São Cipriano: a vida, o livro e obra de Cipriano, o bruxo

são Cipriano: a vida, o livro e a obra de Cipriano, o bruxo

São Cipriano, o bruxo

Johannes Trithemius ( 1426 – 1516), foi um monge alemão Beniditino, que foi um notório cronista, criptógrafo e ocultista. O abade Trithemius deixou notas historicamente documentadas sobre um poderoso tratado de magia negra que teve em sua posse, e que se tratava de um grimório de são Cipriano o bruxo (f. 258 d.C), nos quais se encontravam fortes bruxedos para o amor, e muitos outros segredos de magia negra. Obras raras e preciosas como a de Cipriano, o bruxo, eram tesouros de tal forma importantes, que vieram a influenciar toda produção de grimórios de magia negra ao longo da Idade Media, e posteriormente.

Alguns dos textos de s. Cipriano, o bruxo, acabaram inscritos no célebre Grand Grimoire . O Grand Grimoire, é o titulo de um famosos grimório mencionado pelo místico e demonologista Norte-Americano Arthur Edward Waite ( 1857 – 1942), autor do notório Book of Black Magic and Pacts ( 1910), ou «Livro da Magia Negra e Pactos». A mais antiga publicação do Grand Grimoire, remonta a 1421. O Grand Grimoire é descrito por Waite como um dos mais fantásticos dispositivos infernais para invocar demónios, até os mais relutantes em se manifestarem. Também conhecido como «Le Dragon Rouge», ou «o Dragão Vermelho», este grimório de magia negra concentra um importante capítulo sobre os procedimentos ocultos para invocar o demónio Lucifuge Rofocale. O nome «Lucifuge» significa «mosca-luz», e certos demonologistas atribuem-lhe uma relação directa a Lúcifer, que significa «portador de luz». Acredita-se por isso que Lucifuge seja um dos nomes atribuídos a Lúcifer, já depois da sua queda, e de ter assumido plenamente o seu estatuto de demónio, associando-a á «mosca», coisa que também o demónio Beelzebub o fez, cujo o nome na verdade significa «senhor das moscas», o príncipe do submundo.

São com estes e muitos outros saberes ocultos que constam de vários grimórios de magia negra, e que são herança da obra de são Cipriano,  que as bruxas invocam aos demónios e espíritos de trevas que lhes concedem as sabedorias de magia negra, com as quais  elas executam as suas bruxarias. E uma das mais poderosas bruxarias, eram as amarrações.

São Cipriano, o maior dos bruxos

Cipriano (f. 258 d.C),  foi um dos maiores bruxos de todos os tempos, e isso está historicamente comprovado nos fabulosos textos encontrados sobre esse bruxo. Não admira por isso, que Cipriano apareça sempre mencionado pelos maiores autores dos mais célebres grimórios da história. E há vários exemplos disso:

O famoso «Compendium Maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), no capitulo VI do Livro I,  faz nota sobre os famosos trabalhos de magia negra de são Cipriano (f. 258 d.C), e como eles foram suportados pelo pacto que o bruxo Cipriano fez com o Diabo, e que lhe concedeu preciosos conhecimentos ocultos. São Cipriano consta do «Martyrologium Romanum» assinalado no dia 26 de Setembro, e porem aquilo que tornou este santo célebre não foi a sua curta carreira eclesiástica, mas sim a sua extensa e profícua vida de bruxo, e obra de magia negra.

Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) célebre ocultista e demonologista Francês, autor do influente «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, também faz nota sobre a existência de Cipriano enumerando algumas das suas formulas para exconjurar demónios.

Lewis Spence  (1874 – 1955), notório ocultista escocês e autor da «Enciclopaedia of Occultism» ( 1920), também faz referencia a Cipriano citando uma bruxaria na qual sangue de cabra derramado num diamante conforme um certo procedimento oculto, podia fazer amolecer o mais duro dos corações de um homem.

O notório ocultista Montagne Summers (1880- 1948), também faz menção ao bruxo Cipriano.

