Amarrações do demonio Pan

Amarrações do demónio Pan

Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, Remy faz nota que «os antigos pensavam que o Deus Pã era o causador de terrores repentinos e medos inesperados». Pamphilus Eusebius ( 263 – 339) escrevendo para o Bispo Teodoro, relata uma historia do historiador e filosofo Plutarco ( 46 d.C), sobre o Deus pagão Thamus ou Ammon, e ali inclui todos os demónios com o nome de Pan.

O demonio Pan foi venerado pelos antigos Gregos e Romanos com o Deus na natureza, o Deus cornífero em forma humana, que era da cintura para baixo era um bode. O Deus pagão Pan com o seus cornos, metade homem e metade bode, envolvido com as ninfas nuas no meio da floresta em ritos orgiásticos e místicos, á na verdade como o Diabo celebrava o Sabbat com a suas bruxas antes do Cristianismo, e como o continuou a celebrar depois. Pan é o Deus pagão da natureza, o que é uma forma de ver o assunto. Na verdade, Pan é o Deus pagão da terra e de todas as coisas que existem na terra, que nascem da terra, que habitam sobre a terra, e também as que estão por debaixo da terra sejam mortas ou sejam ocultas, ou seja, é a própria definição de Satanás.

As bruxas sabiam-no, e por isso, apesar do Cristianismo se ter espalhado pela Europa e quatro cantos do mundo, porem elas continuaram a venerar o Deus Pan como sempre o haviam venerado desde o início dos tempos. A identificação do Deus Pan com o próprio Diabo fica bem explicita na lenda registada na obra «De Oraculorum Defectu» , um diálogo de Plutarco, onde li se conta que naquele momento em que Jesus morreu na cruz, o véu do Templo de Jerusalém rasgou-se sem que ninguém lhe tocasse, e ouviu-se uma voz dizendo «O grande Deus Pan foi vencido», numa nítida alusão ao Diabo. O Deus Pan, em certos aspectos, está profundamente ligado ao Demonio Baphomet, e há demonologistas que afirmam que são duas formas diferentes do mesmo demonio se manifestar aos humanos. A palavra «Pânico» deriva do Deus pagão Pan, pois quando o espírito se manifestava e aparecia visivelmente aos homens, estes fugiam com medo. E o medo, as assombrações, os temores, as aparições e todas as desinquietações que espíritos demoníacos e espíritos do mundo do Além-Túmulo causam neste mundo, é a forma como o Deus Pan age quando invocado num trabalho de magia negra. Uma vez conjurado, este demónio causa fortes assombrações, temíveis aparições e todo o tipo de aflições, até que a vítima de um bruxedo ceda ao que a bruxa pretendeu com esse malefício. Cedendo, acabam-se as aflições. Porem: teimando em resistir ao bruxedo, então as assombrações, tormentos e aflições insistirão em perseguir a vítima até ao ponto da sua desgraça.  E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Por isso mesmo, este Demónio é invocado nas mais fortes amarrações de magia negra, pois conforme ele desnudava as suas bruxas e as perseguia, assombrando-as pelas florestas dentro até que elas cedessem e se entregassem ao demónio, pois o mesmo este demónio vai fazer á vitima de uma amarração de magia negra, até que essa se entregue a quem a andou embruxar. Também a palavra «Pandemónio» está associada a este Deus pagão, significando em Grego «todos os demónios», e revelando por isso como o Pan, na figura do Diabo, é o Rei e Senhor de todos os demónios do Inferno, gerador e causador dos maiores pandemónios neste mundo, através a bruxaria e magia negra. No seu uso vulgar, a palavra é aplicada a quando há uma situação que se assemelha a uma assembleia infernal ou uma tumultuosa reunião de demónios que se reúne para promover desordem e caos, e aquilo que está subjacente á expressão, é que é Pan, que é o Diabo,  que preside a essa corte demoníaca, e a essas ocorrências. E é justamente dessa forma que o demónio Pan age na vítima de um trabalho de magia negra: infestando-a de toda a espécie de assombrações, de espíritos, de assombros, de perturbações, de tumultos, até que a vitima ceda á finalidade do bruxedo. Cedendo, então os tormentos cessam. Porem, teimando em resistir, então os tumultos e pandemónio espiritual persiste a castigar a vítima, até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, a vitima nunca mais se livrará do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Este demónio, tal como demónios Baphomet, preside aos Sabbat das bruxas, e nessas ocasiões é invocado na celebração dos mais fortes trabalhos de magia negra.

