Bruxas e bruxos: o que são bruxas, o que são bruxedos

Sobre Bruxas e bruxos

«A maior prova da existência das bruxas vem inesperadamente de Deus, e está inesperadamente na Bíblia, no Livro de Êxodo, onde diz: “Não permitirás que uma bruxa viva”. Ninguém proíbe uma coisa que não existe.»

“Uma pessoa não se torna uma bruxa para sair por aí sendo prejudicial ou para ser útil, uma visitante de terra em terra, numa vassoura. É para escapar de tudo isso – ter uma vida própria, não uma existência embonecada e determinada pelos outros. ”

Sylvia Townsend Warner

 

 

Sobre as bruxas, dizia a autora Aino Kallas ( 1878 – 1956):

“Como a partir do mesmo pedaço de barro um oleiro pode moldar um vaso ou um azulejo, o Diabo pode moldar uma bruxa num lobo ou um gato ou até mesmo um bode, sem subtrair e sem acrescentar nada a ela. Pois isso ocorre da mesma forma que o barro é moldado primeiro em um, depois moldado em outra forma, pois o Diabo é um oleiro e suas bruxas são o seu barro ”.

Assim se depreende destas palavras, que conforme Deus foi o oleiro de Adão – o primeiro homem –, pois o Diabo foi o oleiro da primeira bruxa – Lilith– . E daí em diante, existiram desde sempre o homem e as bruxas, até aos dias de hoje, e tal ideia teve eco até na literatura ao longo dos séculos. Por isso, assim se viram a descreveram as bruxas durante o decorrer dos milénios. E porem, que mais diz a Bíblia sobre as bruxas ? Na verdade, a Bíblia comprova – para alem de qualquer duvida possível – a existência de bruxas, bruxos, bruxarias, magia negra e trabalhos de magia negra.

«Bruxa, é aquela que por comercio com demónios, procura alcançar um certo objectivo.» Foi com estas palavras que na sua influente obra De la Demonomanie des Sorciers (1580), o erudito jurisconsulto e demonologista Jean Bodin (1520-96), definiu de forma muito concisa, objectiva e compreensiva, aquilo que é o conceito de bruxa.

E ao faze-lo, estava igualmente a definir o conceito de bruxedo, enquanto um «comercio com demónios», isto é, um acto através da qual a bruxa dá algo aos demónios, em troca de receber os seus favores numa certa finalidade.

E se entrarmos ainda mais profundamente nesta definição, pode-se mesmo dizer que em ultima instância, está-se também a definir o conceito geral da bruxaria enquanto o fenómeno no qual a própria bruxa se vende aos demónios, em troca dos saberes e capacidades que lhe permitem realizar os seus bruxedos.

E assim, com uma só estocada da sua pena literária, o memorável demonologista Bodin definia os conceitos de bruxa enquanto pessoa praticante de bruxaria, de bruxedo enquanto um trabalho de magia negra feito por uma bruxa, e de bruxaria enquanto o fenómeno da pratica da bruxedos aliada do culto ao Diabo, ou seja, do satanismo.

Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês que se debruçou sobre o estudo da bruxaria e das bruxas. A publicação da obra «De lá Demonomanie des Sorcieres» em 1580 foi uma obra de referência no estudo do fenómeno da bruxaria. Foi um dos primeiros autores da falar do termo «amarrações» ou «ligatures», através das quais as bruxas podiam constranger as pessoas espiritualmente, levando-as a – sob a influencia de castigos espirituais infligidos espiritualmente á alma da pessoa embruxada – agir de certa forma desejada pelo bruxedo .Teve porem o mérito de ser dos primeiros estudiosos a documentar que as bruxas não voavam literalmente nem fisicamente, mas sim e apenas em espírito, desprendendo o seu espírito do seu corpo físico, que ficava para trás inactivo e dormente na sua cama ou no seu lar, por forma a agir invisível e insuspeita. Da mesma forma, também argumentou que bruxa não se transformava literalmente nem fisicamente em lobo, nem gato, nem noutros animais, mas sim o seu espírito podia momentaneamente incorporar num desses animais, para através dele se mover neste mundo de forma indetectada. Tratava-se de uma forma de possessão temporária de um corpo de um animal, não por parte de um demónio, mas sim de uma bruxa. Ou seja: concluiu que estes fenómenos que constituíam lendas populares, eram na verdade fenómenos de natureza puramente espiritual, e não físicos. Bodin foi um dos primeiros a tentar alcançar uma definição jurídica e legal para aquilo que era uma bruxa. Escreveu Bodin que bruxo é «Aquele que conhecendo a lei de Deus, mesmo assim tenta realizar um certo acto através de um acordo com o Diabo.

E porem, que diz a Bíblia sobre as bruxas ? Na verdade, a Bíblia comprova – para alem de qualquer duvida possível – a existência de bruxas, bruxos, bruxarias, magia negra e trabalhos de magia negra.

Muitos teólogos da Idade Media encontravam também a definição da magia negra e da bruxaria na passagem bíblica do primeiro livro de Samuel, onde no capitulo quinze, verso vinte-e-três, se pode ler «A rebelião é como a bruxaria, e o porfiar [ teimar, rivalizar] é como a idolatria». Assim diziam os teólogos medievais que a magia negra e a bruxaria consistiam em práticas de rebelião para com a Igreja, essencialmente através da veneração de falsos deuses e demonios, o que constitui a idolatria, que por sua vez constitui uma forma de teimar e rivalizar com o poder de Deus, o que é uma heresia.

Nicholas Jacquier ( n. 1402), foi um padre dominicano e demonologista que escreveu diversas obras sobre bruxas e bruxaria, incluído o influente «Flagellum Haereticorum Fascinariorum» de 1452, no qual Jacquier afirma que a bruxaria é a mais forte e condenável das heresias. È a máxima heresia. Por isso mesmo, explica-se a preferência do Diabo e dos demónio por desviar as almas que mais cobiçam para os caminhos da bruxaria, pois assim estão a induzir ao mais apetecível dos pecados, que é a máxima heresia da magia negra.

A Bíblia declara com clareza que bruxo ou bruxa é «Qualquer homem ou mulher que invocar os espíritos dos mortos ou praticar feitiçarias» , conforme enunciado no Livro de Levítico

Na nova versão internacional da Bíblia, diz-se que bruxas ou bruxos são «Os homens ou mulheres que, entre vocês, forem médiuns ou consultarem os espíritos», esclarecendo porem a versão da Bíblia Revista e Corrigida,  que bruxos e bruxas são «homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho» [ i.e, que tiverem dentro de sí um espírito de bruxaria]

Assim fica claramente definido o termo de bruxo ou bruxa na bíblia, ou seja, alguém que está possuído por um espírito de bruxaria – ou quem tem dentro de sí um espírito de bruxaria – e que contacta com os mortos, contacta com os espíritos, e através dessa comunicação consegue realizar bruxedos ou feitiços.

Ora, como a arte de fazer bruxedos ou feitiços através da conjuração de espíritos e demónios é a própria noção de magia negra, então eis que aqui podemos encontrar o motivo pelo qual a noção de bruxaria anda tao intimamente ligada á noção de magia negra.

Pois assim sendo:

A definição de bruxo está bem esclarecida na Bíblia, quando os sacerdotes hebreus falaram sobre os bruxos, assim dizendo:

encantador, que consulte aos espíritos, praticante de magia, que consulte os mortos;

Deuteronomio 18:11

Pois assim está dito na Palavra de Deus:

o bruxo é aquele lança encantamentos, é aquele que pratica as ciências ocultas, é aquele que invoca espíritos, e é aquele que entra em contacto com o mundo dos mortos e das assombrações.

A bíblia é bastante explicita quando define o que é um bruxo ou uma bruxa.

Assim se pode ler na Sagrada Escritura sobre o episódio da escrava bruxa que são Paulo encontrou na cidade de Filipos, na Macedónia:

Uma jovem escrava (…) estava possuída por um espírito de adivinhação:[ i.e uma jovem mulher estava possuída por um espírito de bruxaria ] (…)  e dava muito lucro aos seus patrões (…) Paulo voltou-se e disse ao espírito: «Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo: sai desta mulher!» E o espírito saiu imediatamente

Actos apóstolos 16,16-18

Assim se vê como são Paulo se encontrou com aquilo a que hoje em dia se chama de uma bruxa, ou seja, alguém que tinha dentro de sí aquilo a que a Bíblia se refere como um «espírito de adivinhação»; Note-se que o termo «espírito de adivinhação» e «espírito de bruxaria» eram termos popularmente usados para ser referir á mesma pratica espiritual, ou seja, á prática de bruxaria, pois que normalmente toda a bruxa possui algum nível de dom de vidência, que é um dos dons ocultos ou dons de trevas que a possessão por espíritos de trevas ou espíritos de magia negra tendem a conceder aos possessos por espíritos demoníacos dessa natureza, especialmente os espíritos de bruxaria.

Por isso, assim revela a Bíblia que uma bruxa ou um bruxo é alguém possuído por um espírito de bruxaria, sendo que é esse espírito de trevas que lhe concede as capacidades para exercer as artes da feitiçaria e ofícios da bruxaria.

Sobre o que são bruxos e bruxas, outro exemplo se pode encontrar na Bíblia, onde assim se pode ler:

Então, disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira,  [i.e. uma mulher que tem um espirito de bruxa dentro dela ]  para que vá a ela e a consulte. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar.[ i.e uma mulher que tem dentro dela um espirito de vidência e bruxaria ]

1 Samuel 28,7

Pois assim se observa: Tal como no episódio da bruxa escrava que sao Paulo encontrou, e através do qual se fica a saber aquilo que a Bíblia define muito claramente como o que é um bruxo ou uma bruxa, também o mesmo conceito de bruxo ou bruxa pode confirmar-se na Bíblia através de um outro episódio, o episódio da bruxa de Endor, onde ali está escrito que Saul foi consultar uma bruxa que morava no Vale de Jizreel, ou seja, uma mulher que tinha um espírito de bruxaria dentro dela, e que consultava os mortos.

Por isso, assim se confirma: a bruxa e o bruxo são pessoas com dom de comunicar com os espíritos, com as almas, com os mortos, até com demónios, e esse dom é concedido pelo espírito de bruxaria que habita no corpo do bruxo ou bruxa. È com base nesse dom, que depois se edificam todas as demais artes de bruxedos, feitiços e encantamentos que os bruxos e bruxas praticam nos seus ofícios de magia negra.

A bruxaria e os bruxos estão por isso intimamente ligados á magia negra, pois que para se ser bruxo ou bruxa deve-se ter sido possuído por um espírito de bruxaria, e os espíritos de bruxaria sao espíritos pertencentes aos domínios dos demonios, ao reino das entidades de trevas, ao Hades, que é o infernal trono do mundo do túmulo. Por isso: se um profeta ou um santo sao pessoas possuídas por espiritos dos domínios da luz e do reino celestial, já os bruxos ou bruxas são exactamente o oposto, ou seja, são pessoas possuídas por espíritos dos domínios infernais, do reino das trevas, do trono do mundo do Túmulo.

Por isso mesmo, a magia negra é sempre mencionada quando se fala de bruxaria, e também por isso muitas das vezes refere-se a questão da possessão demoníaca para falar sobre este tema. Porem, ao avaliarmos o assunto, há que distinguir duas situações completamente diferentes e distintas, ou seja, a diferença entre as possessões demoníacas involuntárias e voluntárias. Ou seja:

A diferença entre um bruxo ou bruxa, e uma vítima ocasional de uma passageira possessão demoníaca, é que a vítima de possessão demoníaca é invadida por um espírito contra a sua própria vontade, num processo violento e violentador, que deixa a própria pessoa sem controlo sobre sí mesma, e numa situação dramática, caída sob o poder a influencia de um demónio. Ao contrario, o bruxo ou a bruxa são possuídos pelo espírito de bruxaria de livre vontade, ou seja, é uma possessão desejada e consentida, que uma vez consumada funciona como uma parceria ou  como uma simbiose entre o espírito de trevas e o bruxo, ou seja, o espírito de bruxaria usa o bruxo como receptáculo para nele habitar e exercer as suas influencias neste mundo, ao passo que o bruxo conserva a sua autonomia e usa dos dons das trevas que a possessão demoníaca confere para praticar os ofícios da bruxaria.