Outro célebre autor que menciona são Cipriano, foi um dos mais reputados teólogos e demonologistas medievais, que foi o notório abade germânico Joahannes Trithemius ( 1462 – 1516). O abade beneditino foi autor de mais de oitenta títulos versando sobre preciosos saberes ocultos, e leu todos os grandes grimórios. Entre esses famosos grimórios, estava o «The Book of the Four Kings», ao qual Trithemius chamou de uma obra «pestilenta», e que atribui a origem destes «trabalhos amaldiçoados» a são Cipriano. A fama duradoura de são Cipriano vem não da sua vida religiosa, mas sim do facto dele ter sido um grande bruxo antes da sua conversão, e ter celebrado um Pacto com o Diabo.

E foi através desse pacto e dos auxílios do demónio, que o bruxo Cipriano realizou alguns dos mais espantosos bruxedos, cujos os efeitos lhe deram reputação pelos quatro cantos do mundo. Alguns desses trabalhos de magia negra eram fortes amarrações.

O poeta Romano nascido em Espanha, Prudentius ( 348 – 410 d.C), menciona o bruxo Cipriano, assim como relata os seus poderosos trabalhos de magia negra, e deixa notas sobre como tais bruxedos eram feitos em cemitério, junto de túmulos. Nos seus textos, o poeta fala abertamente das poderosas amarrações do bruxo Cipriano, e dos meios usados para «aumentar a paixão de uma esposa, e faze-la violar a lei do casamento». No período medieval, o famoso grimório do bruxo Cipriano encontrava-se dividido em três livros: um em Grego, outro em Latim, e outro com textos siríacos, coptas e árabes. Os textos circularam pela Europa, e médio-oriente. O próprio bruxo Cipriano, deixou uma confissão na qual conta como quando em criança, havia sido devoto do Deus Pagão Apolo, e apresentado aos mistérios de Mitras. No Monte Olimpo, Cipriano viu hordas de demónios e exércitos de Deuses. Depois, viajou pelo Egipto e Babilónia, onde foi instruído na magia dos Caldeus e Fenícios.

Houve um importante texto que sobreviveu aos tempos, e que se chamava «A arte de Cipriano». Na Arte de Cipriano, é fornecida uma série de cinco selos mágicos que desenhados num espelho com uma tinta vermelha especialmente preparada para a finalidade, e acompanhados dos correctos encantamentos de magia negra, permitiam fazer com que um demónio invocado permanecesse reflectido naquele espelho pelo tempo desejado, e aceitasse as missões que lhe fossem incumbidas.  Até mesmo missões de amarrações, o que as tornava tão poderosas como lendárias. A obra «A Arte de Cipriano» foi preservada num manuscrito de Frederick Hockley ( 1809-1885), um importante coleccionador de material oculto.

A vida, os estudos e as peregrinações de são Cipriano

Na sua juventude, o são Cipriano fez grandes viagens e peregrinações em busca de conhecimento oculto, o qual encontrou junto dos sábios Fenícios e Caldeus. O filosofo Jâmblico ( 245 – 325 d.C), filosofo Romano que estudou ciências ocultas com os Caldeus, assim como  Porfírio, o Fenício ( 233 – 304), foram alguns dos grandes e mestres contemporâneos de Cipriano (f. 258 d.C), e aos quais o bruxo Cipriano foi buscar muitos dos seus conhecimentos ocultos.

Quanto á sua vida, o próprio bruxo Cipriano deixou uma confissão escrita na qual dá testemunho de como quando em criança, ter sido devoto do Deus Pagão Apolo, ( uma das formas como Lúcifer se fez manifestar neste mundo na Antiguidade),  e apresentado aos mistérios de Mitras. No Monte Olimpo, Cipriano viu hordas de demónios e exércitos de Deuses. Depois, viajou pelo Egipto e Babilónia, onde foi instruído na magia dos Caldeus e Fenícios.

Sobre o Livro de são Cipriano

Ao contrário daquilo que comummente se julga, não existe apenas um livro de s. Cipriano.

São Cipriano deixou um vasto conjunto de pergaminhos escritos em latim e hebraico, contendo os seus saberes e conhecimentos ocultos, adquiridos ao longo de anos de peregrinações e estudos ocultos.

Esses pergaminhos foram mais tarde, ( após a morte do santo),  reunidos numa arca, e a arca foi levada para local secreto no Vaticano.

Ao longo dos tempos, os pergaminhos foram traduzidos, e deram origem a vários livros de s. Cipriano. Trata-se de grimórios que na verdade são coleções ou antologias de textos de São Cipriano, deixados nos seus documentos ocultos.

