins não tinha paciência para as vozes que negavam a bruxaria, e alegavam que a magia negra era uma fantasia. O demonologista não apenas comprovava solidamente a existência da magia negra e dos trabalhos de magia negra através da Bíblia, como a acrescia provas empíricas e concretas de observações feitas a casos reais e testemunhados. A sua obra «Discourse» foi publicada na Alemanha em 1610, e o seu pensamento rapidamente espalhou-se por toda a Europa. Praticamente noventa anos depois, outros demonologistas famosos como Cotton Mather ( 1663 – 1728) de Nova Inglaterra apontavam os estudos de William Perkins como referencias incontornáveis sobre a magia negra, a bruxaria, as bruxas, e os trabalhos de magia negra. Nestas obras destes demonologistas, pode-se observar que a  verdade é que todos os bruxedos e trabalhos de magia negra, acabam por produzir os seus efeitos através de maldiçoes e possessões demoníacas que são direccionadas e infligidas a uma certa criatura. Nesses casos a vítima é infestada e faz-se-lhe sofrer padecimentos e assombrações espirituais até que ela ceda aos objectivos do bruxedo. Cedendo as assombrações a padecimentos cessam, e porem teimando em resistir então os padecimentos e tormentos persistem a assombrar a vitima, aumentando paulatinamente, até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Não há escapatória, e é assim que operam as bruxarias. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Exemplo disso pode-se obter no notório caso das bruxas de Colonia, na Alemanha. O caso sucedeu entre 1625, quando se soube que a celebra bruxa Catherine Henot tinha embruxado algumas freiras do convento de St. Claire. A verdade é que por consequência do bruxedo, as freiras manifestavam violentos sintomas de possessão demoníaca.

Normalmente a pessoa infestada de espíritos, costuma ser invadida apenas por um espírito. Porem, há casos raros em que a pessoa foi invadida por varias entidades. Em 1583, uma jovem rapariga de Viena foi observada por padres jesuítas, estava sob uma forte possessão demoníaca. Verificou-se que ela era possuída sucessivamente por vários demónios, havendo-se contado dezenas de presenças diferentes em momentos diferentes. Investigando mais profundamente sobre a causa daquela normalidade, descobriu que a avó da rapariga era bruxa, e mantinha consigo espíritos demoníacos familiares na forma de moscas, dentro de uma jarra, e que os usava em trabalhos de magia negra. A jovem foi involuntariamente afectada pelas actividades da avó, daí que manifestasse a presença de tantas e tantas entidades, o que não é normal.

Outro caso que comprova como as bruxarias operam infestando a vitima com possessões demoníacas, ocorreu em 1671, a bruxa Elisabeth Knap de Long Island atraiu as atenções da população quando embruxou uma mulher de tal forma, que a vítima do trabalho de magia negra começou a sofrer de impressionantes sintomas de possessão demoníaca, nos quais chegaram a ser precisos seis homens para segurar na frágil mulher. Algumas das vezes, a mulher levitou de tal forma quando deitada no seu leito, que a própria cama se ergueu do soalho sem ninguém lhe tocar. Elisabeth Knap era uma bruxa que tinha feito Pacto com o Diabo, e tinha dirigido fortes trabalhos de magia negra a várias pessoas que acabaram inexplicavelmente doentes. Muitas delas, devido a amarrações nas quais o homem ou a mulher amarrados teimaram em resistir á vontade do bruxedo, e quanto mais teimavam… mais sofriam, e mais fragilizados ficavam. E porem, indo entregar-se a quem lhes tinha encomendado a amarração, imediatamente todos os padecimentos desapareciam tão misteriosamente quanto tinham aparecido. A bruxa lançava trabalhos de magia negra impiedosos, e era por isso temida por muitos, e porem abundantemente requisitada por outros. As suas amarrações nunca falhavam. Nunca.

Outra das famosas bruxas de Connecticut foi Mary Johnson. Em 1647, a própria bruxa sempre admitiu ter sido visitada e seduzida pelo Diabo que lhe apareceu primeiramente incorporado na forma de um gato preto, e depois manifestando-se – através de possessão demoníaca – num homem. Johnson teve relações luxuriosas com o demonio, celebrando Pacto com o Diabo, e entregando-se aos caminhos da magia negra. O sangue usado na celebração de um pacto, torna-se sangue de bruxa, por contacto com o pacto. Usando de gotas do seu próprio sangue com que havia celebrado pacto, derramadas no seu caldeirão onde eram mergulhadas efígies representativas das vítimas, e lançado o seu mau-olhado sobre as figuras que ardiam no caldeirão, a bruxa conseguia infestar fosse quem fosse de forte bruxedo. Era como se as labaredas do próprio inferno fossem chamadas a entrar nas criaturas embruxadas. Mary Johnson celebrou diversos trabalhos de amarração, uns dos quais afectou o bebé de um casal. Teimando o homem embruxado em resistir ao bruxedo, e não se separar da mulher, a maldição gerada pelo bruxedo acabou por enfraquecer a saúde do bebé do casal. Porem, assim que o homem se foi entregar amorosamente á mulher que encomendou a amarração, todos os tormentos desapareceram. O caso tornou-se célebre na altura, e a bruxa tornou-se tão lendária como temida.

Já a bruxa Julian Cox ( 1593 – 1663), foi uma notória bruxa Inglesa, que ficou celebre por lançar fortes trabalhos de magia negra. A bruxa Cox tinha um espírito familiar demoníaco incorporado num sapo, e as suas bruxarias tem temidas. Ouvia-se que quando a Cox recitava o Pai Nosso diante de uma igreja ou da Bíblia, a bruxa escarnecendo da palavra de Deus, alterava sempre uma das passagens da oração, mudando-a de «não nos deixeis cair em tentação», para «deixai-nos cair em tentação». Uma das suas vítimas, foi uma jovem mulher que todas as noites passou a ser assombrada por visões de espectros e aparições de mortos, de tal forma que com o passar do tempo, caiu num estado fragilizado que chamou a atenção das pessoas á sua volta. E porem, quando a jovem se foi entregar ao cavalheiro que tinha encomendado uma amarração á bruxa, imediatamente todos os seus tormentos e assombraçoes desapareceram tão misteriosamente quanto tinham aparecido.