Que um espírito de uma certa natureza pode entrar numa pessoa, isso a Bíblia descreve com grande detalhe. Conforme diz a Bíblia, Deus é espírito – João 4,24 – e Deus é senhor dos espíritos –  Números 27,15 – , e já varias foram as vezes que espíritos provindos de Deus entraram em pessoas fazendo-as falar, profetizar e praticar actos com o poder de Deus. Pois no caso da bruxaria, trata-se do mesmo processo através do qual o espírito santo entra numa pessoa, só que ao contrario, inversamente e ao oposto, ou seja, é um espírito de trevas, um espírito de bruxaria ou um espírito de magia negra que entra na pessoa escolhida, e possuindo essa pessoa, lhe concede a capacidade de praticar as artes e actos da bruxaria.

 

As bruxas e as feiticeiras

Um ancestral ditado, ( documentado por J. Leite de Vasconcellos1858; 1941), na sua obra sobre Tradições Populares, (de 1883), afirma que: «A bruxa nasce, a feiticeira faz-se».

Significa isto, que desde há muito se tem a consciência que uma bruxa já nasce bruxa, isto é, já nasce com um dom espiritual e místico inato, espontâneo, que lhe permite “per se” ser bruxa, pela sua própria natureza intrínseca. Já porem a feiticeira, é alguem perfeitamente normal, mas que alcança algum grau de dom espiritual e sobrenatural através do estudo de conhecimentos e tradições ocultas.

Procurando fazer a distinção entre bruxas e feiticeiras, Consigliere Pedroso – 1851; 1910, elaborou um compendio de relatos e testemunhos sobre bruxas identificadas pelas autoridades da Igreja. Os relatos confirmam este mesmo ancestral ditado popular.

Porem, outras versões existem sobre a origem de uma bruxa. Essas versões coincidem em afirmar que uma bruxa se torna bruxa, através de dois meios possíveis: ou o coito com um demónio; ou recebendo o dom de bruxa por herança. Quanto ao primeiro caminho para a formalização do caminho da nova bruxa, ele consiste na ocorrência de relações carnais entre a futura bruxa e um demónio incorporado em carne humana;  geralmente, chegado o momento certo, a nova bruxa é abordada e seduzida por um demónio, e com ele acaba por consumar um frenesi de luxuria infernal e pecaminosa. Em troca, o demónio conceder-lhe-á conhecimentos ocultos e instrumentos mágicos com os quais a bruxa passará a realizar as suas artes de bruxaria.

; Já quanto ao segundo caminho, é dito que se alguem tem por parente um ascendente, ( seja ele imediato, seja um longínquo ancestral), que possuía o dom da bruxaria, então esse dom poderá passar para a nova bruxa, assim concedendo-lhe os poderes sobrenaturais. Pode também ocorrer que uma jovem incauta ao conviver descuidadamente com uma bruxa, ( e aceitando um presente seu), fique marcada para ser herdeira do dom de bruxaria. Após a morte da velha bruxa, essa jovem herdará os dons de bruxaria, mesmo desconhecendo a sua inopinada origem.

As mais antigas tradições Ibéricas, ( Portuguesas e Espanholas), assim como Italianas, tendem a retratar a bruxa fazendo passeios nocturnos em encruzilhadas e cemitérios, assim como lugares ermos ou locais em ruinas. Nesses locais, as bruxas costumam ( solitariamente, ou em conjunto com outras bruxas), comemorar o Sabbat, que é sua celebração religiosa infernal, equivalente á Missa de Domingo Católica para a Igreja Romana. Em Portugal, no concelho de Morgadouro, existem alguns lugares ermos e lamacentos, nos quais misteriosamente aparecem desenhados na terra, certos círculos perfeitos, dentro dos quais nenhuma erva cresce. Afirma-se que é nesses círculos que durante a noite, o Sabbat da bruxa foi celebrado, e ali permanece prova da sua presença naquela localidade.

Desde sempre, e desde tempos imemoriais, que as pessoas recorrem da bruxa para resolver situações amorosas, ou lançarem terríveis infortúnios contra inimigos, ou se consultarem sobre o futuro, para combaterem o infortúnio de que são vitimas, e até mesmo para celebrarem pactos para riquezas. Nos dias de hoje, chamam-lhes muitos nomes mais convenientes e insuspeitos, como videntes, médiuns, etc. Porem, elas permanecem aquilo que sempre foram e serão: bruxas.

O que são bruxarias e bruxedos?

A bruxaria pode servir para infestar uma pessoa de espíritos de mortos, de demónios, de assombrações, de aparições, e força-la a fazer aquilo que se deseja,  e assim assombrar uma pessoa ate que lhe aconteça aquilo que se quer, ou então – teimando essa pessoa em não ceder ao desígnio da bruxaria – que essa pessoa fique assombrada, encerrada numa maldição, e com a alma condenada a um purgatório de tormentos dos infernos até há hora da sua desgraça, ou da desgraça de quem a rodeia.

Os feitos causados pelas bruxarias ou trabalhos de magia negra das bruxas, chamavam-se na antiguidade de maleficia.

De acordo com as teses teológicas da Idade Media, como a origem do poder das bruxas é malévolo, – provindo de Pactos com demónios – , então os feitos e efeitos das suas bruxarias e trabalhos de magia negra tendem a ser malévolos.

Na célebre obra «Compendium Maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), assim podemos ler que «Toda as bruxas juram obediência e sujeição para com o Diabo. Prestam homenagem e vassalagem ao demónio através de cerimónias obscenas, de devassas luxurias e de heréticas perversões. Depois, colocam as mãos sobre um grande livro negro do Diabo que lhes é apresentado. Trata-se do Livro dos Mortos do Diabo, o oposto do Livro da Vida do Deus cristão. Colocando a mao em cima do livro, as bruxas ligam-se ao Diabo através de juramentos blasfemos de nunca retornar á fé cristã, não observar os preceitos cristãos, e não realizar nenhuma obra da Igreja. Não aceitarão mais os divinos preceitos de Deus, mas sim os impuros desejos do Diabo. Jamais frequentarão novamente os sagrados ritos da Igreja, mas sim atenderão apenas aos profanos Sabbat e Missas Negras da magia negra. Estes juramentos nocturnos são prestados á meia-noite, em sabbat satânico.»

Em 1435, o teólogo Johannes Nider categorizou os fenómenos de maleficia ou bruxaria em sete grupos. De acordo com Johannes Nider, as bruxas podem causar mal de sete formas diferentes: inspirando luxuria através de amarrações, instigando ao ódio através de separações, causando impotência no homem ou infertilidade na mulher, gerando doença e enfermidade, gerando circunstâncias que acabam por tirar a vida, conduzindo á loucura, causando danos e prejuízos em propriedades ou animais em trabalhos de vingança. Todos estes fins são alcançados através de maldiçoes lançadas através de bruxarias de magia negra, sendo que esses trabalhos de magia negra apelam sempre á acção de espíritos de trevas, de assombrações, de aparições, e de almas de mortos.

È assim que, usando-se da magia negra, se fazem – por exemplo – as mais fortes amarrações, bruxarias de amarração, trabalhos de magia negra de amarração e amarrações amorosas, da mesma forma que se fazem as mais fortes bruxarias para se afastar o marido, bruxarias para afastar a mulher, bruxarias para separar o casal, trabalhos para separar casais.

Para alem disso, com a bruxaria pode-se ajudar na fertilidade dos inférteis com bruxarias para engravidar, assim como gerar infertilidade num útero. Com as bruxarias pode-se também dar potencia sexual, como pela magia negra pode-se tirar potencia sexual. Pelas bruxarias de magia negra, podem-se também causar enfermidades e desolações, assim com pela bruxaria de magia negra tanto se podem abrir como fechar caminhos na prosperidade da vida. Porem: a bruxaria dos bruxos também pode servir para entrar em contacto com assombrações e limpar uma pessoa do mal e dos empecilhos da vida, através de limpezas espirituais verdadeiramente eficazes.

Assim sendo:

Apenas executam a verdadeira bruxaria os bruxos e bruxas, tal conforme a Bíblia os descreve.  Para saber como funciona a bruxaria, leia: Bruxaria, como funciona a bruxaria

 

A hora do diabo , ou a hora das bruxas

A hora das bruxas ou a hora do diabo é ás 3 da madrugada, ou no período que vai das horas antecedentes e presentes ás 3 da madrugada, ou seja, das 2 ás 3, e das 3 ás 4.

Diz que assim sucede, por dois motivos:

Primeiro:

porque a hora das 3 da madrugada é a hora em que – de acordo com a regra das horas canónicas da igreja – há um período de ausência de orações pela igreja. Logo, é a hora em que o Diabo – isto é: espíritos, demónios e entidades do mundo dos mortos ou do mundo Além-túmulo – pode entrar mais facilmente neste mundo.

Segundo:

porque Jesus faleceu na cruz e saiu deste mundo ás 3 da tarde, e por isso aos demónios agrada-lhes vir e entrar neste mundo na hora oposta a essa, ou seja, ás 3 da madrugada, pois assim procuram imitar ao poder de Deus porem escarnecendo dele. È por isso nesta hora que mais se observam fenómenos sobrenaturais, assim como é uma hora usada para a pratica de poderosas bruxarias e invocações de espíritos e demónios.

Há porem a meia-noite e as 6 da madrugada, que são igualmente duas horas muito fortes para a bruxaria e para a presença de espíritos neste mundo.

A meia-noite representa o oposto do meio-dia, ou seja, o oposto do momento em que há mais luz no mundo, e por isso representa o momento em que há mais trevas no mundo. È por isso e também uma hora – e aquelas que se lhe seguem daí em diante –  favorável á manifestação de eventos sobrenaturais, assim como á pratica de bruxarias e magia negra.

As 6 da madrugada são uma alusão ao numero satânico da Besta – 666 – e as bruxarias feitas a essa hora destinam-se a terem reflexos ao longo de todo o dia que está nesse momento a nascer.

As colmeias de bruxas

A expressão da «colmeia» quando ligada a bruxas e demónios, tem origem numa tradição muito antiga, e que remonta aos inícios do cristianismo. São Macário de Alexandria (297 – 395) foi um monge que fez vários milagres. Certa vez, o monge fechou os olhos e orou fervorosamente a Deus, pedindo-lhe que lhe permitisse ver as hostes do inferno. Quando abriu os olhos, viu-se rodeado de uma multitude de demónios que o rodeavam na forma de um infindável enxame de abelhas. Assim se entendeu pela primeira vez que demónios e bruxas são como abelhas que se organizam em colmeias.   Por isso, passados séculos, expressão «colmeia de bruxas» foi usada Pierre de Lancre em 1609 quando o jurista eclesiástico e demonologista foi enviado para a zona Basca, a fim de investigar o que ali se passava, pois havia fortes rumores da existência de cultos heréticos a deuses pagãos e demónios. Em sequência dessa investigação, eis que em 1608 descobriu-se a existência de um jovem padre chamado Pierre Bocal, que aos domingos celebrava a missa cristã, e porem durante as restantes noites da semana realizava ritos nos quais usava uma cabeça de bode enquanto oficiava veneração ao demónio, e aos velhos deuses pagãos. Estava assim comprovada a existência de padres satânicos na região, e ficou-se assim a saber que naquela zona eram celebradas Missas Negras, assim como realizados Sabbats Satânicos, e que ali proliferavam bruxas e bruxos. O demonologista Pierre de Lancre testemunhou todas estas realidades, e foi com fundamento nas suas observações e notas pessoais que o demonologista escreveu varias obras influentes, tais como Tableau de L’Constance de Mauvais Anges de 1612, L’Incredulité et Mescréance du Sortilége de 1622, e De Sortilége de 1627. Foi com o demonologista Pierre de Lancre, que se tornou notória a expressão «colmeia» para designar a forma como as bruxas se organizavam.

