Magia negra e os demónios Jâmblicos

Magia negra e os demónios Jâmblicos

Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) célebre ocultista e demonologista Francês, autor do influente «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, dá nota da existência das bruxas ilíricas. Os povos ilíricos existiram na zona dos Balcãs, uma extensa área geográfica que inclui países como a Bulgária, Bósnia, Albânia, Servia, Croácia, Grécia e Eslovénia. As bruxas ilíricas era provenientes da área a que agora se chama Eslovénia, e ali existiram entre o século VIII a.C e  VII d.C. Há poucos vestígios da sua existência, e aquelas terras sempre foram dadas a profundos mistérios. O próprio império Romano que ali perdurou por séculos, não conseguiu preservar grandes memorias suas senão nalgumas moedas que sobreviveram ao tempo, e pouco mais. Aqueles povos sempre foram profundamente misteriosos, e aquelas terras montanhosas com as suas fantasmagóricas neblinas sempre encobriram segredos que dificilmente se revelaram. Há que sublinhar o mais icónico símbolo que aquelas regiões ofereceram ao mundo, o célebre príncipe Vlad Drakul ( 1431 – 1476),  que viveu em Bucareste, Roménia, e que haveria de ser mundialmente conhecido por Drácula. Os vampiros e bruxas são uma parte da própria essência daqueles territórios.  Nas ancestrais religiões Ilíricas, venerava-se a serpente. Com tal, as bruxas edificavam altares a Dracon, o Deus que se manifestava na serpente e que protegia o seu povo, o demónio que ensinava ás bruxas os segredos da magia negra. No Antigo Egipto, a serpente era por vez um Deus das trevas, e nas religiões primitivas sempre esteve associados a rituais de magia. Por outro lado, a serpente foi muitas vezes associada á cura, e aos segredos que trazem prodígios seja de cura, seja de magia. Na América pré-Columbiana, havia a crença na serpente emplumada de Quetzcoalt, ao passo que em Africa o culto á serpente foi predominante entre os Ashanti, tendo esse culto sobrevivido nos rituais de magia negra de Vodu.

Os Ophitas eram uma seita gnóstica que existiu no século II d.C, e o seu nome deriva da palavra grega «serpente». Os membros dos Ophitas eram chamados de naassianos, termos que deriva da palavra hebraica que designa «serpente». Os Ophitas professavam que Satanás, a serpente, era um Deus libertador que havia aberto ao homem as portas do conhecimento, contra um Deus opressor que negava o conhecimento ao homem. Algumas das visões das doutrinas do satanismo que sobreviveram ao longo dos séculos, foram também beber á doutrina oculta e gnóstica dos Ophitas.

Já nos panteões de Deuses pagãos nórdicos, Loki era o Deus do fogo, aquele que trouxe o pecado para o mundo. Os seus filhos eram o lobo Fenris, Hel a rainha do mundo dos mortos, e a serpente Midgard, a serpente marinha cuja a presença se fazia manifestar em todo o mundo. Através da associação á sua irmã Hel, senhora do mundo dos mortos, e do seu pai Loki, o Deus que trouxe o pecado ao mundo, a serpente via-se associada ao reino da magia negra, do seu poder, e dos seus profundos segredos. Eram os segredos da magia negra, que o demónio incorporando em serpente, trazia ás bruxas, segredando-os tal conforme o fez Eva e a Lilith.

No célebre grimório Demonology (1597) do Rei James I de Inglaterra (1566 –1625), dá-se nota que por consequencia do pacto que as bruxas firmam com o Demónio, «o Diabo obriga-se a ensinar ás bruxas as artes da bruxaria e as ciências da magia negra, o que é fácil ele fazer, pois ninguém nisso é mais instruído que Ele.» E sendo a serpente uma das forma que o demonio gosta de assumir neste mundo, a verdade é que a serpente desde sempre que está associada com conhecimento e á sabedoria daquilo que é oculto, e um dos conhecimentos que a serpente transmitia eram os nomes e formulas para invocar aos demónios que garantiam favorecimentos nos assuntos que a bruxa desejava abordar. Uma das classes de demónios pouco conhecidas, mas que as bruxas Ilíricas da Idade Media invocavam pois que lhes tinha sido ensinada pelo Diabo, eram os sete demónios, ou os demónios Olympicos.

O filosofo Jâmblico ( 245 – 325 d.C), assim como o célebre matemático e ocultista John Dee ( 1527 – 1609), mencionam a existência de uma classe de demónios aos quais chamam de espíritos Olímpicos, numa clara alusão aos Deuses Pagãos Gregos do Olimpo. Trata-se de sete demónios associados a sete planetas ou esferas planetárias, e que em certos círculos do oculto se tornaram conhecidos pelos demónios Jâmblicos, em referencia ao filosofo Romano que estudou ciências ocultas com os Caldeus, e foi discípulo de Porfírio, o Fenício ( 233 – 304), havendo sido estes os grandes povos e mestres que Cipriano (f. 258 d.C), conheceu na sua juventude. Cada um destes demónios governa as influências astrais que estas esferas celestes tem sobre os homens, e por isso as bruxas invocavam-nos conforme as suas características, para diferentes tipos de trabalhos de magia negra. Estes demónios estão descritos pela seguinte ordem: Aratron, que é regente de Saturno; Bethor, que governa sobre Jupiter; Phaleg, que é regente de Marte; Ock, que governa o Sol;  Haggith regente de Vénus: Ophiel que tem domínio sobre Mercúrio; e Phul que tem regência sobre a Lua. Cada um destes demónios tem sigilos que podem invocar a sua presença, e a sua influência. Para potenciar qualquer bruxedo, o demónio Phul era chamado, pois a Lua tem regência sobre todo o acto de magia negra. Para comunicar com espíritos ou obter favorecimentos financeiros, invocavam o demónio Ophiel, porquanto as energias de Mercúrio o favorecem. Para vencer em disputas ou contendas invocavam o demónio Phaleg, uma vez que a esfera de Marte favorece triunfos em guerras. Para uma amarração ou assunto amoroso, invocava-se ao demónio Haggit cuja a regência sobre o espectro de Vénus garante vitorias nos assuntos sentimentais.

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