O caso das bruxas de Somerset, foi um dos casos mais importantes nos anais da história da bruxaria, e deu origem a um documento de investigação de 1681, que relata a sua existência das bruxas, e dos espantosos eventos observados. O caso teve particular significância, porquanto foi um dos poucos casos em bruxas e bruxas admitiram livremente a sua existência, e a sua filiação numa comunidade de bruxas. Por volta de 1660, haviam duas grande colmeias de bruxas activas na região do condado de Somerset, na Inglaterra. Ambos eram presididos pelo Diabo, que se dava a manifestar incorporando num homem através de possessão demoníaca, e apresentando-se sempre sob o nome de Robin. Uma bruxa de nome Ann Bishop era a rainha de uma das colmeias de bruxas constituída por seis bruxas e oito bruxos.  A outra colmeia de bruxas era composta por onze membros, sendo dez mulheres e apenas um homem. O homem apresentava-se sempre vestido de negro, com uma máscara com a face e os cornos de um bode, aparentando ter cascos nos pés, e nunca ninguém soube a sua verdadeira identidade, uma vez que após a extinção daquelas colmeias de bruxas, o homem esfumou-se para nunca mais ser visto. O homem nitidamente aludia ao demónio Baphomet, ou ao demónio Pan. Ambas as colmeias de bruxas realizaram sabbats satânicos nocturnos, nos quais o diabo sempre se fez manifestar, fosse apenas em espírito, ou fosse encarnado num homem. Quando algumas das bruxas por algum motivo não podia ir ao Sabbat fisicamente em carne-e-osso, então visitava-o e participava dos ritos em espírito. Nesses sabbats as bruxas participavam num farto e abundante festim cuja a refeição era proporcionada pelo Diabo. Os festins das bruxas de Somerset constavam de carnes, bolos que eram um despertar irrecusável da gula e quantidades generosas de cerveja e vinho, tudo providenciado pelo Diabo. Há quem falasse de um bolo mágico, que era servido no final das refeições, e que proporcionava sensações indescritíveis. Depois da refeição, as bruxas dançavam. Nestes Sabbats, tudo se passava conforme na antiguidade era feito nas reuniões de bruxas em homenagem ao Deus pagão Pan. As suas danças em torno de um caldeirão ou e uma fogueira, realizavam-se sempre no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio, simbolizando isso a oposição ás convenções cristãs.  Apos o banquete e as danças, as bruxas realizavam vários trabalhos de magia negra. Nesses trabalhos de magia negra, as bruxas cravavam agulhas ou espinhos em bonecos de cera. Os bonecos eram baptizados pela própria mão do Diabo, assistido que era no baptismo por duas bruxas que representavam as madrinhas de baptismo. O boneco uma vez baptizado com o nome da pessoa que se desejava embruxar, gerava uma relação espiritual com a própria vítima da bruxaria. Tudo aquilo que fosse por isso feito no boneco, acabaria por suceder na vítima, e em carne-e-osso. Um trabalho de magia negra feito nestes Sabbats ficou famoso por volta de 1664, pois que um boneco foi baptizado com o nome de um homem chamado Dick Green, e passado pouco tempo o homem veio a falecer em circunstancias inexplicáveis, tal conforme lhe tinha sido destinado no boneco. A bruxa Alice Duke era membro da colmeia de Ann Bishop, havendo sido recrutada pela própria rainha. A sua iniciação foi feita, dando tres voltas andando para trás, sempre de costas, á volta de uma igreja. Consta que apos a primeira volta, apareceu-lhes um homem negro. Há segunda volta, apareceu-lhes um sapo que lhes pulou para cima. Á terceira volta estava á espera das mulheres um rato, que logo se esgueirou e fugiu. O homem negro apareceu novamente, e falou á bruxa Ann Bishop, afirmando-lhe que Alice Duke estava aceite da colmeia de bruxas. Mais tarde, o demónio picou o quarto dedo da mão direita de Alice, pelo que o seu sague derramado naquele momento se transmutou em sangue de bruxa, e com a picada o demonio deu-lhe a marca do Diabo, ou a marca da bruxa. A maioria das bruxas tinha recebido espíritos familiares demoníacos como oferta do Diabo. A bruxa Alice Duke recebeu um gato, que se alimentava de algumas gotas extraídas de um mamilo oculto no seu corpo. A bruxa Elisabeth Style que pertencia ao mesmo grupo de Ann Bishop, recebeu um cão preto que lhe concedia favores e desejos, bastando para isso que lhe dissesse a frase «Ò Sathan, dai-me o vosso propósito». Outras das bruxas de Somerset não recebeu propriamente um espirito demoníaco familiar, mas antes, afirmou em 1665 que o Diabo tinha por habito visita-la por volta das cinco da madrugada na forma de um ouriço, que se alimentava sugando sangue dos seus seios. A bruxa queixava-se do quão doloroso era o procedimento, e que quando tal sucedia ela entrava num estado de transe, podendo nessa altura recitar os mais fortes encantamentos, que depois davam sempre resultados assombrosos. As bruxas de Somerset era temidas pelos trabalhos de magia negra através dos quais lançavam poderosas maldições. Por isso, era procuradas por incontáveis clientes que lhes requisitavam os seus préstimos de magia negra. A capacidade de infringir maldiçoes, tem desde sempre sido considerada como um dos principais atributos das bruxas e da bruxaria. As maldiçoes são o coração e o âmago da magia negra. È com maldiçoes que opera a magia negra, e é lançando maldiçoes que a magia negra gera os seus efeitos. A bruxas desde sempre que usam magia imagética, para com ela lançar maldiçoes a uma vitima. Usando de um boneco de cera, ou uma vela, um uma efígie, ou uma foto, ou uma corda baptizada com o nome da vitima, as bruxas desde sempre tem usado técnicas ocultas de magia negra para infestar as mais tormentosas maldiçoes nas suas vitimas. Algumas das lendárias bruxas de Somerset, usavam expressões vocalizadas ou encantamentos dirigidos a algo que representasse a vítima, para infligir uma maldição a essa pessoa. No caso das bruxas de Somerset, elas usavam da expressão «e a varíola levou», o que infectava e contagiava a vítima da maldição desejada, tal conforme fosse contaminada por um vírus. Os eventos ocorridos com as bruxas de Somerset foram testemunhados por um padre  de nome Joseph Granvill. Os resultados das suas observações e investigações foram publicados em 1681, num documento intitulado «Sadducismus Triumphatus»

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