As bruxas tradicionalmente organizam-se em colmeias. Uma colmeia de bruxas é um pequeno grupo ou comunidade de bruxas – regra geral de 3 a 13 bruxas –  que se reúnem para prestar culto ao Diabo, assim como praticar magia negra.

O termo colmeia vem da ideia que a sociedade das bruxas é uma sociedade matriarcal, no topo da qual se encontra um Rainha e nao um rei, tal como sucede nas colmeias. È uma inversão do esquema social estabelecido pelo Deus dos Cristãos, no qual o chefe tanto da família, como da igreja, é sempre um homem. E tal como nas colmeias todas as abelhas, sob autoridade de uma rainha, trabalham laboriosamente para uma finalidade, pois o mesmo sucede nas colmeias de bruxas, nas quais – tal como dedicadas abelhas trabalhadoras -, cada bruxa se entrega laboriosamente aos fins da magia negra.

Afirmam as velhas tradições de magia negra, que o Diabo tem uma preferência por colmeias de 13 bruxas, sendo-lhe esse numero agradável. E a verdade é que há casos historicamente documentados que parecem confirmar essa predilecção do Diabo por colmeias de 13 bruxas.

Um desses casos é o de Henrique III ( 1551-89). Henrique III, foi rei de França de 1574 a 1589. Era o filho de Catarina de Medici, a mulher mais poderosa de França, e que celebrou uma Missa Negra para salvar a vida do seu filho quando ainda em criança, quando todos os médicos davam o caso por perdido. A Missa Negra resultou, e o seu filho viveu para se tornar rei de França. Tendo sido criado pela sua mãe dentro dos ensinamentos das velhas religiões pagãs, e tendo desde a sua juventude visto a mãe praticar bruxaria, o rei tornou-se um bruxo conhecedor dos segredos e antigas sabedorias da magia negra. Embora socialmente e por exigência do seu cargo real, Henrique III se apresentasse como cristão, porem sabia-se que na sua privacidade o rei era um bruxo. O rei mantinha consigo um círculo próximo de doze pessoas, que se sabia constituírem a sua colmeia de bruxos e bruxas. O rei mais a doze pessoas, formavam uma colmeia de 13 bruxas.

Outro desses casos ocorreu por volta do ano de 1662, com uma lindíssima bruxa ruiva de nome Isobel Gowdie era famosa na Escócia. A bruxa Isobel Gowdie habitava na localidade de Lochloy, em Moreyshire. A bruxa iniciou-se muito jovem nas artes da magia negra, havendo sido abordada pelo Diabo aos quinze anos, e desde então frequentado Sabbat. Foi porem anos depois, já em idade adulta, que os seus trabalhos de magia negra a tornaram famosa.  Em 1647, a A bruxa Isobel Gowdie celebrou pacto com o Diabo numa Igreja em Auldearne. O Diabo assim lho tinha pedido, para que maior fosse a afronta da heresia para com a Igreja. Foi naquele local santo lugar que Gowdie renunciou á fé cristã, e foi baptizada pelo próprio diabo que a picando, usou das gotas do próprio sangue para a baptizar. O sangue da iniciada uma vez entrando em contacto com o Pacto, torna-se sangue de bruxa, pois fica impregnado de essência demoníaca. A bruxa Gowdie recebeu um novo nome, que era o seu nome de bruxa. O nome era Janet, e seria esse o nome inscrito no Livro da Morte do Diabo, havendo-se assim riscado o seu antigo nome cristão do Livro da Vida de Deus. Embora neste mundo ela respondesse pelo nome cristão, porem para o Diabo e todos os demónios e espíritos do inferno, o seu verdadeiro nome era Janet, e era por esse nome que os espíritos de trevas respondiam ao seu apelo. Assim sucede com todas as bruxas, conforme sucedeu com A bruxa Isobel Gowdie. No local onde o diabo a tinha picado para extrair o sangue usado no seu próprio baptizado e Pacto, ficou uma marca, a marca da bruxa ou marca do diabo. No final, o próprio Diabo incorporado num homem através de possessão demoníaca, leu palavras blasfemas do seu Livro Negro no púlpito da Igreja, assim culminando-se a perversa heresia realizada naquele templo. Na noite seguinte, a bruxa Isobel Gowdie participou num Sabbat satânico, celebrado por uma colmeia de bruxas. Isobel Gowdie foi ao encontro do Diabo, que teve relações lascivas com ela e outras doze bruxas, adoradoras de Satanás. O impuro festim de obscenidades e luxuria celebrou-se com agrado do demonio, havendo depois a bruxa Gowdie sacrificado duas criaturas animais de tenra idade em nome de Satanás, havendo o seu sangue depois sido usado em ritos satânicos, assim como em trabalhos de magia negra. Dessa forma, com a entrada da bruxa Gowdieaquela colmeia ficou completa, pois passou a ter 13 bruxas. Durante as celebrações dos sabats em que a bruxa participou, foi-lhe ensinado a dar Graças em nome do Diabo aos alimentos de uma refeição, e assim se dava graças antes dos banquetes das bruxas: «Tomamos e comemos esta refeição em nome de Satanás;  Com tristeza, suspiros e vergonha; Destruiremos casas e lares, assim como ovelhas e gado guardado; Pouco bem acontecerá a todos os restantes, e nada será salvado» A colmeia de bruxas a que Gowdie pertencia, era constituída por treze bruxas, número do agrado de Satanás. Cada uma das bruxas, recebeu um espírito demoníaco familiar que as acompanhava, e auxiliava na feitura dos seus trabalhos de magia negra. Cada um desses demónios familiares tinha um nome, tais como Robert Le Rule, Roie, Swien. , que eram espíritos-menores do Inferno.As bruxas desta comunidade escocesa, ou as bruxas de Lochloy, celebravam os mais fortes trabalhos de magia negra.

As colmeias porém, nalguns raros casos, podem ser familiares, ou seja, uma família ou varias pessoas da mesma família acabam por constituir uma colmeia de bruxas. Exemplo disso, sucedeu em 1162 a cidade de Hartford ficou impressionada com os sinais de possessão demoníaca manifestados por uma mulher de nome Ann Cole. Os ataques impressionavam que os presenciava, pois Ann Cole assumia feições demoníacas, os olhos mudavam e ficavam completamente negros, e certa vez o seu corpo levitou até ao tecto. Ann Cole falava também em holandês, língua que a jovem mulher desconhecia por completo. Soube-se que Ann Cole tinha sido embruxada por uma bruxa chamada Rebecca Greensmith. Rebecca Greensmith, a sua mãe e o seu pai Nathaniel, eram todos descendentes de famílias holandesas que haviam emigrado para Connecticut, nos Estados Unidos. E todos eles eram também bruxas. Daí a explicação para a vítima de possessão demónica falar holandês, apesar de desconhecer completamente o idioma. A bruxa Rebecca Greensmith frequentava reuniões nocturnas ou Sabbates satânicos com outras bruxas, onde vários demónios incorporaram em homens e animais, e onde ritos profanos e obscenos eram celebrados. O pai Nathaniel há muito que havia cedido á tentação do demónio, tendo celebrado Pacto com o Diabo, e concedendo que a sua esposa e filha se entregassem aos festins lascivos com demónios, no decorrer dos Sabbats Satanicos. O próprio bruxo havia sido seduzido e tido relações luxuriosas com um demonio succubus incorporado por possessão demónicaa numa jovem donzela que travou amizade com a sua filha, e que já era uma bruxa, e que também havia recrutado mãe e filha para os caminhos da magia negra. A familia havia-se assim entregue ás mais profanas heresias, para deleite do demonio, que se banqueteia e sacia em tais devassos pecados. A família ficou conhecida como as bruxas Greensmith, uma célebre colmeia de bruxas.

Marca da bruxas

Henry Hallywell na sua obra «Melampronoea» de 1681, menciona a marca do Diabo ou a marca da bruxa, descrevendo-a como uma fonte de energias através da qual os demónios se vem alimentar a este mundo, para neste mundo persistirem a empreender nas suas actividades demoníacas. Se bem que os demónios podem fazer isso recorrendo-se tempos a tempos de animais, porem eles preferem saciar-se na privilegiada fonte – para eles, deliciosa – que é uma bruxa. Assim, o demónio alimentar-se-ia das energias vitais da bruxa, de forma a ter forças para permanecer neste mundo e executar os seus desígnios. Por seu lado, a bruxa conservar-se-ia neste mundo através da possessão do espírito demoníaco, que estando dentro dela a tornava mais resiliente e resistente nesta vida terrena. Tratava-se de uma simbiose explicada pelo autor. A marca é sempre um local totalmente indolor no corpo da bruxa, pois o acto do demónio extrair energia vital é doloroso, pelo que o local pelo qual o faz tem de ser um sitio no qual a bruxa não sinta qualquer dor, a fim que o processo decorra tranquilamente, e sem causar suspeitas a outrem, nem desconforto á própria bruxa. Por isso, o teste mais simples para encontrar a marca, era usar-se de uma simples agulha, procurando por sinais no corpo que sendo trespassados, sangrassem sem causar qualquer dor, ou fossem perpassados de forma totalmente indolor. Por vezes, esta marca assumia uma forma muito semelhante a um pequeno mamilo. Sabe-se de casos documentados de bruxas que, de facto, tinham esse pequeno mamilo insensível oculto no seu corpo. Foi o caso que se verificou em 1621, da celebre bruxa de Edmontin, Elisabeth Sawyer, assim como da ainda mais famosa bruxa de Salem, Bridget Bishop (1632-1692). Houve porem quem distinguisse entre a «marca da bruxa», e a chamada «marca do Diabo». Havia quem afirmasse que a marca da bruxa era essa espécie de «mamilo» através do qual o demónio se alimentava da bruxa, e porem a «marca do diabo» era antes uma outra marca que visava identificara bruxa enquanto pertença do Diabo, da mesma forma que o gado marcado com um ferro, ou até como se marcavam os escravos da antiguidade para identificar o seu proprietário. Ao aceitar o pacto demoníaco, a bruxa aceitava incondicionalmente receber tanto uma marca, como a outra. Esta questão foi levantada em 1662, aquando do caso da celebre bruxa Amy Duny, uma das bruxas de são Edmundo, em cujo o corpo se denotavam dois tipos de marcas diferentes: a típica marca da bruxa ou mamilo oculto, e a marca do diabo. Porem, ambas as marcas tem em comum que são local que podem ser tocados ou trespassados sem qualquer dor para a bruxa.

O sangue da própria bruxa assinando um contrato demoníaco, bem como a relação carnal com o Diabo através do qual a liturgia infernal é praticada para outorgar o pacto infernal, são os meios descritos e através dos quais se jurava obediência a Satanás, ao passo que se renegava Deus e em suma se entregava a alma ao demónio para adquirir poderes sobrenaturais de bruxaria.Aquela pessoa que se entregava ao demónio, era marcada pelo Diabo. A esse sinal, chamava-se a «marca da bruxa», ou a «marca de Caim».Essa marca corporal confirma que a bruxa é na verdade uma bruxa. A marca não pode ser um sinal de nascença, mas sim algo adquirido no momento em que o Diabo assume poder sobre essa pessoa, ou escolheu essa pessoa para ser seu servo e sacerdote.A «marca» é deixada pelo demónio no corpo da bruxa como forma de assinalar a obediência dessa pessoa para com o Diabo.A «Marca» é criada de diversas formas: ou pelas garras do Diabo ao passar pela carne do seu servo, ou pela língua do Diabo que tocando o individuo, lhe deixa a marca demoníaca. A «marca» pode-se manifestar em diversas formas: Uma verruga, uma cicatriz, um sinal, e especialmente um pedaço de pele totalmente insensível.