Tais antologias de textos místicos de são Cipriano espalharam-se por toda a Europa, havendo uma dessas versões originais que se encontra preservada e conservada num arquivo histórico em Portugal. Estas antologias acabaram por dar origem a célebres grimórios de Alta Magia Negra, tais como o “Capa Negra”, “Capa de Aço”, “Capa Vermelha”, assim como outros estudos colaterais constantes em tratados como “Reino da Feitiçaria”.

Porem, para o leigo que – movido por mera e incauta curiosidade – se aventure na leitura dos textos de São Cipriano, desde já se sublinha que grande proveito não alcançará dessas suas deambulações.

Na verdade, toda a obra de são Cipriano encontra-se escrita em parábolas que são uma cifra secreta ou um escrito oculto. Para ler esses textos, e deles extrair o seu verdadeiro significado, (assim como as ocultas formulas mágicas), é necessária ser um profundo conhecedor dos mistérios esotéricos de Alta Magia.

Porque escreveu são Cipriano em parábolas?

Trata-se na verdade de uma ancestral técnica usada pelos maiores mestres do oculto, pois tal como são Cipriano, também Michel de Notredame – 14 Dez 1503; 12 Julh 1566 – , (o histórico astrólogo, médico e vidente Francês), escreveu as suas celebres quadras proféticas na forma de parábolas e enigmas.

Sobre São Cipriano, eis que em certo texto das antologias de São Cipriano versando sobre “Trabalhos de Magia de São Cipriano para o amor”, ( da coletânea Medieval da Península Ibérica,  “Flos Sanctoum”, elaborada pelo Padre, biografo e historiador Jesuíta Pedro de Ribadeneira – Toledo 1526; Madrid 1611), assim se pode ler:

«Todos os grandes magos, inclusive Jesus, o Cristo, ocultavam a verdade sob a forma de parábolas, ou enigmas, ou expressões ininteligíveis. Faziam-no propositadamente, e por isso – tal conforme consta nos Evangelhos – costumava Jesus dizer: «Ouçam os que tem ouvido para ouvir, e vejam os que tem olhos para ver», isto é, «Entendam-me aqueles que tem a capacidade de me entender,», pois os outros não devem ir mexer em coisas que desconhecem, para assim evitarem sua própria desgraça, ou a ruína daqueles que os rodeiam.

Sabia são Cipriano, conforme Jesus antes dele o assinou, que certos saberes e conhecimentos ocultos devem permanecer ocultos, para não caírem nas mãos erradas de leigos que desconhecem o poder dos mistérios do espírito, e assim lhe deem um uso leviano, ou até errado.

Por exemplo:

Em certos feitiços, São Cipriano menciona “Olho de boi”, ou “Sangue de dragão”, ou “Rabo de gato”. Por esse motivo, muitos incautos ao lerem esses textos, apressaram-se a tentar apanhar gatos para lhes tomar as caudas.

Porem:

Com isto, não se aconselhava os desconheceres dos mistérios místicos, a irem lesar um boi, nem retirar caudas a gatos, e nem mesmo a irem caçar certos repteis serpentinos denominados de dragões. Na verdade, todos esses termos dizem respeito a certas ervas místicas usadas em certos feitiços, e são Cipriano procurava assim divulgar as suas fórmulas de maneira encoberta, para que apenas os conhecedores e iniciados nas artes do oculto as pudessem compreender, ao passo que os ignorantes permanecessem na ignorância.

Em resumo:

Eis o erro fundamental em que tropeça o leigo que lê irrefletidamente a obra de são Cipriano, sem porem ter a chave de sabedoria que permite decifrar os mistérios dos conhecimentos que se encontram encobertos sob o véu da mera letra do texto que se lê superficialmente. E por isso se sabe, que os escritos são Cipriano não são para serem lidos “ad-litteram”, ou literalmente, ou “á-letra”, mas sim devem ser examinados e escrutinados sob as lentes da sabedoria oculta. Apenas assim se compreenderão as verdadeiras mensagens e formulas místicas de São Cipriano.