Assim se comprovava de que forma é que operam os bruxedos, ou seja: ou a vitima cede á intenção do bruxedo, ou então – resistindo-lhe e teimando em não ceder – , a vitima é assombrada e infestada de espíritos até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder.Não há por isso escapatória de uma bruxaria de magia negra. Nenhuma escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Um outro caso que demonstra que as bruxarias funcionam através da infestação e possessão demoníaca das suas vitimas,  foi o caso sucedido França, com a jovem Marie-Catherine Cadiére.( n. 1709). Marie-Catherine Cadiére era uma lindíssima jovem de dezoito anos, quando apesar da sua beleza decidiu entregar-se á vida religiosa. Decidiu integrar um grupo cristão de oração e devoção, para depois ingressar no convento de St Claire-d’Ollioules. Entregou-se então aos cuidados e orientação espiritual de um padre Jesuíta de cinquenta anos, de nome Jean-Baptiste Girard. Em pouco tempo a jovem e bela donzela de dezoito anos estava totalmente rendida ao padre Girard, privando com ele imenso tempo. Porem, a jovem começou a sofrer estranhos ataques espirituais. Marie-Catherine Cadiére estava a sofrer de uma forte possessão demoníaca. Sofria de episódios nos quais perdia o controlo sobre o próprio corpo, exibia olhos descolorados e feições demoníacas assustadoras, a sua voz mudava para a voz de um homem, e foi certa vez vista levitar até ao tecto, ou subir por uma parede como uma aranha. As autoridades da Igreja agiram imediatamente de forma a exorcizá-la, tentando por três vezes a libertação da jovem, porem sem sucesso. Foi durante um dos exorcismos, que o próprio demonio revelou a verdade: Marie-Catherine Cadiére tinha sido embruxada pelo padre Jean-Baptiste Girard. O padre era na verdade um padre satânico que havia corrompido os seus votos sacerdotais e feito pacto com o Diabo. Desejando possuir a jovem noviça, o padre Girard tinha-a embruxado por meios de uma bruxaria de amarração . A bruxaria funcionou impecavelmente, pelo que a jovem se entregou inteiramente ás caricias e lascivos desejos do padre satânico. Porem, havendo a jovem começado a resistir á continuação daquele relacionamento herético e proibido, então a possessão demoníaca causada pelo bruxedo aumentou a tal ponto, que o malefício se tornou visível diante de todos quando os sintomas de possessão demoníaca se tornaram muito evidentes. Porem, assim que a jovem Marie-Catherine se foi entregar ás caricias e luxuria do padre satânico, imediatamente todos os seus sofrimentos desapareceram tão misteriosamente quanto tinham aparecido.

Assim se comprovava aquilo que dizem os mais antigos grimórios de magia negra:  as bruxarias fazem a vítima ser invadida de forte possessão demoníaca, por forma a obriga-la a ceder aos desejos do mandante do bruxedo. Cedendo a vítima entrega-se a todos os caprichos do mandante do bruxedo. Porem resistindo, a vítima sofre um purgatórios de tormentos até ceder, e teimando em resistir então os tormentos aumentam até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Assim operam as bruxarias de magia negra. E uma coisa é certa: a vítima nunca mais se livra da bruxaria, nem da sombra de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E cede sempre.

Por isso, se queremos entender como funciona a bruxaria, temos de compreender que é através deste meio que os bruxedos funcionam, e para o compreender melhor o fenómeno, devemos mergulhar nos conhecimentos mais ancestrais sobre essa pratica espiritual.

Bruxaria da na Grécia da Antiguidade

Quando falamos de magia negra ou de bruxaria, mais concretamente na antiguidade, ( nas civilizações Egípcia, Grega e Romana), estas revestem-se de processos esotéricos que foram beber aos conhecimentos místicos mais ancestrais e que ainda hoje perduram nas actuais praticas magicas.

Sendo que os mais ancestrais saberes se perderam ao longo dos tempos, podemos encontrar nessas civilizações da Antiguidade, ( civilizações Greco-Romanas e Egípcia), fontes de conhecimento bastante esclarecedoras.

Antes demais, é curioso é verificar que nas praticas magicas da Antiguidade Clássica, toda a bruxaria era operada através de maldições e possessões demoníacas. ( Para saber mais sobre possessões, leia: MAGIA NEGRA E POSSESSÕES DEMONÍACAS)

Nos tempos Greco-Romanos e Egípcios, existiam vários tipos de maldições para vários fins.

Nesses tempos, haviam 5 tipos de finalidades de maldições na bruxaria da antiguidade:

  • 1-litigio- realizadas para vencer litígios, seja em tribunais, na vida pessoal, ou social, ou na politica
  • 2-competição – realizadas para vencer competições desportivas ou na arte
  • 3-oficio – realizadas para vencer nos negócios, nos assuntos profissionais e financeiros, etc.
  • 4-erotica – realizadas para unir ou desunir pessoas, seja sentimentalmente seja sexualmente
  • 5-justiça – realizadas para obter vingança

Como podemos concluir, ontem como hoje os objectivos da bruxaria permanecem inalterados, e um nítido exemplo disso são as amarrações, que continuam hoje como nesses idos tempos a serem frequentemente solicitadas nos mais diversos casos. ( para saber mais sobre amarrações, leia: PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE AMARRAÇÕES)

As maldições e possessões demoníacas que a bruxaria produzia nesses tempos, eram realizadas com as 5 finalidades acima descritas e no fundo, e como vamos compreender mais adiante, toda a bruxaria era, (e ainda é e sempe será), feita com recurso a maldições e possessões demoníacas que são materializadas com recurso á necromancia.

No entanto, veja-se que a maldição de que se falava na Antiguidade Clássica, na verdade correspondia a uma forma de bruxaria e nao exactamente ao conceito de maldição como hoje em dia é comummente entendido.

Hoje em dia quando falamos de «maldição», entendemos imediatamente tratar-se de uma espécie de praga destinada a matar ou eliminar alguém.

No entanto, as maldições e possessões demoníacas produzidas pela bruxaria, não tinham propriamente objectivo de matar, ( pelo menos, nem sempre…), mas antes elas podiam e eram direccionadas a causar um certo efeito na vida da pessoa visada.

Podiam e eram maldições e possessões demoníacas temporárias, condenando alguém a fins como:

– ter um desejo sexual louco por uma certa pessoa; ou condenando alguém a perder uma causa na justiça; ou condenando alguém a perder um grande negocio em detrimento de outrem; ou condenando alguém a perder uma prova desportiva em detrimento de segunda pessoa; ou condenando alguém a casar com certa pessoa; etc.