As teses ocultistas mais actuais, tendem a identificar esta «marca do Diabo» não como um sinal físico presente no corpo da bruxa, mas antes como um «sinal» marcado na alma da bruxa, ou seja: o seu «nome espiritual», o nome com que bruxa viverá depois do pacto com o Diabo, e com o qual fará as suas bruxarias.O «nome espiritual» é o nome que o demónio concede a uma bruxa quando ela outorga o seu pacto infernal, e é a «marca» que identificará para sempre essa pessoa diante do Diabo, da mesma forma que o «nome de baptismo» Cristão identifica uma pessoa diante de Deus.Assim, se o «nome de Baptismo» identifica uma pessoa diante de Deus, o «nome demoníaco» é o «sinal» por via do qual uma pessoa se identifica perante o demónio.Ao ser baptizado por Deus, recebe-se um nome, e ao ser «baptizado» pelo Diabo, recebe-se outro.

Bruxas mulheres e bruxos homens

Obras lendárias como o Malleus Maleficarum debruça-se sobre a existência das bruxas mulheres , sobre a sua origem, e a sobre a bruxaria por elas praticada. E porem, pergunta-se: então e os bruxos homens ? Não são tratados neste grimório? Responde-se: Sim, são. Porem, mais frequentemente são-no na seguinte perspectiva:

O juiz e caçador de bruxas Pierre de la Lancre, ( 1553 – 1631), que esteve ao serviço do rei Henrique IV, deixou relatos documentados sobre os Sabbats das bruxas, onde o diabo se fazia manifestar incorporando fosse num bode negro, ou fosse num homem, sempre através de possessão demoníaca de um corpo. Tais relatos encontram-se documentados na obra «Tableau» de 1612, no qual se constatava que o demónio possuía lascivamente as bruxas a seu bel-prazer, desde as mais jovens e belas que sentavam junto dele nas primeiras filas do Sabbat, ás menos favorecidas pela beleza, e até as mais idosas. Porem, no que respeita a bruxos-homens,  Pierre Vallin, um bruxo idoso do século XVII, afirmou abertamente que quando se tratava de visitar bruxos e de celebrar Sabbats com eles, assim como de os recrutar para selarem Pacto Infernal, o Diabo incorporava no corpo de uma jovem rapariga, por vezes uma rapariga desflorada recentemente mas que já tinha o habito, o vício e o gosto de ter o demónio dentro de sí, ou seja uma jovem bruxa. O Diabo tomava conta e domínio daquele jovem corpo feminino através de possessão demónica, assim copulando com o velho bruxo em actos pecaminosos, através dos quais o bruxo se entregava a perversos caminhos heréticos, e aceitava o Diabo como seu Senhor e Mestre.

Já o demonologista renascentista Girolamo Menghi , autor do Compendium of the Arts of Exorcism , a firmava que infinitas eram as formas que os demónios podiam assumir para se aproximar e perverter ou corromper o homem e a mulher. O demonologista aderiu á ordem dos franciscanos 1552. Foram varias as obras que escreveu, tais como Flagellum Daemonum ( 1557), Fustis Daemonun ( 1588), e o Compendium ( 1576). Nessas obras Menghi afirma que os demónios são espíritos, e por isso não tem sexo, isto é, não são macho nem fêmea. Por isso, eles apresentam-se ao ser humano conforme a própria inclinação natural do ser humano aos qual eles se estão a manifestar, de forma a favorecer o desejo da pessoa que o demónio deseja possuir. Se se trata um homem que goste de mulheres, o demónio far-se-á apresentar num corpo de uma linda mulher do agrado desse homem; se for uma mulher que se agrade com homens, então far-se-á apresentar na forma de um belo homem que lhe agrade; a carnalidade é por isso um meio para chegar a um fim. Ora, o meio é a sedução e o desejo, sendo que o fim é a corrupção daquela pessoa, a possessão daquela pessoa, levando-a aos caminhos da magia negra. Foi justamente por este meio, que muitos padres e freiras foram seduzidos por demónios, levados a subverter os seus sacramentos, e a celebrar Pacto com o diabo, por meio do qual receberem os ímpios sacramentos satânicos, tornando-se freiras e padres satanicos, passando a oficiar nas artes da magia negra, e celebrando os mais poderosos trabalhos de magia negra.

Havia por isso uma tese, segundo a qual um bruxo teria quase sempre uma origem peculiar, ou seja: muitos dos bruxos seriam homens do clero – padres, abades, monges, freis – , que estando sacramentados por Deus, porem subvertiam esses sacramentos sacerdotais, e passavam a servir ao Diabo. Tanto podiam ser os padres da Igreja Romana, como os padres da Igreja Ortodoxa, como os pastores e reverendos das Igrejas Protestantes e outras Igrejas Confessionais ou Denominacionais que entretanto se fundaram e espalharam pelos quatro cantos do mundo. Assim, desde que se tratasse de um sacerdote cristão de uma igreja Cristã – seja ela qual for – os sacerdotes a quem o diabo se insinuava, acabavam por inverter, perverter, corromper e dessacralizar os seus votos, dessa forma tornando-se servos do Diabo, ou seja, padres satânicos.  Dessa forma, e através de pacto  firmado com o demonio, eles recebiam os impuros sacramentos do sacerdócio ao Diabo, e tornavam-se secretamente bruxos. A lógica desta doutrina teológica medieval, assentava no seguinte pressuposto:

Os demónios sendo como são por natureza, agrada-lhes o pecado. È como o mel para a abelha, é uma fragrância irresistível, e é no pecado que eles se saciam. E nada lhe é mais apetecível – para alem da sedução e conversão de uma bela bruxa – , senão o pecado supremo de alistar nas suas fileiras homens e mulheres de Deus, ou seja: padres e freiras. A conversão de homens de Deus ao Diabo, era assim a outra porta de entrada para se tornar bruxo. Por isso mesmo, ao longo dos tempos da caça ás bruxas, não apenas bruxas foram perseguidas, como também diversos padres e freiras satânicas.

Os históricos julgamentos dos Cátaros, dos Valdenses e do Templários foram famosos, e destinaram-se a encontrar esses bruxos ou ímpios padres satânicos que trabalhavam ocultamente no seio da igreja e das ordens religiosas, secretamente servindo e prestando o herético culto a Satanás.

As reuniões de bruxas

As bruxas tradicionalmente, na antiguidade e da Idade Media, reuniam-se em sabbats. Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve que nos Sabbats, Satanás determinou que as bruxas deveriam «conspurcar-se aos santos domingos entregando-se a demónios incubus e sucubus, contaminar-se com o pecado da sodomia ás quintas-feiras, e ao sábado cometerem a herética prostituição com a abominação da bestialidade»

Nessas reuniões ocultas – sabbats satânicos – era onde se fazia a invocação de demónios. Homens eram seduzidos e levados a participar nessas reuniões fosse por influencia de bruxas, ou de demónios sucubus, e ao participar nessas reuniões, eles acabavam irremediavelmente possessos pelos demónios invocados, tornando-se também eles bruxos.  As reuniões ocorriam em casas existentes em lugares ermos, mas também houveram sabbats negros celebrados em encruzilhadas. Nessas reuniões os participantes renunciavam á Igreja, eram baptizados pelo demónio, e depois seguiam participando em festins lascivos onde se praticavam actos de promiscuidade, assim como se planeava a feitura de trabalhos de magia negra e bruxarias. Nestas reuniões satânicas, o demónio invocado faziam-se incorporar num bode, num touro, num homem negro, ou num cão preto. Muitas bruxas revelaram que quando se tocava no diabo ele era gelidamente frio, e que as bruxas se lhe submetiam beijando as suas nádegas, assim como os seus cascos e as suas pegadas no chão. Muitas bruxas queixavam-se que a copula com o demónio era dolorosa, e o seu membro era frio. Depois, nestas mesmas reuniões os bruxos ajoelhavam-se e veneravam submissamente as bruxas, beijando-as nos pés, nos joelhos, no ventre, nos seios e nos lábios, seguindo-se a isso festins de lascívia onde os demónios possuíam as bruxas diante dos bruxos, em acto de deliberado adultério que conspurcava o santo matrimonio de Deus. Aliás, ao aliciarem mulheres para se converterem em bruxas e devotas de Satanás, os demónios tendiam a ter uma preferência para aliciarem mulheres casadas e mães de filhas fêmeas, pois dessa forma não apenas desviavam e corrompiam almas para fora do caminho de Deus, como depois se banqueteavam nos incontáveis pecados do adultério, e até noutros mais inconfessáveis entre mães e filhas.

Em 1669 sucedeu o célebre caso das bruxas de Mora, que assumiu tais proporções que levou á intervenção do rei Carlos XI da Suécia. Na região da Dalecarlia – Suécia – , começaram a suceder estranhos fenómenos e eventos que começaram a causar estranheza e temor na população. Começaram ali a surgir aparições fantasmagóricas, mortes inexplicáveis, possessões demoníacas, e os sinistros eventos causaram uma onde de receio pelas povoações. Suspeitou-se da actividade de bruxas, de magia negra e de bruxarias, o que veio a confirmar-se. Houve relatos confirmados e documentados sobre a existência de 23 bruxas envolvidas em actividades do oculto. O grupo das 23 bruxas constituía uma colmeia de bruxas  satânicas que se havia fundado na zona. As bruxas de Mora confessavam abertamente que tinham reuniões ocultas – sabats satânicos – onde se fazia a invocação de demónios. Homens havia sido seduzidos e levados a participar nessas reuniões fosse por influencia de bruxas, ou de demónios sucubus, e ao participar nessas reuniões, eles acabavam irremediavelmente possessos pelos demónios invocados, tornando-se também eles bruxos.  As reuniões de bruxas ocorriam numa grande casa existente num prado ermo chamado Blocula, mas também houveram sabbats negros celebrados em encruzilhadas. Nessas reuniões satânicas, os participantes renunciavam á Igreja, eram baptizados pelo demónio,  celebravam pacto com o Diabo, e depois seguiam participando em festins lascivos onde se praticavam actos de promiscuidade, assim como se planeava a feitura de trabalhos de magia negra e bruxarias. Nestas reuniões satânicas, o demónio invocado faziam-se incorporar num cavalheiro que aparecia trajando um longo casaco negro. As reuniões eram frequentadas tanto por bruxas já maduras, como por jovens donzelas que se submetiam ao baptismo pelo Diabo, e depois se entregavam a ritos orgiásticos com os demónios. Como resultado, varias bruxas engravidaram, e deram á luz crianças que eram descendência de demónios. Algumas dessas mulheres foram mais tarde vistas a dar á luz bebes que eram imediatamente baptizados com sangue de serpentes ou sapos, confirmando assim a sua progenitura demoníaca. Este grupo ou colmeia de bruxas teve tamanho poder na Suécia do século XVII, que até o próprio rei temendo a sua proliferação e temíveis actos de magia negra, teve de intervir. Este célebre caso, deu a conhecer sobre a celebração dos sabbats das bruxas com factos e testemunhos históricos.

Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve que nos Sabbats, Satanás determinou que as bruxas deveriam «conspurcar-se aos santos domingos entregando-se a demónios incubus e sucubus, contaminar-se com o pecado da sodomia ás quintas-feiras, e ao sábado cometerem a herética prostituição com a abominação da bestialidade». Afonso se Spina ( 1491) era um frei franciscano, que chegou a ser o confessor do rei João de Castilha. Spina escreveu a obra Fortalicium Fedei – 1459 – , e era um autor conhecedor dos segredos da bruxaria, tendo testemunhado pessoalmente vários casos de bruxarias, e obtido relatos de bruxas sobre as suas praticas ocultas. Ele descreveu como nas suas reuniões satânicas, as bruxas veneravam um veado ou um bode negro no qual o espírito de Satanás tinha incorporado, assim como a forma obscena as bruxas como lhe prestavam reverencia, e até os actos de concupiscência que o demónio tinha com as bruxas.