São Cipriano e o seu pacto com o Diabo

Cipriano o bruxo (f.258 d.C), e o seu pacto com o Diabo serviu de base a importantes obras escritas sobre a tradição mística de pactos demoníacos, como Cyprian von Antiochen und die Deutsche Faustsage ,  publicado em Erlangen, 1882, e que relaciona Cipriano ao célebre pacto de Fausto.de quem Mephistopheles era seu espirito demoníaco familiar. Fausto, ou Johann Faust ( 1488 – 1538), um bruxo e conjurador de demónios cujo o nome foi adoptado pelo notório poeta e dramaturgo Inglês Christopher Marlowe ( 1564 – 1593), na sua obra Tragical History of Doctor Faustus (1589). Já o célebre Faust do famoso Johann Wolfgang Goethe ( 1749 – 1832), foi escrito de 1770 a 1832, assim como a abertura de Richard Wagner ( 1813 – 1883), em 1839. Mephistopheles era seu espírito demoníaco familiar de Fausto, e Astaroth ou Astarte foi um dos sete príncipes do Inferno que  visitou. E na verdade, o pacto com o Diabo de Cipriano, o bruxo (f.258 d.C), serviu de base a importantes obras sobre a tradição mística de pactos demoníacos, como a citada Cyprian von Antiochen und die Deutsche Faustsage , Erlangen, 1882, e que relaciona Cipriano ao célebre pacto de Fausto.

A vida do bruxo Cipriano, e os seus épicos feitos de magia negra, foram também relatados em vários textos e até poemas, como o do notório médico renascentista Anthony Ascham (1614-1650), intitulado «Saint Cipriane, the Grett Nigromancer».

Na Arménia, existiram vários manuscritos com bruxedos de Cipriano que sobreviveram ao passar do tempo. Chamavam-se os «Pergaminhos de são Cipriano», que mais tarde foram impressos em Constantinopla, em 1712. Foi depois do século XVIII que varias copias de escritos de são Cipriano começaram a circular pela Europa, e nesses escritos constavam formulas de magia negra infalível para casos de amor.

Um dos casos mais lendários sobre os escritos de são Cipriano, encontra-se documentado num grimório Espanhol do século XIX, onde se relata como no ano 1001 d.C um monge Alemão de nome Jonas Sufurino, bibliotecário do mosteiro de Brooken, invocou o Diabo no topo de uma montanha, e recebeu uma cópia do grimório de magia negra de são Cipriano como recompensa.

Os escritos de s. Cipriano, o bruxo

Nos anos de 1753, o Bispo de Oloron-Sainte-Marie, França, tomou conhecimento de fortes trabalhos de magia negra que eram executados na sua diocese, e deixou disso nota nas suas missivas pessoais. Os trabalhos de magia negra estavam a ser realizados com saberes de Cipriano que se encontravam inscritos no Grand Grimoire, e no famoso Le Grimoire du Pape Honorius , um grimório de magia negra atribuído ao Papa Honorio III ( 1150 – 1227). O Grand Grimoire é o titulo de um famosos grimório mencionado pelo místico e demonologista Norte-Americano Arthur Edward Waite ( 1857 – 1942), autor do notório Book of Black Magic and Pacts ( 1910), ou «Livro da Magia Negra e Pactos». A mais antiga publicação do Grand Grimoire, remonta a 1421. O Grand Grimoire é descrito por Waite como um dos mais fantásticos dispositivos infernais para invocar demónios, até os mais relutantes em se manifestarem. Também conhecido como «Le Dragon Rouge», ou «o Dragão Vermelho», este grimório de magia negra concentra um importante capítulo sobre os procedimentos ocultos para invocar o demónio Lucifuge Rofocale. O nome «Lucifuge» significa «mosca-luz», e certos demonologistas atribuem-lhe uma relação directa a Lucifer, que significa «portador de luz». Acredita-se por isso que Lucifuge seja um dos nomes atribuídos a Lucifer, já depois da sua queda, e de ter assumido plenamente o seu estatuto de demónio, associando-a á «mosca», coisa que também o demónio Beelzebub o fez, cujo o nome na verdade significa «senhor das moscas», o príncipe do submundo.