As maldições eram inscritas em Placas de Maldições, ( que eram placas maleáveis como papiro, mas feitas de chumbo, ou então mesmo em papiro tratado para esse especial fim), assim como em bonecas do tipo Vodu.

3- A bruxaria e as Bonecas Vodu

Na verdade, as bonecas tipo vodu são muito mais antigas do que comummente se julga.

Essas bonecas de maldições, onde eram trespassados alfinetes e inscritas tanto orações como os pedidos da bruxaria realizada, remontam ao antigo Egipto.

Exemplos delas podemos encontrar no museu do Louvre em Paris, onde ali estão exibidas bonecas usadas para fins mágicos que remontam a II-III d.C. e mesmo períodos anteriores da antiguidade Egípcia.

As bonecas de vodu, como hoje sao conhecidas, eram denominadas «Kolossoi» entre os magos Gregos.

As maldições eram executadas atraves da boneca, torcendo das formas mais violentas os membros dessa, assim como horríveis mutilações. Não se pretendia com isso mutilar a vitima, nem causar a destruição física do visado pela bruxaria, mas antes confundir os seus desejos, a sua vontade e os seus esforços, de forma a que se conseguisse obter um certo fim. Por exemplo:

– se se deseja uma mulher ou homem, pretende-se causar-lhe tal nível de desnorte, que essa pessoa venha a cair nos braços de alguém sem saber como, tal a forma como fica fragilizado; Se se deseja ganhar um negocio a um competidor, o objectivo é torna-lo de tal forma confuso e sem forças, que ele perca controle da situação e seja vencido; etc….

Um dos casos verídicos e mais célebres sobre trabalhos de magia negra realizados com bonecos, ocorreu na Inglaterra do século XIV. John de Notingham ( f. 1325), foi um famoso bruxo Inglês, cujos os lendários trabalhos de magia negra deixaram inscritas na historia indeléveis provas sobre a bruxaria, e a veracidade dos seus efeitos. Um dos seus mais notórios trabalhos ocorreu em 1323 quando um burgues de nome Robert de Mareschal contratou os préstimos do bruxo para lançar um bruxedo a um vizinho seu de nome Richard de Sowe . John de Notingham aceitou o trabalho, e iniciou os preparativos do mesmo retirando-se para uma casa isolada nos arredores de Coventry, onde começou a elaborar e trabalhar numa figura de cera representativa da vítima. O trabalho estava completo em 1324. Na noite de 27 de 27 de Abril, o bruxo John de Notingham chamou Robert de Mareschal á sua presença, e pediu-lhe que atirasse um pedaço de chumbo á cabeça do boneco. O homem assim o fez, e nada sucedeu. John de Notingham disse então a Robert de Mareschal que aguardasse pelo efeito. Mareschal regressou a casa sem saber aquilo que pensar, e no dia seguinte foi visitar o seu vizinho. Foi com temor que encontrou Richard de Sowe completamente desorientado. Disseram-lhe que de Sowe tinha enlouquecido subitamente durante a noite, que não se lembrava nem reconhecia ninguem á sua volta, e gritando repetia frequentemente a palavra «Flecha!». Nas semanas seguintes o homem não melhorou, até que na presença de Robert de Mareschal o bruxo John de Notingham retirou o pedaço de chumbo da cabeça da figura de cera, e trespassou no coração do boneco. Passados alguns dias, Richard de Sowe pirou ainda mais, debilitando-se fisicamente de forma inexplicável. Este caso historicamente documentado comprova o alcance e o poder da magia negra, e dos trabalhos de magia negra feitos com bonecos. Estas técnicas de magia negra, quando são aplicadas a amarrações, geram as amarrações mais infalíveis e imbatíveis. Ninguém escapa a essas amarrações, e as pessoas cedem sempre. Sempre.

Outro dos casos verídicos mais famosos de bruxaria através de bonecos de cera, ocorreu em Inglaterra, por volta de 1594. Foi dessa data que Ferdinand Stanley, conde de Derby ( 1559-1594),  encontrou na sua cama um boneco de cera feito por uma bruxa. O boneco foi imediatamente queimado, assim tentando-se travar o bruxedo. De nada serviu, pois o conde de Derby começou a ver o seu estado de saúde piorar inexplicavelmente, e veio a falecer poucos dias depois. As bruxarias celebradas através de bonecos de magia negra, sempre foram das mais temidas e imparáveis, e os seus resultados estão comprovados historicamente em célebres casos verídicos.

4- As Placas de Maldição e a origem do termo «Amarração»

Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês que se debruçou sobre o estudo da bruxaria e das bruxas. A publicação da obra «De lá Demonomanie des Sorcieres» em 1580 foi uma obra de referência no estudo do fenómeno da bruxaria. Foi um dos primeiros autores da falar do termo «amarrações» ou «ligatures», através das quais as bruxas podiam constranger as pessoas espiritualmente, levando-as a – sob a influencia de castigos espirituais infligidos espiritualmente á alma da pessoa embruxada – agir de certa forma desejada pelo bruxedo.

Em 1435, o teólogo Johannes Nider categorizou os fenómenos de maleficia ou bruxaria em sete grupos, descrevendo as várias formas como uma bruxaria pode causar mal a pessoas, instituições ou património. Nos textos dos séculos XVI e XVII, mencionam-se as ligature , – hoje em dia conhecidas como amarrações – , como formas de maleficia ou magia negra já com séculos e séculos de existência. Uma das formas de amarração mais poderosas e reputadas na Idade media, era a amarração do nó. No «compendium maleficarum» , ( o «compêndio das bruxas» de 1608), de Francesco-Maria Guazo, são descritas as varias finalidades para que a amarração do nó podia servir. Segundo e célebre exorcista e demonologista Francesco-Maria Guazo, na sua obra «compêndio das bruxas» a amarração do nó poderia levar um casal a detestar-se, mas também a permanecer ligado mesmo contra vontade de um deles. A amarração do nó poderia também causar impotência sexual no homem, ou atiçar o seu desejo por uma mulher que o amarrasse. A amarração do nó poderia causar infertilidade na mulher, como também poderia levar á gravidez onde antes era julgada impossível. A amarração era chamada de «Aiguillette» em França, e de «Ghirlanda dele Streghe» em Itália, e era celebrada pela bruxa dando alguns nós ao longo de uma corda, ou de um pedaço de couro. O bruxedo apenas se desfaria se a bruxa desfizesse os nós. O notório demonologista Jean Bodin observou estes bruxedos pessoalmente em 1567, vendo que havia cinquenta formas diferentes de dar os nós, a que acresciam outras dezenas de encantamentos diferentes, de forma a que se alcançasse um certo efeito desejado. Conforme o nó e o encantamento, então um efeito distinto ocorreria na vítima do trabalho de magia negra. O pedaço de corda ou couro, deveria sempre ser escondido dos olhos da vítima. Alguns dos sintomas que a pessoa embruxada por esta amarração poderia sentir, seriam o aparecimento de inchaços no corpo, dores no corpo, febres inesperadas, dores inesperadas, sangramentos inesperados, vómitos súbitos, grande cansaço, arrotar muito, sentir um grande peso sobre o corpo, sentir um grande abatimento, sonolência anormal, enjoos, fraqueza, abatimento, insónias ou sonhos perturbadores. A vitima da bruxaria sofreria também de visões sobrenaturais, assim como poderia começa a ver manifestações de espíritos ocorreram no seu lar, ou á sua volta. O bruxedo nunca seria quebrado, a não ser que os nós fossem desfeitos pela própria bruxa, ao mesmo tempo que proferia os encantamentos correctos.