O sangue das bruxas

O sangue da própria bruxa, sempre foi considerado com um poderoso veiculo para a magia negra, e para as forças espirituais que habitam na bruxa. Sendo a bruxa alguém possesso voluntáriamente por um demonio, havia duas coisas que eram particularmente temidas na bruxa: o seu olhar contagiante através do qual a bruxa podia lançar mau-olhado ou olho-gordo, assim como o seu sangue, pois que era um sangue no qual – através do Pacto do o demonio – estava diluída a essência de um espírito de trevas, e que por isso podia gerar todo o tipo de maldiçoes. Havia por isso duas coisas que comummente se evitavam numa bruxa: ser apanhado pelo seu olhar, ou ser tocado pelo seu sangue. Um olhar de uma bruxa aliado a um encantamento por ela murmurado, podia gerar desgraças. Um toque no sangue de uma bruxa enquanto ela sursurrasse um encantamento, podia infestar com uma maldição.

De acordo com o monge beneditino Graciano, autor do «Decretum» (1140-1142) –  uma compilação de textos eclesiásticos de direito canónico –, o uso de algumas gotas de sangue misturas em água é extremamente eficiente no rito de exorcismo de certos espíritos invocados através de necromancia, ou magia negra. Assim era reconhecido pela igreja, a importância do sangue em ritos de magia negra.

Usar do próprio sangue para invocar a um poderoso espírito, isso é noção que já vem de há milénios, e era praticada nas religiões pagãs da antiguidade. No culto ao Deus Baal, os sacerdotes de Baal dançavam em torno do altar até entrarem num estado de transe, de tal forma que estando nesse estado de êxtase chegavam-se a cortar, derramando o seu próprio sangue, que era oferendado ao Deus como sacrifício. ( 1 Reis 18:28) O sacerdote é um homem consagrado a uma divindade, e por isso o sangue de um sacerdote é um poderoso chamamento a essa divindade, com quem o sacerdote possui um vinculo intimo, selado e oficializado nos seus sacramentos sacerdotais para com esse Deus. Daí que os sacerdotes de Baal aspergissem gotas do seu sangue sobre o altar, ou sobre os encantamentos que estavam a celebrar, pois que fazendo – e com o seu próprio sacrifício – estavam a invocar ao Deus, á sua presença, e ao aceitamento dos seus ritos por parte do Deus. Essa é precisamente a  mesma técnica oculta que as bruxas usam ao derramar gotas do seu sangue num trabalho de magia negra. No culto a Baal, a congregação de crentes beijava as imagens de Baal, seguindo-se-lhe a celebração de festins lascivos, que é exactamente a mesma pratica espiritual que as bruxas usam nos seus Sabbats Negros. Daí que se confirme que as praticas místicas da magia negra celebradas pelas bruxas nos seus trabalhos de magia negra, são na verdade ensinamentos e ritos que já existem há milénios.

O sangue de um bruxo sendo o sangue de alguém que possui forte vinculo com o mundo do espírito, é um selo de outorgação poderoso em qualquer forte trabalho de magia negra. É com o seu sangue que a bruxa assina o pacto com o demónio. Por isso, o seu sangue e a essência do demónio juntam-se nesse momento, passando uma pequena parte da essência do demónio a diluir-se no sangue da bruxa. Daí em diante, o sangue da bruxa passará a ser a assinatura pela qual lhe foram concedidos os ímpios sacramentos satânicos, e o selo pelo qual a bruxa se identifica a este mundo, e ao outro, enquanto serva do Diabo. O seu sangue é veiculo de magia negra, pois ao seu sangue respondem os espíritos de trevas. O seu sangue é elo e ponte entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, pois no seu sangue flui uma parte humana e viva deste mundo dos vivos, assim como – ao mesmo tempo, e ali diluída – a essência de um demonio, e por isso o mundo dos mortos, o reino do Além-túmulo. Apenas umas gotas de sangue da bruxa derramadas num bruxedo, são um chamariz irrecusável aos espíritos, e uma ordem inegável aos demonios. Uma vez que é no sangue que reside a força-vital dos seres, pois é o sangue da bruxa que concede vida aos seus bruxedos, conforme Deus concedeu vida ao homem. È uma heresia que o Satanás procurou recriar, ao fazer da bruxa uma criadora de vida, tal conforme Deus, sendo porem que se Deus criou toda a vida conforme o seu desígnio, já porem a bruxa cria a vida dos seus bruxedos conforme os negros desígnios da magia negra, e do demónio. Algumas gotas do mindinho ou indicador de uma bruxa, são o ingrediente que dá vida a um bruxedo verdadeiro, e isso foi um segredo conhecido dos demonologistas da Idade Media.

Sabe-se que Catherine de Medici (1519-1589) usou de sangue numa missa negra celebrada em favorecimento da saúde do seu filho. O mesmo uso de algumas gotas do próprio sangue de bruxa sucedeu com a famosa bruxa francesa do século XVII, Catherine Deshayes. Deshayes foi uma celebre bruxa que, junto com a sua sobrinha e acólita de dezasseis anos, celebrou diversas Missas Negras numa capela por sí edificada, e onde os demonios Asmodeus e Astaroth eram venerados. Entre os seus seguidores e frequentadores de tais missas negras, encontrava-se membros da mais alta elite da sociedade francesa, ( incluindo princesas e vários nobres da família real), que colhiam os bons resultados destes trabalhos de magia negra.

Bruxas – como são feitos os pactos das bruxas

No «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570)  , pode-se ler: ´

«O pacto formado por uma bruxa e o Diabo pode ser expresso ou tácito. O pacto expresso consiste num voto solene de fidelidade, feita na presença de testemunhas, ao Diabo visivelmente presente em forma corporal. O pacto tácito envolve uma oferenda e uma petição escrita ao Diabo, e pode ser feita por procuração através de uma bruxa, quando o contratante tem medo de ver ou falar com o Diabo»

Assim se definem as duas formas como as bruxas podem celebrar Pacto com o Diabo, de acordo com «compendium maleficarum». Mais assim se pode ler como Compêndio das Bruxas:

«Existem onze assuntos comuns a todos os pactos, e esses podem ser organizados sob onze cabeças: primeiro, a bruxa nega a sua fé cristão, retirando a sua lealdade a Deus. Neste ponto, refere são Hipólito de Roma ( 170 – 235), que o Diabo obriga as bruxas as dizerem: “Renego o criador do céu e da terra. Renego o meu baptismo. Renego a adoração que antigamente prestava a Deus. Entrego-me a Ti, em Ti acredito”. Nessa altura o Diabo coloca a sua garra na testa da bruxa, como sinal de ter apagado e destruído a marca de baptismo cristão. Segundo, ele banha a bruxa num novo e profano baptismo. Terceiro, a bruxa renuncia ao nome antigo, e recebe um novo. Quarto, o Diabo faz as bruxas negarem aos padrinhos e madrinhas de baptismo, atribuído-lhes uns novos. Quinto, elas dão ao Diabo algumas das suas peças de roupa. O Diabo está ansioso por torná-las seus em todos os aspectos: dos bens espirituais, ele leva a fé e o baptismo, dos bens corporais ele reclama o sangue delas, como nos sacrifícios a Baal, dos seus bens naturais, ele reivindica os seus filhos, dos bens adquiridos ele reivindica uma peça de roupa». Sexto, as bruxas juram lealdade ao Diabo dentro de um circulo traçado na terra, porque o circulo é símbolo da divindade, e a terra é o escabelo de Deus,  e assim o Diabo deseja convence-las de que ele é o Deus da Terra. Sétimo, as bruxas oram Satanás para lhes tirar os nomes do Livro da Vida de Deus, e inscrevê-los no Livro da Morte do Diabo. Oitavo, prometem ao Diabo fazer-lhe sacrifícios. Nono, todos os anos as bruxas devem dar uma oferta aos demónios que são seus mestres, para evitar serem castigadas, e estas oferendas devem sempre ser de cor completamente negra. Decimo, o Diabo coloca a sua marca no corpo das bruxas, conforme os escravos fugitivos são marcados, e esta marca por vezes é imprimida sem dor, ou de forma terrivelmente dolorosa, conforme o agrado do Diabo. As marcas nem sempre são iguais, umas tem a forma de uma pegada de uma lebre, outras de um sapo, ou de uma aranha, ou de um cão. Assim como Deus no Antigo Testamento marcou os seus com a circuncisão, assim também o Diabo gosta de imitar a Deus. Décimo primeiro, quando as bruxas são marcadas, fazem muitos votos, como nunca adorar a Eucaristia, a que se seguem todo o tipo de heresias e sacrilégios para com a Virgem, os santos e a Igreja. Prometem também abster-se de usar o sinal da cruz, água benta, sal e pão abençoados, e todas as coisas consagradas da Igreja. Tendo de ir confessar-se ao padre, nunca confessarão toda a verdade, manterão total segredo sobre o seu Pacto com o Diabo. Juram que nos dias designados comparecerão ao Sabbat satânico, e participarão em nas suas actividades. Prometem também recrutar almas para o Diabo, e prestar os serviços do seu ofício de bruxas como forma de afastar de Deus as almas que procuram á magia negra. O Diabo em troca promete que sempre apoiará as bruxas, e que lhes trará felicidade após a morte.»

Assim está descrito no «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS», as várias formas de se celebrar pacto com o Diabo, assim como das solenes formalidades requeridas para a sua validação. Há porem sempre que salvaguardar, que o proponente do Diabo apenas pode fazer isso mesmo, ou seja, «propor-se» a celebrar pacto. Daí em diante, está sempre nas mãos do Diabo aceitar, ou declinar a proposta. O Diabo, tal como Deus, apenas escolhe quem quer, quem lhe convém, quem lhe agrada, e sempre conforme os seus desígnios.

Quem pode ser bruxa ou bruxo

Há séculos que ecoa uma pergunta sobre as bruxas, que é: como é que alguém se torna bruxa ou bruxo? È porque quer ? , ou é porque é escolhido?

A resposta para aqueles que sabem os ocultos segredos da magia negra, é desconcertante para a maioria dos leigos, e ela é: não, não é bruxa nem bruxo quem quer se-lo. È o diabo que escolhe a pessoa, e não a pessoa que escolhe o diabo. Por vezes escolha-a desde a nascença, outras vezes a certo ponto da sua vida. E porem, a verdade é esta: Muitos padres costuma dizer: «nao fui eu que escolhi este caminho de ser servo de Deus, foi Deus que me escolheu a mim» ;  Também os orientais tem um proverbio que diz: «nao somos nós que escolhemos o caminho, é o caminho que nos escolhe a nós.» Na própria Bíblia, Jesus afirma «Não sois vós que me escolheste a mim, fui eu que vos escolhi a vós» ( João 15:16) , onde assim se entende que não é o homem que escolhe o sacerdócio de Deus, mas sim Deus é que escolhe quem deseja chamar ao seu sacerdócio. Pois todas estas verdades também são verdade para o Diabo, ou seja: Ninguém escolhe o Diabo, o Diabo é que escolhe quem lhe convém. Por isso mesmo é que uns são bruxos, e outros são pessoas que recorrem aos bruxos e ás suas artes ocultas.

Exemplo disso, podemos encontrar num caso ocorrido na Alemanha do século XVIII. Anna Maria Schwagel (1775) foi uma notória bruxa da Baviera. Por volta dos seus trinta anos, Anna Maria Schwagel foi abordada por um cocheiro bem parecido, bem-falante e bem apresentado. Vestido sempre de negro e conduzindo um sumptuoso coche negro puxado por belos cavalos negros, o cocheiro foi fazendo as suas misteriosas aparições,e foi-se insinuando até seduzir a mulher. O cocheiro prometeu casar com ela, na condição de Anna Maria renunciar á fé cristã, e passar a adorar apenas ao Diabo. Anna Maria Schwagel renunciou á fé cristã, celebrou pacto com o Diabo, e teve relações carnais com ele. O prometido «casamento» estava assim selado, uma vez que todas as bruxas são amantes e concubinas do Diabo, e assim é o casamento do demonio. Assim tendo acontecido, o cocheiro desapareceu tão misteriosamente como tinha aparecido. Desapareceu, porem havendo-a transformado numa bruxa, pois que a mulher havia sido levada a celebrar Pacto com demonio. Anna Maria foi depois misteriosamente levada a conhecer um frei Augustino, que também já tinha profanado os seus votos, tornando-se um padre satânico. Foi com ele que Anna Maria Schwagel recebeu os conhecimentos das artes da magia negra, e começou a celebrar trabalhos de magia negra que a tornaram célebre. Anos mais tarde, Anna Maria soube que o misterioso chocheiro que a havia abordado, escolhido e seduzido para a bruxaria, era na verdade o próprio Diabo incorporado em corpo humano.O demonio tinha escolhido Anna Maria para bruxa, e por isso, assim foi o seu destino. Por isso, assim se sabe: não é bruxa quem quer ser, mas sim quem o demonio escolher. E é sempre o demonio que escolhe, seja conforme os seus caprichos, ou os seus ímpetos, ou seus apetites, ou os seus desejos, ou seus desígnios.

