Amarrações que fazem pessoas agir estranhamente

Amarrações que fazem as pessoas agir estranhamente

Na sua obra Demonolatry ( 1595), o célebre e influente demonologista Nicolas Remmy( 1530 – 1612), faz nota que: «os demónios tem uma faculdade pela qual, eles podem aparecer a quem eles desejam manifestar-se, enquanto que todos os demais não veem nada.» E é justamente com essa capacidade que os espíritos de trevas incutem os mais agonizantes tormentos á vitima de um trabalho de magia negra, todas as noites assombrando-o com aparições, visões, sonhos, perturbações e tormentos que apenas a pessoa embruxada vê e sente. È como um purgatório pessoal no qual o embruxado fica encarcerado, e do qual apenas sai indo entregar-se á pessoa que encomendou a amarração.

Muitas das vezes, depois da noite passar, quando a vítima acorda dos tormentos nocturnos, ela nem sequer se lembra dos padecimentos, ou retêm deles apenas pequenos uns vagos fragmentos. Isso sucede, para que a vítima do bruxedo não comece a desconfiar que foi embruxada, e não se vá lançar aos braços da igreja, e dos seus remédios de água benta e exorcismos, que apenas atrapalham a bruxaria.

Contudo, apesar da  vitima não ter consciência dos padecimentos que a sua alma sofreu durante os castigos e assombrações nocturnas, a verdade é que o seu espírito sabe os tormentos a que esteve a ser sujeito, e sabe que está a ser coagido a ir entregar-se a uma certa pessoa, , e por isso eis que passados tempos a vitima acaba, mesmo sem saber porquê, por ceder e ir fazer aquilo que o bruxedo ordenou.

Daí que se vejam tantos casos de tantas pessoas embruxadas que, do dia para a noite, tomam decisões completamente surpreendentes para toda a gente que a rodeia, como sair de um lar sem explicação, ou ir entregar-se a uma certa pessoa sem motivo aparente, ou fazer algo que não se lembra, e depois simplesmente nem sequer conseguir explicar porque motivo saiu de casa, ou porque está junto de uma certa pessoa. A pessoa fica incapaz de justificar os seus actos, e é como se não estivesse em si mesma. Por vezes, a pessoa até reconhece a injustiça dos seus actos, e até tem consciência da anormalidade das suas decisões, mas a verdade é que não as consegue explicar, e persiste naquele comportamento. Isso sucede, porque o seu espírito foi invisivelmente castigado e fustigado até, mesmo sem ter consciência daquilo que está a fazer,  a pessoa ceder àquilo que a bruxaria pretende dela. E porem: se a pessoa persiste em teimar e resistir ao bruxedo, então os castigos, assombrações e tormentos persistem e insistem em castigar na vitima noite após noite, até ao insuportável ponto da desgraça.  Seja como for, a vítima nunca mais se livra do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

No célebre grimório Demonology (1597) do rei James I ( 1566 –1625), dá-se nota de como os trabalhos de magia negra «podem fazer homens ou mulheres amarem-se ou odiarem-se um ao outro, o que é bem possível ao Diabo, pois ele é um espírito subtil, que sabe bem como persuadir  afecto, corrompendo-o» e manipulando. São mil e umas as formas, os ardis, as tentações, as artimanhas e os severos castigos da alma que o demónio tem, sabe e manipula, para lidar com tais demandas. Daí que quando se trate de uma amarração, não haja recurso superior aos trabalhos de magia negra feitos conforme os mais antigos saberes de bruxaria. Contra esses nada se consegue opor, e com esses qualquer caminho é desbloqueado.

Na Inglaterra do século XVII, existiu a célebre bruxa de Northamptonshire. Mary Philips, ( 1675 – 1705), foi uma das mais famosa bruxas do seu tempo no condado de Northamptonshire. Mary Philips nasceu pobre, e quando jovem vivia com a sua única amiga íntima, Elinor Shaw, com quem dividia um chalé, e ganhando a vida como tecelã. Na juventude as jovens gostavam, como é natural da juventude, de gozar dos prazeres da vida, o que lhes acabou por angariar uma reputação de condutas imorais. Foi precisamente nessa altura que o Diabo se interessou por Mary, havendo-lhe aparecido certa noite na forma de um homem alto e moreno, naquilo a que a jovem julgou num primeiro momento tratar-se do fruto de embriaguez, ou dos avanços de um cavalheiro procurando por companhia. Porem, logo depois Mary compreendeu não se tratar de nenhuma dessas coisas, quando sentiu que a mão do homem ao tocar na sua estava fria como a de um cadáver, e era dura como mármore. Nas noites seguintes o cavalheiro persistiu aparecendo-lhe sempre á noite, e rapidamente fazendo-se ausentar aos primeiros vislumbres do nascer do Sol. Foi durante essas noites que o Diabo seduziu Mary Philips, convertendo-a numa bruxa e tomando-a carnalmente, assim como á sua amiga Elinor. Mary ficou encantada pelo Diabo, e fascinada pelos poderes das sabedorias de magia negra que ele lhe revelava. Conforme o Diabo lhe pediu, Mary de boa vontade renegou á fé cristã, jurou eterna devoção a Satanás, e celebrou Pacto com o Diabo. Nessa altura, o demónio perfurou-lhe a carne com o terceiro dedo da sua mão, dando-lhe a marca da bruxa. Daí em diante, a bruxa Mary Philips dedicou-se ao ofício da magia negra e da bruxaria, tornando-se uma bruxa de grande notoriedade. Os seus trabalhos de magia negra eram requisitados por inúmeros cavalheiros e nobres damas tanto do condado, como dos quatro cantos do reino.

Os trabalhos de magia negra da bruxa Mary contaminavam fosse quem fosse com as mais terríveis bruxarias, levando as vítimas a acabarem por fazer conforme a bruxa designava no bruxedo, fosse unindo casais, fosse separando-os. E as pessoas embruxadas muitas das vezes começavam a agir estranhamente, o que muito espantava e assombrava quem as rodeava, o que deu grande reputação aos bruxedos de Mary. E para grande satisfação dos fidalgos, cavalheiros e nobres damas que procuravam os préstimos ocultos da bruxa, os efeitos dos seus trabalhos de magia negra nunca falhavam. Ou as vítimas cediam ao bruxedo, ou eram castigadas sem cessar e até ao ponto da sua desgraça. A pessoa embruxada não tinha alternativa senão ceder. Fosse como fosse, a vítima da bruxaria nunca mais e livrava do bruxedo, nem de quem a tinha mandado embruxar. Nunca Não havia escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

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