Na Grécia e em Roma da antiguidade, já a prática das amarrações era conhecida e praticada pelos bruxos. Nesses tempos, era frequente executar bruxaria através das Placas de Maldições, que eram folhas de chumbo preparadas para a realização de actos mágicos e espirituais.

Os trabalhos de magia eram executados em papiros preparados para esse efeito.Todo este tipo de maldição inscrita nas placas ou bonecas, era denominada de «amarração».

O termo «amarração» advem do Grego «Katadesmos», «Katadesmoi», «Katadein».

O termo deriva de um verbo encontrado nas próprias placas de maldição e que significa «prender», «amarrar»,«restringir».

O termo é usado por Platão na sua obra «Republica», e refere-se tanto á forma física das placas de maldição, ( que são «enroladas», como que «amarradas» sobre si mesmas quando o feitiço nelas inscritas esta redigido e concluído), como á própria função das mesmas placas, que é «restringir» a vida de alguém.

No latim, o termo provem de «defixio» que significa igualmente amarrar e que igualmente pode ser encontrado nas placas de maldição romanas.

Por isso, o trabalho a que actualmente chamamos «amarração», nao é na verdade um trabalho exclusivamente amoroso ou com fins eróticos, tal e qual hoje comummente é entendido.

Na verdade, todo o trabalho de bruxaria era feito por via de uma maldição e possessão demoníaca , e todo esse trabalho por sua vez era denominado uma «amarração».

Explica-se:

– a amarração visava «amarrar» a pessoa visada pela bruxaria a um certo fim, a um certo destino.

Por isso se dizia que uma pessoa embruxada tinha sido «amarrada», pois a vida dessa pessoa tinha sido restringida de forma a que certo efeitos lhe sucedessem.

Daí o termo «amarração», que era igual a dizer que a pessoa fora «amarrada», ou «constrangida», ou «condicionada» de forma a que certos efeitos lhe sucedam na vida.

Na antiguidade, dizer que alguém tinha sido amarrado, era equivalente a dizer que alguém tinha sido embruxado, fosse para que finalidade fosse.

Mas o termo esotérico de «amarração» tem outra origem e explicação, esta talvez mais técnica do ponto de vista da metodologia mística.

Nesses tempos ancestrais, através do processo magico, entendia-se que a alma da pessoa visada pela bruxaria era amarrada a um espírito de um morto ou até a um espírito de um demonio, sendo que o espírito desse morto – ou de um demonio –  iria ficar na vida da pessoa amaldiçoada, até que essa pessoa cedesse ao objectivo da bruxaria na vida dessa pessoa enfeitiçada. Caso a vitima cedesse, a maldição e a possessão demoníaca cessavam, e se ela não cedesse então o espírito ali persistiria a assombrar  e atormentar á vitima até que ela capitulasse e se submetesse, ou então acabasse em desgraça. E por isso, a pessoa não tinha alternativa senão ceder.

Para melhor entender:

os cemitérios ou as suas imediações, eram por isso tidos como locais férteis para a pratica de bruxarias, porquanto neles abundavam espíritos de mortos, assim como entidades demoníacas.

placa de maldição, onde estavam inscritas orações de conjuro, a maldição e o nome da vitima, era amarrada á mão do morto, ou amarrada ao corpo do morto.

Desta forma, procurava-se que o espírito do defunto a quem a bruxaria foi amarrada, se encarregasse de ir para a vida da pessoa embruxada e cumprisse a missão que lhe foi encomendada.

No fundo, o contacto da placa de maldição com o morto, deveria levar a vitima e ser restringida pela acção do espírito desse mesmo morto.

A vitima era quase sempre assinalada na Placa de Maldição pelo seu nome e pelo nome da sua mãe, pois a mãe era uma fonte segura de identificação certa da vitima, ao passo que a identificação do pai poderia levar a equívocos.

Dessa situação, falava o provérbio latim, ao declarar: «Pater incertus, Mater certa».

5- Locais de Despacho das Placas de Maldição

As sepulturas eram os locais fundamentais para se proceder ao deposito das Placas de Maldição, e assim a completar execução de um trabalho de bruxaria por meios de uma maldição.

As sepulturas ou covas preferidas pelos bruxos, eram as de pessoa que tinham falecido tragicamente e vitimas de morte violenta.

Assim era praticado, pois diziam os velhos conhecimentos espirituais que as almas daqueles que morreram prematuramente vagueiam perto das suas covas em tormento e sem descanso, até que chegue a altura em que deveriam ter partido para o mundo espiritual. Até chegar essa hora, todos esses espíritos que vagueiam se descanso na terra, são passíveis de serem facilmente invocados.

Também os campos de batalha, assim como os locais de execução de pessoas, ou mesmo os locais em que as pessoas tinham falecido sem oportunidade de se lhes oferecer os ultimos ritos de funeral, eram tambem outros dos mais poderosos locais para a execução de bruxarias na forma de maldições.

Como já foi explicado, sabia-se que a alma de pessoas que faleceram de morte violenta, ou que o espírito de pessoas que morreram prematuramente, iriam permanecer vagueando por este mundo até que chegasse a hora em que deveriam na verdade ter falecido, e apenas nessa hora as ditas almas amarguradas abandonariam este mundo.