Deixar de ser bruxa, e cessar o contrato com o Diabo

A bruxa de Berckeley foi uma famosa bruxa da Idade Media que viveu na localidade de Berckeley, em Gloucestershire, na Inglaterra. Os seus feitos e trabalhos de magia negra foram tao lendários, que historias sobre a sua existência eram repetidas ao longo dos seculos. William of Malmesbury, ( 1905 – 1143), foi um monge e historiador que mencionou a bruxa de Berckeley. Pensa-se que a bruxa de Berckeley terá vivido por volta de 1065, A bruxa tinha um filho casado, e mais outros dois filhos, um monge e uma freira. A certo momento da sua vida, a bruxa recebeu noticia que o seu filho casado e a sua família haviam falecido num estranho acidente. A bruxa compreendeu o sinal, e sabia que estava a chegar a hora do Diabo – com quem tinha feito pacto – , vir buscar a sua alma. Dessa forma, a bruxa fez os seus preparativos. Chamou o seu filho monge e a sua filha freira, instruindo-os sobre o que fazerem quando ela falecesse. As instruções eram muito precisas, e diziam para apos o seu falecimento, a bruxa ser colocada deitada de costas num caixão de pedra, com uma tampa de pedra. Sobre a tampa, deveria ser colocada uma pedra pesada, e no final o caixão deveria ser atado com correntes de ferro. Isto feito, o caixão deveria ficar sobre vigilância durante 50 dias e 50 noites, durante as quais se deveriam estar ininterruptamente a ler os Salmos junto do caixão. Depois disso, o corpo deveria então ser sepultado como é normal. Se ao fim de tres dias de sepultura o seu corpo permanecesse intocado, então é porque o Diabo não tinha conseguido vir colher a alma da bruxa.  Pois havendo a bruxa falecido, os filhos assim fizeram, e permaneceram todo o dia e todas as noites revezando-se em turnos, sempre a fazer vigília ao caixão, e sempre ininterruptamente a recitar os Salmos bíblicos. Findos os 50 dias e 50 noites, sepultaram o corpo da bruxa num cemitério, conforme diziam as instruções. Foi então que há terceira noite, o monge e a freira voltaram ao cemitério em segredo, para ver se o corpo da bruxa ali permanecia intocado. Reabriram a sepultura, e viram o caixão de pedra intacto, e envolto nas correntes de ferro que o prendiam. Então abriram-no, e grande foi o seu espanto e temor quando diante dos seus olhos verificaram a sinistra verdade: o caixão encontrava-se vazio. O impossível tinha sucedido. Um defunto que tinha sido mantido sob vigília e observação por 50 noites, tinha-se esfumado de dentro de um caixão de pedra sepultado debaixo da terra, amarrado com correntes de ferro, e selado com uma tampa de pedra. O caso tornou-se célebre, e a história foi repetida ao longo de toda a Idade Media. Isto vinha provar aquilo que muitos negavam, ou seja, que um pacto com o Diabo uma vez feito, não há quem o possa revogar, nem há como dele escapar. Havia quem argumentasse que o arrependimento poderia oferecer salvação, há quem alegasse que orando á Virgem Maria ela poderia recuperar e destruir o contrato com o Diabo, etc. Porem, a verdade desta história ocorrida e registada pelo monge e historiador William of Malmesbury, é bem diferente. Nem os Salmos da Bíblia, nem a purificação da Igreja, nem paredes de pedra ou correntes de ferro conseguem fazer alguém escapar ao Diabo, e de um pacto com o demonio. Uma bruxa uma vez sendo bruxa, será para sempre bruxa. Para toda a eternidade, e para todas as reencarnações.

As gerações de bruxas

A bruxa tende a passar a sua linhagem de geração em geração, pois que o demonio havendo-se agradado com uma pessoa, então tende a nutrir especial atenção pelas gerações vindouras dessa mesma pessoa, nelas delegando alguma espécie de dom do espírito, para depois nelas semear novas gerações de bruxas. Nascem assim as linhagem de bruxas, cujas as origens se perdem na névoa dos tempos. De resto, havendo a bruxa tornado-se bruxa através de um pacto de sangue, então dai em diante toda a descendência dessa bruxa trará no seu sangue a herança desse pacto, e será sempre mais susceptivel ou sensível para com os fenómenos do espírito.

Houveram vários exemplos historicamente conhecidos de notórias linhagens de bruxas. Um desses exemplos foi observado no caso das bruxas de Chelmsford, uma cidade de Essex, na Inglaterra. Por volta de 1566, a reputação da bruxa Agnes Waterhouse era reconhecida. Tal como a mãe, também sua filha Joan tinha recebido a visita do Diabo, e tinha com ele celebrado Pacto, observando-se assim que o demonio tem particular interesse por seguir as descendências de bruxas que recruta. Mãe e filha constituíram uma colmeia com outra bruxa de nome Elisabeth Francis. Também Elisabeth era oriunda de uma linhagem de bruxas. Desde dos doze anos que Elisabeth Francis aprendeu as artes da magia negra com a sua avó, uma bruxa de nome Eve. Foi por causa da avó Eve que o Diabo se interessou em Elisabeth Francis, e a procurou para celebrar Pacto. Elisabeth Francis tinha um espírito demoníaco familiar de nome Sathan,  que incorporava num gato, e que já tinha servido a sua avó Eve durante uma vida inteira de fiéis préstimos. Continuou a servir a neta, uma vez que o sangue era idêntico, e era das gotas de sangue da bruxa que o espírito demoníaco familiar se alimenta.

Outro exemplo da predilecção do Diabo para seguir e recrutar bruxas ao longo das suas descendências,  pode ser observado no caso da bruxa Chatrina Blanckenstein, ( 1610 – 1680). Chatrina Blanckenstein foi uma viúva alemã que foi famosa por volta de 1676. Após a morte do seu amado esposo, a viúva foi procurada pelo Diabo. Desgostosa que estava com o Deus que lhe tinha retirado o esposo, a viúva aceitou fazer Pacto com o Diabo, renunciado á fé cristã, e entrando pelo caminho da magia negra. Daí em diante, apesar de ter sempre mantido uma reputação social elevada, Blanckenstein era secretamente uma bruxa, e exercia as artes da magia negra. Depois da morte da bruxa Chatrina Blanckenstein, o Diabo visitou a sua filha. O demonio incorporou num homem de nome Heinrich, que tanto a rondou, e tanto a cortejou,  que a jovem donzela acabou por ceder ás suas seduções. Dessa forma a filha de  Blanckenstein teve relações de luxuria com o demonio, renegou a Santa Trindade, celebrou com ele Pacto demoníaco, dando-se assim seguimento a uma linhagem de bruxas. Outro caso historicamente conhecido de uma linhagem de bruxas, ocorreu na Inglaterra, em 1596. Foi o caso da bruxa Alice Gooderidge de Stapenhill, famosa pelas suas pragas lançadas na forma de versos, e que resultavam sempre. Cada verso da bruxa era temido, pois uma vez dito relativamente a alguém ou num trabalho de magia negra, então aquilo que havia sido recitado acaba – de uma forma ou de outra – por suceder ás vitimas dos seus bruxedos. A bruxa Alice Gooderidge tinha vários espíritos demoníacos familiares ao seus serviço que ela alimentava com algumas gotas do seu sangue de bruxa misturados na sua alimentação, conforme a sua mãe lhe havia ensinado. Também a sua mãe, Elisazabeth Wright, fora uma bruxa bastante reputada nos meios do oculto. Conforme o demonio tinha escolhido a mãe Elizabeth, também depois escolheu e recrutou a sua filha Alice. Conta-se que assim se tem gerado várias linhagens de bruxas ao longo de séculos e séculos, pelo que é muito frequente que quando existe alguém numa família com dons espirituais invulgares, isso seja um fenómeno que já vem decorrendo desde há gerações atrás, e se continue a perpetuar em futuras gerações.

O «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , afirma que «a infecção por bruxaria é frequentemente disseminada através de uma espécie de contagio para os filhos, dos pais caídos. A ganância de Satanás sempre foi infinita e insaciável: assim, quando ele se estabelece em qualquer família, ele nunca mais a abandonará, execepto com a maior dificuldade.» Um dos exemplos disso é a bruxa Nicole Morelle, que por volta dos anos de 1587 era uma bruxa de grande fama e reputação. Porem, a sua iniciação nas artes da magia negra e do culto a Satanás começou bem cedo, e começou pela sua entrega carnal a um demonio. O seu pai já a levava ás assembleias do demónio e missas negras antes dela atingir a idade da puberdade, e quando chegou a altura de se casar, a sua mãe levou-a a um bosque onde se celebrou uma missa negra, prometendo-lhe que ali encontraria um jovem bonito, e que dessa forma teria marido. Assim aconteceu, e porem quando o jovem lhe tocou, ela sentiu-se abraçada por uma estátua de mármore, pois os demónios Incubbus costumam ser frios como gelo. Durante a celebração da missa negra, e na presença da sua mãe, que entretanto celebrava um rito de acasalamento de magia negra no qual se dava a tomar uma Hóstia de Igreja a um bode negro, a bruxa Nicole entregou-se luxuriosamente demónio, logo ali desposando com ele num acto de abominável pecado e heresia. Dai em diante, a bruxa iniciou o seu oficio nas artes da magia negra, sempre auxiliada pelo demónio, e dele recebendo as mais poderosas formulas para a feitura de fortes trabalhos de magia negra

As bruxas, a viuvez e do divorcio

Por volta dos anos de 1650, existiu em Inglaterra uma notória bruxa de nome Jannet Benton. A bruxa Jannet Benton tinha uma notória reputação de bruxa na vila de Newton, e a sua reputação alcançava todas as localidades vizinhas, de onde vinham inúmeras pessoas procurando requisitar os seus préstimos ocultos. O poder dos seus bruxedos e encantamentos vinha do Diabo, com quem a bruxa tinha celebrado Pacto, em troca do qual recebeu um espírito demoníaco familiar que incorporava num gato preto, que a assistia e auxiliava nos seus trabalhos de magia negra. A bruxa Jannet era viúva, e vivia com o seu filho George, pois o seu esposo tinha falecido, havendo-lhe nessa altura aparecido o Diabo que a seduziu e recrutou para os caminhos da magia negra. O Diabo é ciumento, e exige fidelidade, e requer ser o único amado esposo de uma bruxa. Por isso, é frequente constatar-se que as bruxas são viúvas, ou divorciadas, ou separadas. O Diabo arranja sempre forma de tomar a bruxa para sí, e só para sí mesmo. Por isso, ele arranja sempre forma de a separar de qualquer conjugue humano, e não conseguindo… ele acaba por falecer. Raramente o Diabo partilha uma bruxa, senão quando ela casa com um bruxo, ou com um espírito demoníaco familiar incorporado num homem. Tal como Deus quer a suas freiras para Ele mesmo, também o Diabo quer as suas bruxas para Ele mesmo. A diferença, é que á freira é exigida reclusão, clausura e castidade, ao passo que á bruxa é requerida bruxaria, pecado e heresia. Mas conforme nenhum homem pode ser «dono e senhor» de uma freira, também nenhum homem pode aspirar a ser «dono e senhor» de uma bruxa. Nenhum homem pode submeter uma bruxa, nem doma-la, nem constrange-la. E uma bruxa nunca se pode submeter a nenhum homem, apenas ao Diabo. Por isso, está na própria natureza da bruxa ser livre, e o casamento com um humano asfixia a bruxa, porque lhe asfixia a liberdade. Há quem afirme que a alma da bruxa deve sempre ser livre. Perdendo a liberdade, perde a magia, porque a magia é liberdade; ela vem da liberdade.

