Amarrações feitas á distancia

Amarrações feitas á distancia

No que diz respeito aos trabalhos de magia negra, e mais em concreto ás amarrações, há quem se pergunte: «E se a pessoa está distante? Será que uma amarração vai funcionar na mesma?» Essa pergunta já há séculos e séculos que foi respondida. Diz o filosofo e professor Apollonius ( 15 dC – 100 d.C), na sua obra Philostratus in eisus uita, Livro IV, cap. 13, que os Deuses ou os demónios nunca permanecem muito tempo num local, pois eles deslocam-se de onde estão para onde querem, pois – como dizia o autor – «eles agora estão desertos Etíopes, depois vão para o monte Athos, e agora novamente para o monte Olimpo.». Queria com isto Apollonius fazer compreender que para o espirito não há fronteiras, nem passaportes, nem distancias, nem tempo. Nada disso existe para o espírito. Por isso, ele pode estar onde quiser, quando quiser, como quiser, e até mesmo em vários locais em simultâneo.

Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês que se debruçou sobre o estudo da bruxaria. A publicação da obra «De lá Demonomanie des Sorcieres» em 1580 foi uma obra de referência no estudo do fenómeno da bruxaria. Na sua obra, Bodin faz menção de como um célebre bruxo conhecido por Trois-Eschelles, contou ao rei Carlos IX, ( 1550-1574),  que na época havia uma legião de bruxas e bruxos por todo o reino, e que os seus bruxedos faziam espalhar demónios e possessões pelos quatro cantos do mundo, fosse vitimizando pessoas em França, como fora dela. Ou seja: afirmava o bruxo que os trabalhos de magia negra não tem limites, nem fronteiras físicas ou impedimentos geográficos. O célebre bruxo Trois-eschelles du Mayne foi várias vezes chamado á presença do rei Carlos XI, que lhe encomendou vários Sabbat satânicos e missas negras. O rei era um assumido satanista, e o bruxo executou-lhe vários trabalhos de magia negra que maravilharam o monarca pela sua eficiência. Muitos deles atingiram pessoas em nos reinos de Inglaterra, Espanha e Alemanha, sem que a distancia constitui-se qualquer impedimento.

Na sua obra Demonolatry ( 1595), o célebre e influente demonologista Nicolas Remmy( 1530 – 1612), faz nota de duas bruxas de nome Jeanne le Ban e Nicole Ganéte, que lhe fizeram afirmações nos mesmos termos. A notória bruxa Catharina Ruffa de Ville-sur-Moselle, foi seduzia pelo Diabo por volta dos anos de 1587, havendo-se-lhe entregue em herética lascívia, e com ele celebrando Pacto. Embora as suas bruxarias fossem celebradas nos arredores daquela pequena vila, porem os seus efeitos conseguiam atingir pessoas bem longe do local onde os trabalhos de magia negra ela realizados, e isso ficou historicamente bem documentado.

O demonologista Remmy faz também nota do seu Demonolatriae, que onde os espíritos impuros chamados por uma bruxaria se manifestarem, podem ocorrer cheiros fedorentos, notavelmente sujos, e até sons inexplicáveis. Isso ocorre porque os demónios são espíritos impuros, e porque muitas das vezes vagueiam em locais como cemitérios, deleitando-se na putrefacta impureza dos corpos decompondo-se, pelo que quando se manifestam noutro local, ainda podem trazer consigo os pérfidos odores que provam a sua estadia noutras paragens. E porem, tão rapidamente estão eles num cemitério num qualquer canto do mundo, como imediatamente a seguir, a mando de uma bruxa, fazem a sua aparição imediata noutro qualquer canto do mundo, tão espontaneamente como a luz que tanto ilumina o oriente como o ocidente. Desde que apropriadamente convocados por uma bruxa, nada disso lhes é impossível. Fique por isso já desenganado, todo aquele que julga que pode escapar a uma bruxaria mudando de casa, ou de cidade, ou até de país. Seja para onde for que a vítima do bruxedo vá, os espíritos de trevas e bruxaria seguirão os seus passos. Sem escapatória. Nenhuma distancia é impedimento para o espírito, que em qualquer lugar pode estar.

O «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , faz nota de uma celebre amarração. O caso sucedeu na França do século XVI, na localidade de Catheau de Bassompierre. Nesse local havia um homem que tinha casado uma jovem mulher, e porem continuou a viver um caso de adultério com uma sua amante que já conhecera antes do matrimonio. Infeliz e agonizada com a situação, a jovem esposa desprezada procurou pela ajuda de uma bruxa de nome Laire. A bruxa Laire preparou um trabalho de magia negra para acudir ao desgosto da infortunada esposa. A verdade é que o homem começou a sofrer de uma súbita impotência sexual de tal forma inibidora, que era como se lhe tivessem derretido ou feito desvanecer os órgãos da masculinidade. E quanto mais o homem insista no seu relacionamento com a amante, pior e mais esmorecido se tornava a sua masculinidade, como um fruto apodrecido e mortos secando num ramo de uma árvore moribunda. E quanto mais o homem teimava em se distanciar da esposa, pior o seu tormento de frouxidão se tornava. Nada importavam as distancias. Fosse para onde fosse, o homem sofreu até acabar por se acamar. Porem, quando começou a entregar-se novamente á sua esposa, a sua virilidade voltou mais reforçada que nunca, e todos os tormentos e sofrimentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente quanto tinham aparecido. A esposa tinha assim o seu marido de volta ao seu leito matrimonial. Assim operam as amarrações: seja qual for a a distancia, elas castigam e fustigam na vitima, até que ela ceda a quem a mandou amarrar. Cedendo, acabam-se os tormentos. Porem: teimando em resistir, então os tormentos persistem e perduram até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, nunca mais a vitima se livra do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Este caso tornou-se celebre naquela localidade, e chegou aos ouvidos do Nobre senhor daquele castelo, o Marquês e cortesão François de Bassompierre ( 1579 – 1646) , pelo que o evento acabou registado nas cronicas da historia daquele local.

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