Como essas almas vítimas de morte violenta ou prematuras, faleceram antes dessa hora, dizia-se que esses espíritos estavam condenados a percorrer este mundo como fantasmas em tormentos. Ora, os campos de batalha e os locais de execução de criminosos eram locais férteis em pessoas que tinham sido mortas de forma violenta e certamente abreviando a sua vida, ou seja, provavelmente em alguns casos seriam pessoas que faleceram antes da sua hora.

Sabia-se igualmente que mesma sorte sofrem aqueles que morreram sem oportunidade de se lhes prestar um funeral condigno e os últimos ritos de enterro.

A esses, os Gregos denominavam «Atelestoi».

Ora, juntar ao cadáver dessas pessoas a Placa de Maldição com uma bruxaria ( sempre que possível, a Placa de Maldição era amarrada ao defunto), era influenciar o espirito atormentado desse defunto a atormentar a vida da pessoa visada pela bruxaria, causando-lhe assim restrições. Essas restrições que a vitima iria sofrer, iriam a seu tempo conduzir á produção dos objectivos ditados pela magia que fora feita.

Se por exemplo uma maldição tinha sido lançada para que um desportista perdesse uma competição, o espírito do morto ao qual essa pessoa foi «amarrada» iria actuar na vida dessa mesma pessoa de forma a afectar-lhe e restringir-lhe a saúde tanto psicológica como física. A seu tempo, a vítima acabava por ficar desconcentrada, descontrolada e mesmo fragilizada tanto mentalmente como fisicamente, o que facilmente podia conduzir ao aparecimento de lesões e subsequentemente á perda de uma competição. Por este breve exemplo, é fácil entender como um espírito que foi «amarrado» á vida de uma pessoa, pode «restringir» essa mesma de forma produzir os efeitos desejados por uma maldição.

Ao espírito do atormentado era endereçado um pedido, e o atormentado iria fazer com que esse pedido fosse realizado na vida da vitima dessa bruxaria.

6- Como funciona a Bruxaria: as Maldições e Possessões na forma das Amarrações

Tal como se pode verificar por todo o exposto, o termo«amarração» descrevia nao apenas uma bruxaria com fins sentimentais ou eróticos, mas antes tudo aquilo que era uma bruxaria.

Podemos mesmo concluir que o termo «amarração», nasce desta pratica magica de natureza necromante, ou seja, a bruxaria por via da qual uma maldição era «amarrada» a um morto, de forma a que o espírito desse morto fosse também «amarrado» á alma da pessoa atingida pela feitiçaria, de forma a que o espírito do morto «restringisse» a sua vitima e assim, fizesse cumprir na vida da mesma os fins a que o trabalho se propunha cumprir.

Como também podemos facilmente concluir, toda a bruxaria esta fortemente ligada á produção de maldiçõespossessões demoníacas com fins específicos, e a execução dessas maldições é conseguida através de processos de invocação de espíritos de mortos.

E logo assim, entendemos que os espíritos dos mortos, uma vez «amarrados» á pessoa atingida pela bruxaria, causam nas suas vitimas uma acção de «amarração», ou seja, «restringe» a vida dessa pessoa de tal forma até que nela vão suceder os eventos enunciados pela maldição.

Estes esclarecimentos históricos são importantes, para que se possa compreender como, na verdade, funciona a bruxaria que pode afectar a vida de uma pessoa, de uma família, de um lar ou ate mesmo de uma instituição.

A célebre obra Malleus maleficarum (1486), afirma que «Certos anjos caídos do céu são agora demónios, e é reconhecido que pela sua natureza, eles são capazes de produzir grandes feitos, prodígios que são impossíveis aos ser humano. E aquelas através das quais os demónios produzem tais feitos, são as bruxas.» Dessa forma, o Malleus maleficarum acaba por definir a bruxa enquanto alguém que se tendo vinculado aos demónios, produz através deles e da sua invocação, uma certa obra e efeitos neste mundo. Logo, depreende-se que onde uma bruxaria entra, na verdade entraram os espíritos de trevas e demónios invocados pela bruxa, ou comandados pelo demónios com quem a bruxa tem vinculo. È dessa forma que a bruxaria opera os seus efeitos: infestando a vítima de espíritos de trevas e demónios, que nela vão trabalhar a fim de a levar a ceder ao objectivo da bruxaria que lhe foi lançada. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Já São Tomás de Aquino ( 1225-74), afirmava que enquanto a completa fidelidade a Deus definia os santos, já a completa infidelidade a Deus, ou a fidelidade ao Diabo, definia as bruxas. São Tomás rebatia fortemente aqueles que diziam que o Diabo, os demónios e as bruxas eram apenas frutos da imaginação, ou da ignorância, e que alegavam que tudo aquilo que se considerava bruxaria eram na verdade fenómenos com explicação racional, porem observados á luz da crendice. A verdade, é que conforme disse o decadente poeta francês Charles Baudelaire (1821- 1867),uma das formas do Diabo disfarçar a sua obra e agir impunemente neste mundo, é justamente fazendo-se desacreditar a si mesmo aos olhos do mundo, com todo o tipo de explicações racionais. Mas a verdade é que enquanto as explicações vão e vem ao longo dos séculos, porem o Diabo cá permanece, e os mistérios nunca acabam. E por muitas explicações racionais que se busquem, nunca ninguém conseguiu provar que ele não existe, e que as suas obras não foram fruto da sua acção insinuando-se neste mundo.