A doutrina das bruxas, conforme ensinada pelo Diabo 

Quando uma jovem bruxa passa de noviça a bruxa, ela é baptizada pelo Diabo num cerimonial satânico. O cerimonial é detalhadamente descrito na notória obra «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570). Sempre que as bruxas terminam o seu Baptismo, o Diabo desenha um circulo no chão, em torno do qual se colocam as noviças, as bruxos e os bruxos, que em voz altar confirmam por juramento todas as supracitadas promessas. Todos fazem o juramento nesse círculo, porque o circulo é o símbolo da Divindade, assim como a Terra é um circulo, e a terra é um supedâneo de Deus, e assim Satanás pretende que o aceitem como Deus e Senhor da Terra. Este é o motivo pelo qual os ídolos representando Baphomet o retratam sentado em cima da terra, que é um círculo. Ao faze-lo, estão a retratar Satanás enquanto Senhor da Terra. Por volta do ano de 1335, a bruxa Anne Marie de Georgel confessou abertamente pertencer ás hordas de seguidores de Satanás. O caso sucedeu em Toulouse, na França. A bruxa afirmava que conforme se ensinava nos Sabbats e Missas Negras das bruxas, se é verdade que Deus é o Senhor dos Céus, porem Satanás é o Senhor da Terra. As missas negras das bruxas eram celebradas diante de um altar de Deus onde porem encontrava a imagem do Diabo, na forma de bode com seios humanos cornos e um falo erecto. Tratava-se assim da imagem de Baphomet, sempre omnipresente seja em missas negras, seja nos Sabbats das bruxas.

Houve um caso sucedido em França por volta do ano de 1330/35, que foi historicamente documentado, e que retrata a própria doutrina satânica, ou doutrina das bruxas. Isso foi observado no célebre caso da bruxa Catherine Derlot. A bruxa Catherine Derlot participou em memoráveis Sabbats Satanicos, onde os mais fortes de trabalhos d magia negra eram celebrados. Catherine Derlot tornou-se bruxa quando estando nos seus afazeres domésticos numa localidade de nome Pech-David em Toulouse, ela foi abordada por um homem de elevada estatura. O homem encantou-a com o seu olhar, e seduzindo-a, convidou-a a participar num Sabbat Satanico. Na próximo noite de sábado, Catherine Derlot compareceu á reunião de bruxas, onde viu o Diabo incorporar num enorme bode negro. Depois de o saudar, Catherine Derlot submeteu-se-lhe, dando-lhe os prazeres que o Diabo queria. Em troca, o Diabo ensinava-lhe todo o tipo de bruxedos para todo o tipo de assuntos, cada um deles sempre eficaz e de efeitos visíveis. O Diabo pedia-lhe também que frequentasse missas negras onde se profanavam as missas da Igreja, e se honrava a Satanás. Na sua iniciação, a bruxa Catherine Derlot recebeu um caldeirão como presente do Diabo, assim como ensinamentos sobre a forma como acender um fogo amaldiçoado que fosse chamamento ao próprio fogo dos infernos, assim realizando as mais fortes magias negras nesse caldeirão. Aprendeu também os ingredientes para os mais poderoso bruxedos feitos no caldeirão oferecido pelo Diabo, tais como ervas venenosas, órgãos de animais, e certas partes de defuntos que não houvessem sido baptizados, ou até obtidos por meio de sacrilégio ao solo consagrado dos cemitérios. Desses defuntos, usavam-se pedaços de unhas, pedaços de cabelo, pedaços de roupa, dedos, orelhas, línguas, cada coisa apropriada ao tido de bruxaria que ia celebrar. A bruxa Catherine Derlot muitas vezes afirmava para grande escândalo dos padres, que:

«Deus e o Diabo eram deuses iguais, um reinando sobre o reino do Céu, e outro reinando sobre o reino da Terra. Todas as almas que o Diabo conseguia seduzir, eram almas perdidas para o Altíssimo Deus do céu, e viveriam  perpétuamente na terra e no ar deste mundo, indo todas as noites visitar as casas onde habitaram em vida, e inspirar os vivos a servir ao Diabo ao invés de servir a Deus. Essas almas de antigas bruxas vagueando a terra, seriam por isso angariadoras de novas bruxas, num círculo que se perpetuava sem cessar. Afirmava a bruxa que recebeu estes ensinamentos do próprio Diabo, e que a luta entre Deus e o Diabo tem existido desde o início da eternidade, continuará a existir até ao fim da eternidade, e nunca deixou nem deixará de existir, porque é eterna, sem início, nem fim. Umas vezes um sai vitorioso, outras vezes o outro sai vitorioso, num ciclo sem fim, que sempre existiu, e sempre existirá. E é deste ciclo eterno e desta disputa sem fim que nasceu a própria Criação, e é esta contenda entre opostos que alimenta e sustenta a existência da própria criação. Sem esta luta entre um e outro, nada existiria.»

Era esta a doutrina que o próprio Diabo ensinara á bruxa Catherine Derlot, que é a doutrina das bruxas e do Satanismo, que perdura viva até aos nossos dias.

Alguns casos verídicos e famosos de bruxas

Um caso verídico e documentado sobre a existência de bruxas, ocorreu quando estranhos eventos começaram a suceder na ilha de Magee, na Irlanda. O caso sucedeu por volta de 1711, quando a casa e propriedade de James Haltridge , filho de um pastor presbiteriano, começou a sofrer de estranhos fenómenos. Fosse o proprietário, ou a família, ou os empregados da casa, os residentes daquela propriedade viam os lençóis das suas camas serem puxados por uma pessoa invisível, pedras eram jogadas aos vidros da habitação sem que ninguém lhe tocasse, pessoas tropeçavam ou eram atiradas para o chão por uma presença invisível, louça caía ao chão sem ninguém lhe mexer, objectos desapareciam para reaparecerem invertidos noutro local, e chegaram mesmo a encontrar-se crucifixos misteriosamente virados de cabeça para baixo. Certa noite ao recolher aos seus aposentos, a idosa mãe de Haltridge  sentiu uma mão tocar-lhe nas costas, e passados dias estava morta. Os rumores espalharam-se, e as pessoas da vizinhança começaram a suspeitar da presença de uma bruxa, de bruxedos e de magia negra. Logo após a morte da idosa, uma jovem empregada da casa – de nome Mary Dunbar – , começou a manifestar sintomas de possessão demoníaca. Mary Dunbar afirmava que tinha visões nas quais estava a ser atacada por varias mulheres, e era quando estava assolada por essas visões que entrava em transe, perdia controlo sob o seu corpo, e ficava possessa, sofrendo de violentas convulsões. Confirmava-se assim a existência de uma bruxaria. Foram descobertas sete bruxas nas imediações, a quem chamaram as bruxas de Magee. A jovem May Dunbar inexplicavelmente vomitava penas de aves pretas, alfinetes pretos, botões de um colete de homem , e outros objectos que eram usados nos trabalhos de magia negra feitos pelas sete bruxas.

O juiz e caçador de bruxas Pierre de la Lancre, ( 1553 – 1631), que esteve ao serviço do rei Henrique IV, deixou relatos documentados nos quais uma bruxa do sul de França, em 1609, lhe revelou que durante alguns sabbats satânicos o Diabo fazia-se aparecer, incorporando num bode, num touro, num homem negro, ou num cão preto. A bruxa revelou que quando se tocava no diabo , ele era gélido e frio, e que as bruxas se lhe submetiam beijando as suas nádegas, assim como os seus cascos e as suas pegadas no chão. Muitas bruxas queixavam-se que a copula com o demónio era dolorosa, e o seu membro era frio. Depois, nestas mesmas reuniões os bruxos ajoelhavam-se e veneravam submissamente as bruxas, beijando-as nos pés, nos joelhos, no ventre, nos seios e nos lábios, seguindo-se a isso festins de lascívia onde os demónios possuíam as bruxas diante dos bruxos, em acto de deliberado adultério que conspurcava o santo matrimonio de Deus. Aliás, ao aliciarem mulheres para se converterem em bruxas e devotas de Satanás, os demónios tendiam a ter uma preferência para aliciarem mulheres casadas e mães de filhas fêmeas, pois dessa forma não apenas desviavam e corrompiam almas para fora do caminho de Deus, como depois se banqueteavam nos incontáveis pecados do adultério, e até noutros mais inconfessáveis entre mães e filhas.

Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve que nos Sabbats, Satanás determinou que as bruxas deveriam «conspurcar-se aos santos domingos de Eucaristia entregando-se a demónios incubus e sucubus, contaminar-se com o pecado da sodomia ás quintas-feiras, e ao sábado cometerem a herética prostituição com a abominação da bestialidade»

Isabel Cockie , Janet Wishart e Helen Rogie, foram três das bruxas que se diz terem pertencido ás celebres bruxas de Abardeen, na Escócia. Há relatos históricos sobre tais bruxas que ficaram celebres por volta de 1596. As bruxas de Abardeen reuniam-se em grupos de 13 membros. Diz-se que o demónio presidia a essas reuniões satânicas, ou Sabbats satanicos, e incorporava ou num veado, ou num javali, ou num bode negro, ou num cão preto. O demónio fazia-se acompanhar de uma rainha dos infernos, e também ela incorporava num animal. Dizia-se que os bruxos e bruxas deviam beijar os demónios nas suas nádegas em sinal de obediência e submissão, assim como haviam relatos que afirmavam que os demónios possuíam carnalmente as bruxas em pecaminosa luxuria. Na sequência destes eventos sucedidos na Escócia, James I publicou a sua obra Daemonolgie, versando sobre a existência de bruxas e os seus pactos demoníacos. Diz-se que estas bruxas eram conhecedoras de fortes segredos de magia negra, e através de trabalhos de magia negra lançaram maldiçoes de vingança e retribuição sobre varias pessoas , assim como fizeram os mais fortes trabalhos de amarração de magia negra para fomentar situações de adultério. Os seus trabalhos de magia negra eram tão poderosos como lendários.

Outro celebre caso historicamente documentado da existência de bruxas e bruxaria, sucedeu no século XVII. Margaret Barclay (f. 1618) era uma nobre da sociedade escocesa, que teve uma desavença com o seu cunhado John Deans, e a sua esposa Janet Lyal, havendo por eles sido injustamente acusada de um furto. O assunto foi a tribunal, e ainda decorria o processo judicial quando John Deans foi chamado para embarcar como capitão de um navio mercante. Quando isso sucedeu, várias pessoas escutaram a voz de Margaret Barclay rogando-lhe uma maldição, dizendo que o navio deveria afundar-se, e depois murmurando palavras irreconhecíveis e típicas da bruxaria satânica. Depois disso, ela foi vista despejar pedras de carvão ainda ardentes á água, pedindo que o navio afundasse. A nobre mulher procurou depois disso a ajuda de um bruxo de nome John Stewart, havendo-se com ele encontrado numa casa deserta. Nessa casa deserta, o bruxo John Stewart e  Margaret Barclay invocaram ao demónio, que lhes apareceu incorporando num cão preto. Foi feito um trabalho de magia negra, sendo esse trabalho feito através de um boneco que foi moldado em barro. Sobre o boneco foi derramado sangue de uma oferenda a Satanás, e foi entoado um oculto encantamento em latim. No final, o boneco foi levado e arremessado para o mar, a fim que conforme aquele boneco ali se afundaria até as profundidades abissais do mar, pois também o mesmo sucedesse com o capitão John Deans. Meses passaram serenamente, ate que um dia uma sinistra noticia chegou aos ouvidos da população: o navio onde estava o capitão John Deans, realmente tinha-se afundado perto de Padstow. O capitão John Deans tinha-se afundado com a embarcação, para nunca mais ser visto até hoje. A bruxaria de do bruxo satânico John Stewart tinha sido certeira, como são sempre os fortes trabalhos de magia negra. A vingança e retribuição de Margaret Barclay estava servida, e não falhou.