Mais tarde,  em 1882 um historiador galego encontrou uma versão do Grand Grimoire onde se encontravam ensinamentos de são Cipriano, impressos em Francês e Latim, num capitulo intitulado «Cyprien Mago ante Conversionem». O local de publicação desta obra era Salamanca, e havia sido redigido em 1460. O texto continha várias imagens de sigilos mágicos, assim como formulas diabólicas para obter todo o tipo de favores com a ajuda do Diabo, até mesmo favores amorosos. O texto de são Cipriano impresso no Grand Grimoire, foi usado por um notório bruxo de nome Lagrange.

Na Dinamarca e na Noruega do século XVIII, foram descobertos os restos de um texto intitulado «Cyprianus, kef od hell and Black Magic», ( ou: Cipriano, a chave do Inferno e da Magia negra). Em Holsten, na Dinamarca, acreditava-se que s. Cipriano, o bruxo, (f.258 d.C), era um bruxo malvado expulso do Inferno, ao passo que na Noruega os livros de descreviam-no como um grande aluno do Diabo e das artes de magia negra.

Na Alemanha, foi encontrado um grimório intitulado «Cypriannus Höllenzwänge»,  de s. Cipriano, o bruxo, e em 1770, na Dinamarca imprimia-se o primeiro Livro Preto de são Cipriano.

Na Escandinávia, nem todos tinham meios para possuir um grimório como o de s. Cipriano, o bruxo, pelo que apenas professores, clérigos e soldados acabavam por conseguir adquirir tal preciosidade.   Um dos donos do Livro Negro, foi um oficial militar Norueguês de nome Ulrich Christian Heide (f. 1785). Tratava-se de um militar culto, que estudou na academia militar, e tinha na sua biblioteca pessoal escritos como os do célebre Iluminista Voltaire ( 1694 – 1778). Porem, o notório militar interessava-se também pelos segredos do oculto, e era proprietário de um dos famosos grimórios de s. Cipriano, o bruxo. Sabe-se que o duque de Luxemburgo tinha um Livro Negro de são Cipriano, o bruxo, com o qual praticou diversos bruxedos que lhe concederam vitorias militares e pessoais espantosas. De 1790  a 1820, houveram vários casos no Luxemburgo de célebres bruxas e bruxas que trabalham com o grimórios de s. Cipriano, o bruxo. Uma famosa bruxa do Luxemburgo chamada Marie Bosse, era conhecida por ter um grimório de s. Cipriano, o bruxo, e com ele ter não apenas invocado o demónio e celebrado pacto com o Diabo, como ter feito bruxedos que tinham efeitos sempre impressionantes. Um outro notório bruxo Luxemburguês de nome Lesage, tinha também um grimório de s. Cipriano, o bruxo, com o qual celebrou trabalhos de magia negra que se tornaram lendários, e acabaram mesmo por ficar inscritos nas cronicas da época.

A influencia de s. Cipriano, o bruxo, foi de tal forma universal, que se fez sentir por toda a Europa, desde os países Latinos como Portugal, Espanha e Itália, até aos países Nórdicos como a Alemanha, a Dinamarca, e toda a Escandinávia, ou seja, a Noruega, Finlândia, Suécia e Islândia.

Em 1802, um caçador de tesouros de nome Jens Clemmensen, conseguiu chegar á posse de um grimório chamado «Ciprianus den XII & Faustus Dreyfaices Höllen Schwang», e o livro encontra-se até aos dias de hoje na Real Biblioteca Dinamarquesa.  Na Dinamarca e na Suécia, os grimórios eram conhecidos por svartkonstboken ou svartboken, ou os «Livros Negros», ou os «Livros de Trabalhos Negros»

Um dos primeiros grimórios de magia negra impressos na Escandinávia, foi o Sybrianus, produzido na Dinamarca em 1771, e que rapidamente se espalhou pela Alemanha. O grimório é da autoria de um misterioso ocultista de nome Philopatreias, e é inspirado em saberes de s. Cipriano, o bruxo. No grimório Sybrianus, ( Cyprianus, ou Cipriano), podem-se encontrar várias formulas rúnicas assim o famoso bruxedo de Kalemaris, que é análogo ao encantamento de Abracadabra. Já por volta de 1890, surgiu um outro schwarzes Buch, ou livro negro, ou grimório, intitulado En lille Udtog af Syprianus, ( A Little Piece of Syprianus), que é uma colectânea de formulas de magia negra e bruxedos de s. Cipriano, o bruxo, que um notório ocultista de nome Henrik Kokborg possuía na sua biblioteca privada. Henrik Kokborg foi um notório bruxo que com os saberes de magia de s. Cipriano, o bruxo, conseguiu invocar o Diabo, fazer pacto com Satanás, e executar dos mais poderosos trabalhos de magia que há memória.