O histórico teólogo Santo Agostinho ( 345-430) diz na sua obra que «o diabo insinua-se pelos sentidos» Depreende-se por isso, que o poder do Diabo para influenciar o homem vem dessa manipulação dos seus sentidos. Por isso, é dessa forma que uma bruxaria age no embruxado: seja concedendo-lhe paz e alívio quando o embruxado faz aquilo que o bruxedo deseja, ou causando-lhe tormentos quando o homem resiste aos fins do bruxedo. Resistindo, o bruxedo afectará os sentidos da vítima, e pode fazê-lo de muitas formas: fazendo-o presenciar assombrações e aparições nocturnas, ou instigando-lhe estados ora depressivos ora alterados, ou perseguindo-o tortuosamente com uma ideia ou sensação, ou inspirando-lhe temores nocturnos, etc. São muitas as formas através das quais o bruxedo por insinuar-se vítima, levando-a a ceder aos seus fins. E se ela ceder, então cessam os tormentos. E se ela não ceder, então a bruxaria ali persiste até ao fim da vitima. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, a vitima nunca mais se livra do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Conforme faz notar a encyclopedia de Oxford sobre «Witchcraft in the early Modern Europe and Colonial America», a magia erótica ou amorosa sempre foi particularmente forte, e particularmente violenta, pois que funciona essencialmente por meios coercivos. Nela, a vítima é castigada até ceder ao mandante da magia negra. Usam-se de todos os meios, desde queimar a efígie de uma pessoa em caldeirão para que a  alma da vitima arda como se ardesse no fogo do inferno em padecimentos ate que ceda aos fins do bruxedo; usam-se de agulhas que trespassando um boneco baptizado com o nome da vitima, então essa criatura sofra padecimentos e aflições ate ceder ao mandante da bruxaria; entoam-se encantamentos nos quais se diz «Sofrerás até que te entregues, e se não te entregares então que fiques num purgatório de tormentos», etc. Tal facto é intemporal, e pode ser historicamente comprovado, conforme se pode observar no caso da bruxa Ganbrina. A bruxa Ganbrina era abundatemente requisitada devido ás suas amarrações, e imensas era as mulheres de todas as condições sociais que a procuravam, desde a mais humilde camponesa á mais elevada dama da realeza, umas procurando que o marido largasse a concubina, e outras desejando ser as concubinas preferidas do marido de outrem.  E a todas a bruxa dizia o mesmo: o meio para isso é apenas um, e é a coerção. Apenas forçado o homem se entregará, porque se fosse para se entregar de seu livre humor ou capricho, então ele já o teria feito por si mesmo. Logo: se não o faz de sua livre vontade, é porque não o quer. E se não quer, então apenas forçando-o é que ele cederá. A linguagem da força é a única linguagem que o homem conhece, pois que o homem não é dado ás subtilezas que são típicas do reino feminino. O caso da bruxa Ganbrina foi célebre, e acabou registado na obra «Una strega reggiana» de 1906.

Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, o demonologista Remy faz nota que «O Diabo tem permissão para tentar os homens, não para muda-los, nem tomar decisões por eles». Por isso mesmo é que uma bruxaria de amarração não muda ninguém. O que ela faz é induzir a sua vítima a tomar uma certa decisão ou adoptar um certo comportamento, mesmo contra a sua própria vontade. Seja por tentações, seja por assombrações e castigos, a bruxaria de amarração faz por condicionar a vítima a fazer uma certa coisa. A bruxaria é usada como um chicote ou uma chibata é usada para fazer uma mula ou um cavalo caminharem no sentido que se deseja, quer o animal queira, ou não. E o animal tendo freios e andando ao sabor do chicote, lá acaba andando pelo caminho que o seu dono quer. Com o embruxado, sucede exactamente o mesmo. Mas isso não retira o livre-arbítrio ao embruxado. Repetimos as palavras do célebre demonologista Remy, nas quais ele dizia «O Diabo tem permissão para tentar os homens, não para muda-los, nem tomar decisões por eles». Significa isto: a magia negra não muda ninguém, nem transforma um homem num burro, nem num vegetal. Logo, a pessoa continua livre de teimar e resistir, tal conforme a mula acoitada também tem o seu direito a protestar, e resistir, e dar coices; da mesma forma, também a vítima do bruxedo mantém intacta a prerrogativa de poder protestar, resmungar, resistir e teimar. Porem, a mula mesmo apesar dos coices e protestos, á força do chicote acaba onde o seu senhor quer. O mesmo se passa com a bruxaria: á força do bruxedo e dos seus castigos, também a vítima acaba onde o bruxedo manda. Ou isso, ou acaba em desgraça, tal conforme aquele gado inútil para outras tarefas, acaba no talho. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, nem a mula jamais se livra do seu dono, nem a vítima de uma bruxaria nunca mais se livra do bruxedo, nem da sombra de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E acaba sempre por ceder.

7- Que sintomas revela uma pessoa amaldiçoada e possuída ( embruxada) ?

Toda a bruxaria e trabalhos de magia negra, funcionam através de maldições e possessões demoníacas que visam insinuar-se e influenciar alguém no sentido de se produzir um certo efeito.

Existem maldições de magia negra que podem ser lançadas para todos os fins:

Eróticos, de vingança, de aproximação, de domínio, de afastamento, de submissão, de impotência, de exaltação, etc…

Um dos exemplos bíblicos de uma pessoa sob maldição, podemos encontra no Faraó que avisado por Moisés para libertar o povo Judeu, viu a sua vida «enguiçada» com praga sobre praga a um ponto que tanto a sua vida pessoal, como a a existência do seu estado, se viu ameaçada.

Outro dos exemplos bíblicos de uma pessoa sob maldição,podemos encontrar no rei Saul, que atormentado por demónios vindos de Deus, ficou de tal forma fragilizado que acabou por ceder o seu trono a David.

Por tudo isso, crê-se que uma pessoa que se encontre sobre efeito de uma maldição oriunda de um malefício, ( feitiçaria), normalmente exibe o seguinte quadro de sintomas, ( nem sempre exibe todos estes sintomas, pode exibir apenas um ou alguns deles, ou pode não ser visível o tormento se ele ocorrer apenas a nível espiritual):

1-ocorrência de problemas sistemáticos na vida da vitima, sejam revezes, contratempos, imprevistos, tribulações, etc

2-ocorrência de estados de acentuada irritabilidade, e por isso estados reveladores de desequilíbrio e perturbação espiritual

3-ocorrência de distúrbios no sono ou sonolências anormais, e que costuma ser um sinal da infestação de espíritos

4-ocorrência de estados espirituais perturbados, inclusive pesadelos e sonhos intensos, ( alguns recorrentes), ou completa amnésia quanto ás suas actividades oníricas tal é o grau de intensidade das mesmas

5-um certo alheamento relativamente á vida, ou a súbita tomada de decisões quase inexplicáveis ate pela própria pessoa

6-ocorrência de falta anormal de interesse sexual , ou um implausível mas tremendo e ávido interesse carnal

7-Ocorrência de climas de desarmonia, intranquilidade e falta de paz na família, no trabalho ou em geral na vida da vitima

8- Ocorrência de estados psicológicos fragilizados, ou de isolamento, ou de indecisão e que teimam em fazer a pessoa cair em atitudes erráticas ou contraditórias

9- Por vezes mesmo, a persistência de dores de cabeça que se verifiquem não possuir qualquer explicação médica, mas que teimam em perseguir a pessoa

10-. Um estado geral de má sorte, bloqueios e impedimentos  que parece perseguir de tempos a tempos a vida de uma pessoa

11-A pessoa amaldiçoada pode mesmo revelar comportamentos rebeldes, ou que evidenciam uma revolta mais ou menos inexplicável, ou que manifestam uma tendência para vícios que não tem causa lógica, ou ate mesmo um sentimento de frustração e desconforto que persiste em acompanhar a pessoa, pois que ela esta sendo infestada por espíritos e mesmo não tendo disso consciência, ( pois que os seus olhos não os vêem), a pessoa contudo pressente no seu intimo que algo não esta certo e acaba por manifestar condutas algo desorientadas, contraditórias, impacientes, revoltosas, indecisas, atípicas, como se a pessoa parecesse não estar totalmente «em si mesma», ou não soubesse bem o que quer, ou tanto hoje actuasse num sentido e amanha noutro, ou pareça evidenciar um estado de  irritabilidade e intolerância.

