Magia negra e a mão morta

Magia negra e a mão morta

O monge germânico Cesário de Heisterbach ( 1180 – 1240), prior da Abadia de Heisterbach, conta na sua obra Miraculorum como dois bruxos na cidade de Dinant usavam a mão cortada de um morto, ungindo-a com uma terrível pomada do Diabo, para assim influenciarem o sono de quem desejavam. Era precisamente usando de tais meios, que as bruxas da Antiguidade realizam fortíssimos trabalhos de magia negra,  lançando sobre a vitima as mais temíveis e fortes assombrações, que quase sempre actuavam na criatura embruxada durante a noite, e durante o seu sono.

O filosofo e escritor Horácio ( 65 – 8 a.C), descreve na sua obra os sinistros ritos das bruxas, celebrados no cemitério de Esquine, sob a Lua Nova, quando as bruxas ali procuravam por ossos de defuntos amaldiçoados e ervas ocultas, invocando espectros, e banqueteando-se num cordeiro rasgado em pedaços, cujo o crânio depois usavam para invocar a demónios. Naquele cemitério, as bruxas pagãs faziam bonecos representativos das vítimas dos seus trabalhos de magia negra, e operavam as mais fortes amarrações. Algumas dessas amarrações eram feitas com o recurso á mão morta cortada de um defunto condenado, e causavam as mais pavorosas aparições e terrores ás suas vitimas.

O historiador Romano CornéliusTacitus ( 56 – 120 d.C),  na sua obra dá nota de um bruxo de nome Piso, menciona como o bruxo procurava pelos restos mortais de certos defuntos nos cemitérios, assim como fazia feitiços inscrevendo os nomes das vitimas em placas de chumbo que depois era soterradas junto das tumbas de certos defuntos. Um desses bruxedos foi dirigido a um homem de nome Germanicus, havendo o seu nome e uma maldição sido escritos numa folha de chumbo, havendo depois a folha sido enrolada e amarrada com uma corda na qual se deram vários nós mágicos, acompanhados de certos encantamentos de magia negra. A placa foi depois soterrada numa sepultura de um defunto amaldiçoado, e na verdade passados tempos o homem começou a enfraquecer misteriosamente. O contágio deste tipo de bruxaria é inescapável e fatal.

Já o poeta Virgílio ( 70 – 19 a.C), descreve como as bruxas empreendiam nos mais poderosos bruxedos para fins amorosos, ou amarrações. Nesses tempos, falava-se de uma bruxa de nome Erichtho, a quem até os Deus pagãos obedeciam. A bruxa oferendava caes pretos e cordeiros negros aos demónios e encruzilhadas e cemitérios; através essas oferendas e trabalhos de magia negra, ela embruxava irremediavelmente qualquer criatura que desejasse, assim, lançando amarrações de magia negra que ficaram lendárias.

Já o filosofo Porfírio de Tiro (233 – 305 d.C), na sua obra De Sacificiis, faz igual menção a este tipo de bruxaria feita com a mão morta de um defunto. Afirmava este notório erudito, que uma alma assim que libertada do corpo pela morte, ela volta a adquirir os poderes e virtudes normais de uma alma; porem, essas almas acabadas de desencarnar deste mundo, ainda mantém algum contacto com a sua antiga habitação – o corpo agora defunto –    , e por isso, se forem adequadamente chamados através do meios certos, eles pairam e assombram os seus antigos corpos, e podem até ser invocados em magia negras. E é por isso, que as bruxas da antiguidade, fazendo uso de certas partes de certos defuntos, invocavam ás almas de mortos para realizarem os mais temerosos trabalhos de magia negra. Por esse motivo, as bruxas procuravam sempre por corpos defuntos que albergassem almas penadas, pois as características infernais e contaminadas de pecado de uma alma condenada são as ideais para serem usadas num trabalho de magia negra, tal conforme o são os espíritos demoníacos. Por isso mesmo, as bruxas procuravam sempre por corpos de condenados á morte por crimes pecaminosos, ou pessoas que morreram sem receberem os santos sacramentos dos ritos funerários, ou quem houvesse falecido sem ser baptizado. Todas essas criaturas dão origem a almas penadas, almas condenadas a vaguear pela terra sem perdão nem repouso. Tais almas, são precisamente as adequadas para invocar num trabalho de magia negra, pois irão infestar a vitima do bruxedo com assombrações, aparições , temores e padecimentos sem igual. Destas técnicas de bruxaria, existem registos históricos documentados desde há séculos.

O erudito bizantino Michael Psellus, ( n. 1017), foi um autor que fez varias menções aos grimórios de magia negra do rei Salomão , e dos seus saberes que permitiam invocar e controlar demónios. Na sua obra De Deamonibus, faz-se menção ao uso de cemitérios e corpos de defuntos para a celebração dos mais fortes trabalhos de magia negra. Um desses trabalhos de magia negra que ficaram na historia do ocultismo, era aquele em que se usava da mao cortada de um morto condenado á perdição eterna, cuja a alma era invocada e usada nas mais sinistras bruxarias de magia negra.

Na Irlanda do século XIV, houve uma bruxa de nome Alice Keyteler (n. 1263) – a bruxa mais famosa da Irlanda desses tempos – que usava de amarrações de magia negra tao poderosas, que apenas para si mesma – através de amarrações de magia negra –  tomou quatro maridos ricos, e herdou as suas fortunas. Os seus trabalhos de magia negra eram muitas das vezes celebrados em cemitérios. Os cemitérios são locais desde sempre frequentados por bruxas, até pela necessidade de ali ser um local onde se podem colher alguns dos mais raros ingredientes para algumas dos mais fortes trabalhos de magia negra.

De acordo com Paulus Grillandus, um jurista italiano do século XVI, nos cemitérios as bruxas recolhiam pedaços de corpos, especialmente daqueles pertencentes a condenados á forca, pois que tinham sofrido uma morte amaldiçoada aos olhos de Deus, e por isso as suas almas podiam facilmente ser invocadas para trabalhos de magia negra. Por isso, as bruxas recolhiam desses condenados pedaços de unhas, cabelos, ossos, dentes, etc. Todos esses pedaços eram usados em temíveis ritos oficiados para trabalhos de magia negra, muitas das vezes também, celebrados em cemitério. Tal como os corpos de condenados, dizia-se que a bruxas também procuravam por crianças que houvessem falecido sem serem baptizadas, pois as suas almas estando ausentes de salvação, podiam facilmente ser invocadas para fins de magia negra. Uma das maiores relíquias que as bruxas recolhiam dos cadáveres, era o crânio de um condenado, ou a mão de um morto.

Alice Keyteler, a bruxa mais famosa da Irlanda, usava nos seus trabalhos de magia negra o crânio de um ladrão condenado que invocava assim uma alma penada que assombrava terrivelmente as vítimas dos seus bruxedos, até que elas cedessem ao objectivo da bruxaria.  Porem, quando queria amarrar alguém fortemente, então também usava da mão de um morto, pois essa mão agarraria a vitima do bruxedo ás mais temíveis aflições, e não largaria a vitima senão quando ela cesse aos fins da bruxaria.  Através desses meios, a Alice Keyteler teve quatro maridos seduzidos por meios de bruxaria e amarrações, todos eles tenho-lhe deixado grandes fortunas . Em 1324 a sua fama era lendária. Nos dias de hoje, quem ainda detém os ancestrais saberes ocultos, continua a celebrar os mesmos tipos de magia negra que a a bruxa Alice Keyteler celebrava. O processo místico continua igual ao que era há séculos atrás,  igualmente contagiante, e igualmente imparável.

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