Por volta de 1720, houve dezenas de casos na Dinamarca, de soldados que fizeram pacto com o Diabo e se tornaram bruxos. A blasfémia dos seus pactos, e os fortes efeitos dos seus trabalhos de magia negra, chamaram as atenções até da realeza. Na Suécia, entre 1680 e 1789, o mesmo sucedeu com várias mulheres que se entregaram lascivamente ao Diabo, celebrando pacto com Satanás, e tornando-se bruxas. Os grimórios que facultavam as fórmulas para celebração desses pactos que ocorreram na Dinamarca e na Suécia, eram baseados em textos de s. Cipriano, o bruxo, e algumas edições de 1780 a 1820 eram preciosidades conservadas em segredo por verdadeiras bruxas e bruxos.

Os grimórios Alemães de magia negra, inspirados nos ensinamentos e s. Cipriano, o bruxo, atingiram grande popularidade. Por volta dos anos de 1830, um certo livreiro e antiquário de nome Johann Scheible, reuniu um precioso catálogo de grimórios e livros antigos sobre magia negra. Também o pastor protestante Georg Conrad Horst, ( 1769- 1832), escreveu mesmo uma ampla enciclopédia de seis volumes sobre magia negra, de nome Daemonomagie oder Geschichte des Glaubens und Zauberei. ( 1821-26). Outros grimórios apareceram contendo influências de s. Cipriano, o bruxo, como um grimório de Fausto, e o Petit Albert. O famoso grimório Francês de magia negra do século XVIII chamado Petit Albert. ou Petit Albertus. O grimório teve um enorme sucesso nos círculos do oculto em França, especialmente entre bruxas veneradoras de Satanás, e os efeitos dos seus bruxedos são tão certeiros que se tornaram lendários.  O seu autor foi o notório frade dominicano, Bispo e ocultista Germânico Albertus Magnus, (1205 – 1280), motivo pelo qual a obra se chama «Pequeno Albertus», pois que muitas bruxas olhavam para este grimório como um pequeno mestre que as acompanha, e que era do célebre Bispo Alberto. O grimório foi sendo passado de mão em mão em versões manuscritas, até que foi publicado em Lyon, no ano de 1602. Na verdade, muitos ensinamentos dos escritos de s. Cipriano o bruxo acabaram por ser inscritos pelo Bispo Albertus Magnus no seu Petit Albert.

Por volta de 1775, foi publicada uma obra Alemã de nome D. Faustus Original Geister Commando, datada de 1510 em Roma, e revista pelo Dr. Habermann. A obra seria fruto dos conhecimentos do célebre Fausto ou Johann Faust ( 1488 – 1538), um bruxo e conjurador de demónios cujo o nome foi adoptado pelo notório poeta e dramaturgo Inglês Christopher Marlowe ( 1564 – 1593), na sua obra Tragical History of Doctor Faustus (1589), e também descrito no célebre Faust do famoso Johann Wolfgang Goethe ( 1749 – 1832).  Este grimório transpunha alguns conhecimentos de magia negra de s. Cipriano, o bruxo, assim como continha ensinamentos de Salomão, sigilos mágicos, e os nomes secretos que permitem invocar certos demonios, em particular Mephistopheles, que era o espírito demoníaco familiar do bruxo Faustus.  A obra é uma raridade conservada ainda hoje na conceituada British Library. Outro livro de magia negra da mesma época, foi o Die Egyptische Geheimnisse, do Bispo Albert Magnus. Também foi célebre um outro grimório de magia cigana, intitulado Romanusbüchlein, publicado em Veneza no ano de 1788. Todas estas obras eram herdeiras de fragmentos de conhecimentos de magia negra de s. Cipriano, o bruxo.