12-Ocorrencia de ruídos estranhos, barulhos e sons e inexplicáveis no seu lar, especialmente em períodos nocturnos, e mais concretamente nas horas antes e após as 3 da madrugada.

13- Ocorrência de desaparecimentos inexplicáveis de objectos que por vezes tendem a mais tarde reaparecer sem qualquer explicação lógica

14- A pessoa andará com a vida aos tombos, caída por maus caminhos e sempre pisando em maus trilhos – acompanhada de más companhias e entregando-se a quem jamais lhe dará felicidade de verdade – pois que ela jamais encontrará felicidade que sempre dure nem paz duradoura, e por isso ela andará de mão em mão, perdida sem rumo certo nem bom destino, e assim ela andará como o povo de Deus andou 40 anos vagueando no deserto ate ceder á maldição de Deus. Ela será por isso uma pessoa que vai viver chafurdando nas suas próprias teimosias ate se farte de chafurdar, e ela será uma pessoa com a vida á deriva pelas derivas que a levarão hoje para aqui e amanha para ali, pois que sendo banida da luz de Deus então ela jamais terá um bom destino senão deixando de chafurdar nas suas teimosia e largando das suas obstinações. E porem: enquanto assim não suceder, então em desviados trilhos ela trilhará para jamais encontrar um bom destino.

15- Ocorrência de visões de espíritos em visões nocturnas, ou a nítida sensação da presença deles, ou a avistamento inexplicado de vultos

16- Ocorrência de experiências estranhas com animais que tendem a ou a infestar uma casa, ou a teimar em aparecer ou a comportar-se de forma estranha diante da sua presença, (animais como: cães, gatos, cavalos, serpentes, pombas, mochos, aranhas, moscas, corujas, lagartos, abelhas, vermes, insetos, etc)

17-Uma sistemática e inexplicável ocorrência de fenómenos estranhos á sua volta com equipamentos eléctricos ou electrónicos que tendem a parar de funcionar, ou funcionam de forma estranha, ou a avariar-se sem explicação e de forma anormalmente persistente

18-Ocorrência sistemática e sem explicação médica de uma sensação de angústia que teima em perseguir a sua vida, e que normalmente decorre da sua alma poder encontrar-se sob influência de uma maldição ou malefício

Alguns dos efeitos de uma maldição ou possessão demoníaca operam-se de forma visível aos olhos, ( nomeadamente aqueles que correspondem a eventos negativos que sucedem na vida de uma pessoa, ou a comportamentos exteriores que ela evidencia), ao passo que outros efeitos operam-se de forma invisível pois que se manifestam em tormentos espirituais internos na pessoa amaldiçoada.

Uma maldição ou uma  possessão demoníaca   nem sempre é algo visível, pois que é um fenómeno que opera a nível espiritual, infestando a alma de uma pessoa.

Assim, embora não sendo maioritária nem obrigatoriamente visível, a maldição é um fenómeno terrível e devastador.

As sagradas escrituras atestam que o criador das bênçãos e das maldições foi Deus, pois que Ele assim o anunciou em Deuteronómio 11,26 ao revelar:

«Vede! Hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição».

Sabe-se por isso que a maldição é uma poderosíssima obra de Deus, e é um dos instrumentos pelos quais opera a magia negra, ( a magia opera fundamentalmente através de processos de conjuração espiritual  – como intercedências ou consagrações – que visam apelar a forças espirituais para que se gerem bênçãos ou maldições sobre alguém ou sobre algo),  uma pessoa, instituição ou local que seja amaldiçoados por um processo místico, ( a isso se chama comummente um «bruxedo»), permanecerá amaldiçoada ate que ceda aos fins da maldição, e amaldiçoada fique enquanto não ceder, e que assim suceda ate que ceda ou amaldiçoada permaneça. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E acaba sempre por ceder.

 

7 – Depois de lançada uma maldição sobre uma criatura, que sucede á sua vitima?

Um exemplo historicamente documentado de como funciona uma maldição lançada através de bruxaria, ocorreu na Inglaterra do século XIV. John de Notingham ( f. 1325), foi um famoso bruxo Inglês, cujos os lendários trabalhos de magia negra deixaram inscritas na historia indeléveis provas sobre a bruxaria, e a veracidade dos seus efeitos. Um dos seus mais notórios trabalhos ocorreu em 1323 quando um burguês de nome Robert de Mareschal contratou os préstimos do bruxo para lançar um bruxedo a um vizinho seu de nome Richard de Sowe . John de Notingham aceitou o trabalho, e iniciou os preparativos do mesmo retirando-se para uma casa isolada nos arredores de Coventry, onde começou a elaborar e trabalhar numa figura de cera representativa da vítima. O trabalho estava completo em 1324. Na noite de 27 de 27 de Abril, o bruxo John de Notingham chamou Robert de Mareschal á sua presença, e pediu-lhe que atirasse um pedaço de chumbo á cabeça do boneco. O homem assim o fez, e nada sucedeu. John de Notingham disse então a Robert de Mareschal que aguardasse pelo efeito. Mareschal regressou a casa sem saber aquilo que pensar, e no dia seguinte foi visitar o seu vizinho. Foi com temor que encontrou Richard de Sowe completamente desorientado. Disseram-lhe que de Sowe tinha enlouquecido subitamente durante a noite, que não se lembrava nem reconhecia ninguém á sua volta, e gritando repetia frequentemente a palavra «Flecha!». Nas semanas seguintes o homem não melhorou, até que na presença de Robert de Mareschal o bruxo John de Notingham retirou o pedaço de chumbo da cabeça da figura de cera, e trespassou no coração do boneco. Passados alguns dias, Richard de Sowe pirou ainda mais, debilitando-se fisicamente de forma inexplicável, e faleceu. Este caso historicamente documentado comprova o alcance e o poder das maldiçoes lançadas pela bruxaria. Estas técnicas de magia negra quando são aplicadas ás amarrações, geram amarrações completamente imbatíveis e infalíveis.