Em 1669 sucedeu o célebre caso das bruxas de Mora, que assumiu tais proporções que levou á intervenção do rei Carlos XI da Suécia. Na região da Dalecarlia – Suécia – , começaram a suceder estranhos fenómenos e eventos que começaram a causar estranheza e temor na população. Começaram ali a surgir aparições fantasmagóricas, mortes inexplicáveis, possessões demoníacas, e os sinistros eventos causaram uma onde de receio pelas povoações. Suspeitou-se da actividade de bruxas, de magia negra e de bruxarias, o que veio a confirmar-se. Houve relatos confirmados e documentados sobre a existência de 23 bruxas envolvidas em actividades do oculto. O grupo das 23 bruxas constituía uma colmeia de bruxas  satânicas que se havia fundado na zona. Uma colmeia de bruxas é um pequeno grupo ou comunidade de bruxas – regra geral de 3 a 13 bruxas, neste caso sendo de 23 bruxas –  que se reúnem para prestar culto ao Diabo, assim como praticar magia negra. O termo colmeia vem da ideia que a sociedade das bruxas é uma sociedade matriarcal, no topo da qual se encontra um Rainha e nao um rei, tal como sucede nas colmeias. È uma inversão do esquema social estabelecido pelo Deus dos Cristãos, no qual o chefe tanto da família, como da igreja, é sempre um homem. E tal como nas colmeias todas as abelhas, sob autoridade de uma rainha, trabalham laboriosamente para uma finalidade, pois o mesmo sucede nas colmeias de bruxas, nas quais – tal como dedicadas abelhas trabalhadoras -, cada bruxa se entrega laboriosamente aos fins da magia negra. Mesmo quando separadas e questionadas individualmente, as bruxas desta colmeia – chamadas as bruxas de Mora – contavam os mesmos factos. As bruxas de Mora confessavam que tinham reuniões ocultas – sabats satânicos – onde se fazia a invocação de demónios. Homens havia sido seduzidos e levados a participar nessas reuniões fosse por influencia de bruxas, ou de demónios sucubus, e ao participar nessas reuniões, eles acabavam irremediavelmente possessos pelos demónios invocados, tornando-se também eles bruxos.  As reuniões ocorriam numa grande casa existente num prado ermo chamado Blocula, mas também houveram sabbats negros celebrados em encruzilhadas. Nessas reuniões satânicas, os participantes renunciavam á Igreja, eram baptizados pelo demónio,  celebravam pacto com o Diabo, e depois seguiam participando em festins lascivos onde se praticavam actos de promiscuidade, assim como se planeava a feitura de trabalhos de magia negra e bruxarias. Nestas reuniões satânicas, o demónio invocado faziam-se incorporar num homem de barba ruiva, um senhor que aparecia trajando um longo casado negro. As reuniões eram frequentadas tanto por bruxas já maduras, como por jovens donzelas que se submetiam ao baptismo pelo Diabo, e depois se entregavam a ritos orgiásticos com os demónios. Como resultado, varias bruxas engravidaram, e deram á luz crianças que eram descendência de demónios. Algumas dessas mulheres foram mais tarde vistas a dar á luz bebes que eram imediatamente baptizados com sangue de serpentes ou sapos, confirmando assim a sua progenitura demoníaca. Este grupo ou colmeia de bruxas teve tamanho poder na Suécia do século XVII, que até o próprio rei temendo a sua proliferação e temíveis actos de magia negra, teve de intervir.

A montanha de Brocken na Alemanha, e a igreja de Blokula na Suécia eram locais lendários onde decorreram igualmente lendárias Missas Negras e Sabbat satânicos. Christian stridtheckh, na sua obra De Saguis, escreveu: «as reuniões de bruxas passam-se em diferentes sitios, mas normalmente ocorrem em florestas, montanhas, cavernas, ou seja, em locais longe da presença do homem, e assombrados». Na Alemanha, existe um local historicamente conhecido por ter sido o local de celebração do Sabbat. Trata-se da famosa montanha de Brunswick, situada no ducado com o mesmo nome. A montanha na verdade chama-se Blocksberg, e são tantas as evidencias históricas da presença de bruxas e da realização de Sabbat de bruxas naquele local, que a montanha se tornou num local visitado por turistas de todo o mundo, que ali procuram vislumbrar os locais reais, onde bruxas reais se reuniram em lendários Sabbat satânicos. A zona está profundamente ligada a fenómenos místicos, aparições e eventos inexplicáveis que ainda hoje ocorrem. Algumas pessoas já desaparecerem misteriosamente nas sinuosas escarpas e picos enublados daquela sinistra montanha, onde ainda hoje vagueiam os assombrados espíritos de ancestrais bruxas. Os Pirenéus, são outra área geográfica onde se celebraram famosos Sabbat satânicos. Na área basca, havia uma região chamada Lane do bouc, na linguagem basca «Aquelarre de verros, prado del cabron», onde durante os seculos da Idade Media as bruxas e bruxos se reuniam em certas noites para venerar o Diabo, especialmente em noites de segunda, quarta e sexta-feira.

O caso das bruxas de Somerset, foi um dos casos mais importantes nos anais da história da bruxaria, e deu origem a um documento de investigação de 1681, que relata a sua existência das bruxas, e dos espantosos eventos observados. O caso teve particular significância, porquanto foi um dos poucos casos em bruxas e bruxas admitiram livremente a sua existência, e a sua filiação numa comunidade de bruxas. Por volta de 1660, haviam duas grande colmeias de bruxas activas na região do condado de Somerset, na Inglaterra. Ambos eram presididos pelo Diabo, que se dava a manifestar incorporando num homem através de possessão demoníaca, e apresentando-se sempre sob o nome de Robin. Uma bruxa de nome Ann Bishop era a rainha de uma das colmeias de bruxas constituída por seis bruxas e oito bruxos.  A outra colmeia de bruxas era composta por onze membros, sendo dez mulheres e apenas um homem. O homem apresentava-se sempre de negro, e nunca ninguém soube a sua verdadeira identidade, uma vez que após a extinção daquelas colmeias de bruxas, o homem esfumou-se para nunca mais ser visto. Ambas as colmeias de bruxas realizaram sabbats satânicos nocturnos, nos quais o diabo sempre se fez manifestar, fosse apenas em espirito, ou fosse encarnado num homem. Quando algumas das bruxas por algum motivo não podia ir ao Sabbat fisicamente em carne-e-osso, então visitava-o e participava dos ritos em espírito. Nesses sabbats as bruxas participavam num farto e abundante festim cuja a refeição era proporcionada pelo Diabo. Os festins das bruxas de Somerset constavam de carnes, bolos que eram um despertar irrecusável da gula e quantidades generosas de cerveja e vinho, tudo providenciado pelo Diabo. Há quem falasse de um bolo mágico, que era servido no final das refeições, e que proporcionava sensações indescritíveis. Depois da refeição, as bruxas dançavam. As suas danças em torno de um caldeirão ou e uma fogueira, realizavam-se sempre no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio, simbolizando isso a oposição ás convenções cristãs.  Após o banquete e as danças, as bruxas realizavam vários trabalhos de magia negra. Nesses trabalhos de magia negra, as bruxas cravavam agulhas ou espinhos em bonecos de cera. Os bonecos eram baptizados pela própria mão do Diabo, assistido que era no baptismo por duas bruxas que representavam as madrinhas de baptismo. O boneco uma vez baptizado com o nome da pessoa que se desejava embruxar, gerava uma relação espiritual com a própria vítima da bruxaria. Tudo aquilo que fosse por isso feito no boneco, acabaria por suceder na vítima, e em carne-e-osso. Um trabalho de magia negra feito nestes Sabbats ficou famoso por volta de 1664, pois que um boneco foi baptizado com o nome de um homem chamado Dick Green, e passado pouco tempo o homem veio a falecer em circunstancias inexplicáveis, tal conforme lhe tinha sido destinado no boneco. A bruxa Alice Duke era membro da colmeia de Ann Bishop, havendo sido recrutada pela própria rainha. A sua iniciação foi feita, dando tres voltas andando para trás, sempre de costas, á volta de uma igreja. Consta que apos a primeira volta, apareceu-lhes um homem negro. Há segunda volta, apareceu-lhes um sapo que lhes pulou para cima. Á terceira volta estava á espera das mulheres um rato, que logo se esgueirou e fugiu. O homem negro apareceu novamente, e falou á bruxa Ann Bishop, afirmando-lhe que Alice Duke estava aceite da colmeia de bruxas. Mais tarde, o demónio picou o quarto dedo da mão direita de Alice, pelo que o seu sangue derramado naquele momento se transmutou em sangue de bruxa, e com a picada o demónio deu-lhe a marca do Diabo, ou a marca da bruxa. A maioria das bruxas tinha recebido espíritos familiares demoníacos como oferta do Diabo. A bruxa Alice Duke recebeu um gato, que se alimentava de algumas gotas extraídas de um mamilo oculto no seu corpo. A bruxa Elisabeth Style que pertencia ao mesmo grupo de Ann Bishop, recebeu um cão preto que lhe concedia favores e desejos, bastando para isso que lhe dissesse a frase «Ò Sathan, dai-me o vosso propósito». Outras das bruxas de Somerset não recebeu propriamente um espírito demoníaco familiar, mas antes, afirmou em 1665 que o Diabo tinha por habito visita-la por volta das cinco da madrugada na forma de um ouriço, que se alimentava sugando sangue dos seus seios. A bruxa queixava-se do quão doloroso era o procedimento, e que quando tal sucedia ela entrava num estado de transe, podendo nessa altura recitar os mais fortes encantamentos, que depois davam sempre resultados assombrosos. As bruxas de Somerset era temidas pelos trabalhos de magia negra através dos quais lançavam poderosas maldições. Por isso, era procuradas por incontáveis clientes que lhes requisitavam os seus préstimos de magia negra. A capacidade de infringir maldiçoes, tem desde sempre sido considerada como um dos principais atributos das bruxas e da bruxaria. As maldiçoes são o coração e o âmago da magia negra. È com maldiçoes que opera a magia negra, e é lançando maldiçoes que a magia negra gera os seus efeitos. A bruxas desde sempre que usam magia imagética , para com ela lançar maldiçoes a uma vitima. Usando de um boneco de cera, ou uma vela, um uma efígie, ou uma foto, ou uma corda baptizada com o nome da vitima, as bruxas desde sempre tem usado técnicas ocultas de magia negra para infestar as mais tormentosas maldiçoes nas suas vitimas. Algumas das lendárias bruxas de Somerset, usavam expressões vocalizadas ou encantamentos dirigidos a algo que representasse a vítima, para infligir uma maldição a essa pessoa. No caso das bruxas de Somerset, elas usavam da expressão «e a varíola levou», o que impregnava a vítima da maldição desejada, tal conforme fosse impregnada de um vírus. Os eventos ocorridos com as bruxas de Somerset foram testemunhados por um padre já reformado de nome Joseph Granvill. Os resultados das suas observações e investigações foram publicados em 1681, num documento intitulado «Sadducismus Triumphatus»

Em resumo:

São inúmeros os casos historicamente documentados, que provam e comprovam a existência de bruxas, de bruxaria, de magia negra e dos trabalhos de magia negra, assim como a realidade dos seus fortes resultados.

Quer uma amarração?

Quer trabalhos de magia negra ?

Quer bruxaria de verdade?

Venha falar com quem sabe.

Escreva-nos!

© 2019 – 2023, admin. All rights reserved.

This entry was posted in magia negra and tagged , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Bookmark the permalink.