No século XIX, surge em Espanha a edição do «Libro de San Cipriano», em 1820. O livro aparece na Galiza e nas Astúrias, onde Cipriano o bruxo era famoso, e conhecido pelo «Ciprianillo». O poeta galego Manuel Curros Enriquez ( 1851 – 1908), menciona s. Cipriano num poema intitulado «O Ciprianillo». Em certos veneráveis e notáveis círculos ocultos Galegos, o livro de são Cipriano é por vezes referido como o «el libro de san Cidrian».  Em 1793, um padre de Albacete confessava ter e usar em seu benefício um livro de bruxarias de são Cipriano. Em 1750, o monge beneditino Jerónimo Feijoo ( 1676 – 1764), testemunhou pessoalmente o quanto a prática da magia negra e da bruxaria de s. Cipriano estava enraizada nas belas e majestosas zonas da Galiza e das Astúrias, assim como deu nota dos prodígios que esse conhecimentos podiam desencantar e alcançar. Ao longo dos séculos foi-se também enraizando uma uma profunda tradição ligada á bruxaria de são Cipriano em Portugal, em particular na região  de Barroso e toda a área do norte de Portugal que é fronteiriça com a Galiza.

Padres, abades e Papas que praticaram magia negra como S. Cipriano

Quanto sua condição de bruxo de Cipriano, por contraste com a sua ingressão na Igreja, a verdade é que não é segredo que desde o início da Igreja, os padres fossem praticantes de magia negra, isso é reconhecido pela própria Igreja, assim como pelos maiores autores na matéria. No sínodo de Laodiceia (343 – 381), a igreja decretou que os padres já não podiam exercer as artes da magia como haviam vindo a fazer, pois que eles estavam a fazê-lo abertamente, e isso expunha-os a contacto com demónios e efeitos que eram bem reais. Desse modo, desde os seus primeiros dias que Igreja reconhecia oficialmente a magia negra e a bruxaria como realidades verdadeiras.

O célebre ocultista Henry Cornelius Agrippa von Nettesheim, ( 1486 – 1535), o autor do influente «De occulta Philosophia» (1531-33), dizia no seu famoso Grimório The Agrippa : «No inicio, apenas os padres possuíam grimórios de magia negra. Estavam escritos em Latim, e por isso apenas eles e homens eruditos os conseguiam ler. Cada um tinha a sua copia. No dia seguinte á ordenação, eles o encontrariam na sua mesa de cabeceira quando acordassem, sem saber de onde vinha ou quem os trouxera.» Assim se sabe que desde o início da própria Igreja,  os próprios padres estavam em contacto com a magia negra, alguns praticando-a, assim como são Cipriano também a praticou.

O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948),  faz nota nos seus escritos de outro bruxo famoso do século VI, que tal como são Cipriano, embora sendo clérigo porem se tornou famoso pelas suas artes de magia negra: tratava-se do célebre são Teófilo, o penitente ( f. 538 d.C). São Teófilo era, como São Cipriano, conhecedor dos segredos da magia negra, dos quais fazia uso, e tornou-se famoso por isso, porquanto fez pacto com Diabo para conseguir chegar á posição de Bispo, o que conseguiu. Assim ficou o caso verídico de são Teófilo inscrito na história como um dos feitos mais famosos da magia negra.

São Cipriano foi autor de célebres escritos e grimórios de magia negra. Porem, na verdade vários foram os Papas ligados á magia negra e ao estudo das suas artes demoníacas. O famoso Le Grimoire du Pape Honorius , é um grimório de magia negra atribuído ao Papa Honorio III ( 1148 – 1227) Já o Papa Silvestre II cujo o pontificado durou de 909 a 1003, embrenhou-se profundamente no estudo das artes da magia negra, e tal facto foi atestado no seculo XII, pelo historiador William of Malmesbury. Do escandaloso Papa Alexandre VI,( 1431 – 1503), o Borgia oriundo de Espanha, sabe-se sobre o célebre caso incestuoso, assim como consta que terá celebrado Missa Negra dentro dos muros do próprio Vaticano, onde ocorreram extravagantes festins de luxuria e deboche. Outro caso que ficou celebre, foi o do Papa Bonifácio VIII (f.1303), que praticou ritos de magia negra. O Papa foi várias vezes visto a celebrar rituais satânicos, nos quais sacrificava um galo, aspergindo depois o sangue para um fogo, e seguidamente recitando encantamentos demoníacos em Latim, lidos a partir do seu livro de magia negra. Estes eventos foram testemunhados e documentados de 1303 a 1311. Um celebre grimório de outro Papa, foi o Enchiridion do Papa Leão III ( 750 – 816 d.C). O Enchiridion é um famoso grimório que se diz ter sido encomendado pelo Papa Leão III como um presente para Carlos Magno ( 742 – 814 d.C). O livro aparece impresso em 1523, pelo que alguns atribuem antes a sua autoria ao Papa Leão X ( 1475 – 1521).