Há vários outros exemplos históricos que atestam como a bruxaria funciona através do lançamento de maldições. Um desses exemplos ocorreu na Inglaterra, em 1596 , e foi o caso da bruxa Alice Gooderidge de Stapenhill, famosa pelas suas pragas e maldições lançadas na forma de versos, e que resultavam sempre. Cada verso da bruxa era temido, pois uma vez dito relativamente a alguém ou num trabalho de magia negra, então aquilo que havia sido recitado acaba – de uma forma ou de outra – por suceder ás vitimas dos seus bruxedos. A bruxa Alice Gooderidge tinha vários espíritos demoníacos familiares ao seus serviço que ela alimentava com algumas gotas do seu sangue de bruxa misturados na sua alimentação, conforme a sua mãe lhe havia ensinado. Também a sua mãe, Elisazabeth Wright, fora uma bruxa bastante reputada nos meios do oculto, igualmente pode lançar severos estados de possessão demoníaca e maldições através de trabalhos de magia negra. Conforme o demonio tinha escolhido a mãe Elizabeth, também depois escolheu e recrutou a sua filha Alice, atribuindo-lhe os mesmos dons de lançar maldiçoes e induzir a possessões demoníacas .

Depois de uma maldição ou possessão demoníaca  , ( seja qual for o seu fim), estar lançada com sucesso sobre a criatura amaldiçoada, será a sua força, ( ou fraqueza espiritual), que irá ditar em quanto tempo ela sucumbirá aos fins que ela maldição pretende impor. Ela será infestada de forma gradual mas firme, a fim de ser lentamente torturada ate ser forçada a cair no objectivo da maldição. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Ensina-nos a bíblia que perante a maldição de Deus, ( que Moisés lhe transmitiu), o Faraó foi forçado a libertar o povo hebraico, ao passo que o rei Saul atacado por uma maldição, (por um espírito mau ao serviço de Deus),  foi induzido a uma série de circunstâncias que o levaram a perder o seu trono. Cada um deles, demorou o seu tempo a cair na maldição. O Faraó avisado por Moisés, necessitou de 10 pragas e mesmo assim insistiu em perseguir o povo de Deus, não se vergando perante a maldição e levando o seu exército a uma enorme perda. Por assim ser, sabe-se que se a pessoa for espiritualmente mais forte poderá resistir, e se for espiritualmente mais fraca irá mais facilmente cair aos fins do malefício.

Assim sendo:

Toda a bruxaria de magia negra, todos os trabalhos de magia negra, funcionam através de maldições e possessões demoníacas que visam insinuar-se e influenciar alguém no sentido de se produzir um certo efeito.

As maldições e possessões demoníacas , segundo se crê em certos círculos ocultistas, tendem a começar a produzir os seus efeitos 7 a 21 dias após um trabalho de magia negra ter sido feito, ou seja:

normalmente os efeitos de um trabalho de magia negra começam ocorrendo após 7 a 21 dias depois do feitiço de amor estar lançado.

Assim sendo:

Dai em diante – vencido esse prazo de 7 a 21 dias – tudo pode começar a ocorrer, umas vezes com efeitos e sintomas quase imediatos, outras vezes gerando misteriosa e paulatinamente consequências espirituais invisíveis e imperceptíveis que podem demorar tempos e tempos indo trabalhando e moldando os destinos da pessoa amarrada até que se comecem registando alterações visíveis, pois que uns assuntos são mais fáceis de alterar que outros que são mais complexos, e por isso certos caminhos de vida são mais fáceis de modificar que outros.

Porem, se assim sucedendo a maldição ou possessão demoníaca não atingir aquilo que se pretende da vitima, então  a maldição e possessão demoniaca continuará assombrando e persistindo na vida da pessoa, atormentando-a ate que ela ceda. È mesmo assim que funcionam as bruxarias negras e os trabalhos de magia negra, ou seja:

ocorrerá sempre um de dois resultados, isto é:

1- ou a pessoa cede á maldição;

2- ou a pessoa persiste a ser castigada pela maldição até ceder, e não cedendo então o purgatório de tormentos insistirá sem parar até ao ponto da sua desgraça. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Em suma:

a vitima nunca mais se livra do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar.

Nunca mais.

E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Para entender com a criatura embruxada é levada a ceder a um trabalho de magia negra, leia: Magia negra e possessões demoniacas

Algumas maldições podem até atingir famílias, e nesse caso poderão operar ao longo de gerações, sendo que se crê que nesses casos elas podem atingir entre 3 a 7 gerações.

Assim se pode ler na obra de são Cipriano, grande bruxo que teve infernal pacto com o Diabo:

este trabalho de alta magia, deve trazer os resultados esperados dentro de 7, 14 ou 21 dias, a contar do dia do trabalho

obra de são Cipriano, versando sobre «A cruz de são Bartolomeu e são Cipriano – autentico tesouro de magia branca e da magia negra ou segredo da feitiçaria», capitulo 15º, «outro trabalho de magia negra» ,Pag 246

Pois assim sendo:

O resultado do trabalho de magia negra ocorre e renova-se em múltiplos de 7, ou seja, ele sucede dentro 7 dias, ou então dentro 14 dias, ou então dentro 21 dias.

Se porem assim não florescer, então o trabalho de magia negra persistirá em espírito insistindo e persistindo sem jamais parar, nem desistir, nem dar descanso á vitima, e assim será aos 28 dias , aos 35 dias, aos 42 dias , aos 49 dias , aos 56 dias , aos 63 dias, aos 70 dias , e por ai em diante, sempre persistindo 7 dias após 7 dias ate que a criatura embruxada ceda aos fins da bruxaria, ou teimando em resistir então permaneça amaldiçoada e castigada até que ceda, e cedendo os castigos cessam, e porem persistindo em teimar então os castigos persistirão sempre assombrando e aumentando paulatinamente até á hora da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. este o resultado de uma bruxaria, e dele não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E ela cede sempre.

Quer um poderoso trabalho de magia negra?

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