O notório matemático John Napier, ( 1550 – 1617), afirmou com conhecimento sobre o assunto, que vinte e dois Papas havia sido praticantes de necromancia e magia negra, havendo alguns celebrado pacto com o Diabo para alcançarem os seus papados. Uma lista desses vinte e dois Papas foi editada em 1566. Entre os nomes, estavam o Papa Alexandre VI ( 1431 – 1503), que deu o corpo e a alma a demónios, Gregório VII (1015 – 1085), que foi um grande bruxo e necromante. Já os Papas Leão e Honório foram desde sempre reputados praticantes das artes da magia negra. Também muitos padres, abades e sábios da Igreja lidaram com os saberes da magia negra. O padre e autor eclesiástico Michael Scot, ( 1175 – 1232), leu e traduziu trabalhos de Aristóteles, havendo descoberto grandes segredos de magia negra no processo de investigação de obras antigas. O notório padre Scot foi autor de um célebre livro de inovações demoníacas, que foi lido e estudado pelo celebre o Abade Johannes Thrithemius (1462 – 1516). Já o celebre padre e filosofo Roger Bacon ( 1214 – 1294), foi autor de notórios grimórios de magia negra, e numa das suas missivas privadas, assim diz Bacon sobre os deveres de um bruxo: «Os nossos deveres devem ser de cuidar de tais livros, [ os grimórios de magia negra] pois estão repletos de encantos, sigilos, figuras, conjurações sacrifícios e similares»

O padre e demonologista faz depois menção ao grimório demonológico De Officis Spirituum, uma das fontes da obra do notório demonologista Johanes Weyer ( 1515 – 1588), discípulo do célebre ocultista Cornelius Agripa ( 1486 – 1535), e autor do influente Pseudo Monarchia Daemonum.

Em 1527, um padre chamado Willian Stapleton era conhecido por ter o grimório Thesaurus Spirituum, um livro de magia negra que usava para seu próprio beneficio.

Existe um famoso grimório de magia negra do século XVIII chamado Petit Albert. ou Petit Albertus. O grimório teve um enorme sucesso nos círculos do oculto, especialmente entre bruxas veneradoras de Satanás, e os efeitos dos seus bruxedos são tão certeiros que se tornaram lendários. O seu autor foi o notório frade dominicano, Bispo e ocultista Germânico Albertus Magnus, ( 1205 – 1280), motivo pelo qual a obra se chama «Pequeno Albertus», pois que muitas bruxas olhavam para este grimório como um pequeno mestre que as acompanha, e que era do célebre Bispo Alberto.O grimório foi sendo passado de mão em mão em versões manuscritas, até que foi publicado em 1602.

Estes e outros tesouros de invocação de espíritos de mortos e demónios, são a fonte histórica e oculta das grandes sabedorias de magia negra que perduram até aos dias de hoje.  Todo estes conhecimentos foram profundamente estudados por padres, abades e até Papas, conforme o foram por são Cipriano o bruxo (f. 258 d.C),.

Vários foram os papas que possuíram ou até mandaram fazer grimórios de magia negra, onde hierarquias demoníacas, invocações demoníacas e formulas de magia negra foram documentadas. Verifica-se assim com documentos historicamente fieis, que até os Papas conheciam a magia negra, lidavam com a bruxaria, e davam testemunho do seu poder e da autenticidade dos seus efeitos. E foram os próprios Papas, padres e abades, alguns dos autores dos mais influentes grimórios.

São Cipriano, é talvez o mais famoso bruxo, e os seus grimórios constam nesta tradição de célebres grimórios e sabedorias de magia negra, algumas delas vindas da própria Igreja. E com os ocultos saberes de são Cipriano geram-se os mais fortes trabalhos de magia negra, capazes dos mais espantosos feitos, até nos casos mais impossíveis.

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